16 junho, 2011

A Carga do Mundo

querido diário:
se me atrevo a ser tradutor, diria que a imagem de hoje diz: "na Cidade de Americana, São Paulo, há cargos luminosos". eu diria que não é apenas na cidade dos confederados, mas na federação das cidades emplacada em Brasília. do que vai em Brasília e do que vai no jornal, torno-me filosófico e penso que cargo que é cargo não se transporta no bandwagon, mas negocia-se. nega-se o ócio, mas faz-se um trabalho destrutivo, nada criativo, sob o ponto de vista do enfrentamento dos problemas brasileiros. afinal, daqui a três anos teremos nova campanha eleitoral e poderemos ungir nosso próprio grupo de interesse (família, amigos, algumas ampliações). nós?

a gente nunca sabe se o que está dando no mundo é a mesma coisa que está dando no jornal da gente. parece, pelo jornal, que a agenda negativa mudou do palote ao cegilo. parece que a oposição nem é tão preocupante quanto a... situação. parece que a oposição não quer cargos, quer apenas o poder para ter todos os cargos para barganhar com os aliados. a situação não pensa em eleição, pensa nos cargos agora. não pode adiar. o patrimônio da família precisa crescer agora. oposição? para que oposição, se a própria situação desestabiliza o governo na luta pelas verbas, pelos cargos?

até quando o povo da Grécia vai aceitar perder 150 mil empregos públicos? até quando a Grécia vai tornar-se um novo Brasil, sem governo, sem justiça social, sem um projeto redistributivo, pois todos falam em projeto produtivo? (e nem isto é levado a sério, pois os cargos estão em outras esferas). até quando o povo brasileiro vai aceitar manter-se analfabeto funcional? até quando a gente vai seguir com estes sistemas (eleitoral, tributário, etc.)? até quando nossa paciência será fustigada? (podemos esperar resposta na postagem de encerramento do blog?). até quando vamos ganhar um cargo para carregar no caminhão de cargos com um bandwagon?
DdAB
o p.s.: imagem daqui.

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