27 junho, 2011

A Administração por Cargos no Brasil e na Suíça

querido diário:
tenho razões para crer que, ainda bem, ainda estou vivo. andem pensando que um bom teste é ver esta postagem publicada. não é marcador "Vida Pessoal", portanto dirijo-me ao ponto. estou falando dos padrões da política suíça, de que nada entendo. mas apenas juro que lá as coalizões partidárias não se dão em torno de cargos mas de programas. juro (juro?) que lá a administração das coisas leva de roldão o estilo alternativo, qual seja, o do governo dos homens. juro que lá existe uma classe de funcionários públicos absolutamente isenta de CCs.

por contraste, nem posso dizer no Brasil, pois - se a hipótese de que estou morto se confirma - o máximo a que posso atrever-me a julgar é que o que leio no jornal e alguma coisa na internet, especialmente blogs, existe em jogo no presente momento uma desfaçatez de tal magnitude sobre os loteamentos dos cargos públicos entre os partidos amigos, ou melhor, entre os amigos dos partidos. neste caso, falo em todos os partidos de todos os costados do Brasil. claro que generalizo apenas com os cargos que o jornal noticia sobre o governo federal. e sobre o estadual. e sobre o, parece, de São Paulo Capital. e ainda parece-me ter lido algo sobre outros estados, que já não lembro direito.

pois bem. falei em cargos públicos. mas obviamente os cargos de diretores das empresas estatais fazem parte do butim. jogo de soma zero, não se pode agradar nem todos os aliados, que não mais dizer de cooptar as oposições com prêmios de consolação na diretoria da Petrobrás, ou na comissão da Copa do Mundo, ou no setor bancário?

pois bem, ainda não falei em nepotismo, o que já encaçapa na coversa todo o poder judiciário, tão parte do governo quanto o que de mais íntimo existe nessa macacada. no legislativo, recuso-me a falar, pois eles é que são os porta-vozes da maioria dos desempregados que têm enormes talentos para gerir estatais, privadais, nepotais, judiciais, o que de mais lá seja.

os juízes, em particular os juízes eleitorais, e os outros de mais hierarquia ($$$?) que deveriam cuidar corregedorescamente deles, deveriam mesmo era exigir que os diabos dos partidos políticos cumpram com as promessas eleitorais que fizeram à macacada do lado de baixo da curva de Lorenz. quando digo isto, revelo minha profunda crença no radicalismo: pior que uma revolução à la Egito seria exigirem o sacrifício de que a rapaziada (negadinha, no dizer da presidenta) cumprisse a palavra dada nos manifestos eleitorais e também nos comícios, mesas de bar, entrevistas. afinal, nem todos devem ser benvindos quanto à prática do hobby mentira, como é meu caso...

por falar em meu hobby mentira, aqui vai mais uma: foi organizada uma conferência internacional de meninos de rua na cidade de Zurique, ou alguma outra naquele aprazível país, de interesses tão arraigados com as finanças, leite em pó e até água mineral brasileira, remédios, e tudo o mais. dizem que a maior parte dos convidados eram filhos de políticos enrustidos como meninos de rua, pois haveria -disseram- jetons pela participação. o menino de rua de que costumo falar, Merval, parece que assim o batizei, ou batizaram, o que dá no mesmo, fez contatos com a empresa júnior da Universidade de Zurique -ou Riquezu, sei lá- e há boas notícias.

disse-nos ele, ao chegar, aclamado, ao Aeroporto de São Paulo, que entabulou conversações com a empresa júnior de lá, para fazer um projeto piloto de substituição das atribuições do poder judiciário nacional: iriam começar com essa encrenca de proibir político de mentir. a mãe dele, que ainda não completou 16 anos de idade, diz temer por sua integridade física.
DdAB
ops: imagem d'aqui. disseram-me que uma das razões que leva alguns governantes a cortarem a mão de ladrões e assemelhados é impedirem-nos de cruzar os dedos para evadir-se da verdade.

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