querido diário:
o problema da saúde no Brasil só não é mais cantado em tragédia porque há outras expressões da esperada ação pública que, volta e meia, o ofuscam: segurança/justiça, desemprego, educação. e milhares de outros temas que contribuem para reduzir a liberdade do brasileiro médio, para não falar daqueles ainda submetidos a trabalho escravo.
o governo gerou o SUS, que não é capaz de mostrar-se eficiente como o povo gostaria. as filas, os pagamentos "por fora" e muitas outras ameaças rondam o usuário. mas a ideia da provisão da saúde, ao invés da produção é boa, é democrática, ajuda a consolidação de uma sociedade saudável e democrática. descentralização: substituição do governo dos homens pela administração das coisas. uso da lei do orçamento público para ver as prioridades, a hierarquia dos itens de saúde que devem ser universalizados. alcançado certo patamar é que outros deveriam ingressar no orçamento, desde que a provisão para todos dos itens mais básicos seja alcançada.
a centralização, não canso de alardear, gerou a tragédia do Carandiru, no caso da segurança/justiça, sistema prisional e sistema policial de baixo calibre. não sou utópico nem o solitário imaginador de uma situação em que haveria prisões privadas de pequena capacidade de detenção, ou seja, uma prisão para dois ou três presos, outra para cinco ou seis, outra para 20, outras para dois ou três, e por aí vai. empregos para seus mantenedores, opção de gente poder viver honestamente prestando serviços comunitários, como a reclusão de réprobos. a clínica também pode ser atomizada. o atendimento clínico e especializado também.
hoje na p.16 de Zero Hora, fala-se que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária está enquadrando as empresas privadas, as dos "planos de saúde". diz-lhes que devem garantir atendimento aos "contribuintes" em prazos razoáveis. eu penso que há uma limitação física: o médico e o enfermeiro não devem trabalhar mais de, digamos seis ou oito horas por dia. logo não podem atender a milhares de pessoas por dia. o que pode reduzir o congestionamento é haver mais médicos, como se cogita. e haver mais médicos de menor formação para atender a doenças menores, para triar doenças mais severas.
no limite, teremos um verdadeiro SUS, um verdadeiro sistema universal, com prontuário nacional centralizado, com triagens, com treinamentos mais para as doenças "universalizadas", com atendimentos diferenciados, com civilização. sem roubo. os desvios de verbas, nesta sociadade que me retém a mente, serão combatidos pela ação também delegável do governo: prover informação e fiscalização. esta seria sua contribuição. tudo pode ser subcontratado. cada subcontrato tem um risco de corrupção, logo gera o emprego direto (por exemplo, enfermagem) e o indireto (no caso, um contador fiscalizando a operação).
DdAB
ops: imagem daqui: abcz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário