querido blog:
estou romanesco. com licença poética de falar em "wages", da terra de Shakespeare. mas quero referir-me às professorinhas, que recebem "vencimentos", pois são funcionárias públicas. também os juízes do supremo estão infensos a esta terminologia um tanto smithiana de dividir o mundo entre salários e lucros. eles, os juízes, ganham "vencimentos". comme les demoiselles.
e daí? daí que o supremo obrigou os estados brasileiros a pagarem R$ 1.200 por mês para cada professorinha, por 40 horas de trabalho. se cumprirem, será a redenção do Brasil em menos de 10 anos. se não cumprirem, não será nada, nem a condenação final, que mudanças geológicas não têm pintado por estas bandas, o que nos leva a pensar (e desejar) que o Brasil não seja varrido do mapa. mas o que eu pensei é que, se os juízes devem ganhar 30 vezes mais do que as professorinhas, eles estão se qualificando para passar dos modestos R$ 30 mil atuais para precisamente R$ 36 mil, um acréscimo de 20%, comparado com o de infinito por cento das garotas que nada recebem e decidirão tornarem-se professorinhas.
DdAB
imagem do site do professor Ghirardelli, divulgador de Richad Rorty, também ele filósofo da educação.
3 comentários:
Duilio: li tua postagem e discordo quando te referes a "professorinhas muito mal pagas" garanto-lhe que nenhum salario paga o prazer de quem tem alegria em ensinar, e veja que, atualmente, professorinhas nao se limitam a apenas transmitir conteudos, repassar conceitos, decorar textos...ENSINAR é preparar para a vida, professorinhas trabalham com pessoas que devem ser educadas e nao doutrinadas.
Educar é um desafio, é uma tarefa dificil, exige paciencia e dedicação.
Mas, professorinhas têm a funcçao homérica de plantar e, muitas vezes semeia e muitas vezes nem está mais presente para colher os frutos...
Abraço
é Taninha:
vou responder lá no dia 9/abr.
DdAB
é, é Taninha!
eu não digo que o dinheiro "causa" motivação. apenas juro que a correlação entre dinheiro e motivação é elevadíssima. como tal, o dinheiro é um bom preditor da motivação, mesmo para quem tem motivações absolutamente altruisticas (religião, compaixão, pés no chão, barriga cheia de macarrão com feijão e pão). no outro dia, brinquei com a equação que diz que educação = ensino + aprendizagem. claro que "ensino" não é com o aluno. e claro que "aprendizagem" não é com o professor. o Wellington, por exemplo, pode não ter tido professores/as assassinos/as, mas parece que sua motivação para o caminho reto era baixíssima, a julgar por seu nível de renda.
DdAB
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