13 abril, 2011

O Futuro da Humanidade

querido blog:
ainda que pareça um tanto lúgubre, sou tomado pelo maior otimismo. uma coisa é achar que todo político é ladrão. e outra é achar que a humanidade deverá finar-se. em outras palavras, gosto de pegar no pesado, gosto de pensar nos limites do que quer que seja. tentar encontrar meios que me levem a sonhar que o mistério que envolve todos os demais mistérios possa vir a ser desmafaguifizado. lúgubre? "a inevitabilidade da morte". lúgubre? "a morte do próprio Sol, em dois ou três bilhões de anos, um nadica de nada".

não sou contra o meio-ambiente, ao contrário, sou a favor da vida, morte digna aos animais (com indicação para o vegetarianismo), essas coisas. ainda assim, a propósito do tsunami japonês, passei a lançar o motto (que talvez já existisse independente de mim): morar em planeta é uma chatice, um alto risco, um sobressalto constante, cobras, onças e tsunamis.

da ficção científica me veio o mote: "os povos astronautas". acho que este é o futuro da humanidade. "acho", no sentido de que "quero". e "acho", no sentido de que, quando o homem conseguir energia muito barata para mover massas enormes, tudo ficará mais fácil. não acho que seja, pelo que dizem, a fissão nuclear. alguns falam em fusão. nem me interessa isto, pois está além de minhas chinelas. o que me desagrada (e, creio, a centenas de outros; e não disse milhões) é saber que o projeto vida humana vai para o beleléu em menos de dois ou três bilhões de anos, se não fizermos nada, se não projetarmos naves (impressão em 3D) que nos levem para fora desta esfera (?) expansiva.

o que vou dizer, tenho certeza, não é ditado pela idade (mas talvez seja). por puro acaso, ontem de noite, disseram-me que, há 50 anos, me disseram, quando vínhamos do Julinho para o centro: "o futuro é muito longe". para mim, hoje, o futuro já chegou e praticamente já está passando. seja como for, meu aforismo é: a morte é uma droga (por contraste a Freud, que disse "não quero insurgir-me contra a ordem universal"). e acho que precisamos bolar uma tecnologia (renda?) para resgatar esta droga toda.
DdAB
ilustração: aqui. para mim, uma das mais lindas cenas que já vi no cinema: o braço, o cálcio, o osso, num átimo, transformam-se em naves espaciais. outra, que me forço a citar, é a do ET viajando na cestinha de uma bicicleta, carregando-a e ao menino, pelos áres, contra o luar! romantismo é isto aí.

4 comentários:

Sílvio e Ana disse...

Devemos lembrar: "No futuro, adeus pertences." e não nos preocuparmos tanto com a morte, nem com a nossa, nem com a do Sol. A vida começou sem a nossa interferência e continuará pelo tempo que a ela for destinado.
(Sílvio)

... DdAB - Duilio de Avila Berni, ... disse...

é. é e não é. creio que meus pertences também contemplam toda a linhagem desde a primeira protobactéria terráquea. e que, como tal, também eu pertenço às gerações futuras. o que as moléculas que hoje me moldam fizeram e fazem depois de deixar-me está gravado na história universal. e haverá algum neguinho mais sabido do que nós que poderá fazer uma "impressão em 3D" de toda a macacada.
DdAB
p.s.: 4:3 > Wide! (sendo ">" o operador "preferível a".

Tania Giesta disse...

Duilio: coincidentemente hoje escrevi o inicio da introduçao de meu trabalhinho academico, aqui vai um trecho:
...Que relação há entre educação e poder?
Conhecer é poder pois conhecer confere ao poder as condições de poder exercê-lo.O ser humano vive uma circunstancia em que o espirito pratico se sobressai, pois em tudo o que faz logo surgem as questoes: por que fazer isso? quem diz que isso é importante? esse pragmatismo é tipico de uma sociedade materialista há um grande apelo para o imediato, espera-se que toda ação desencadeada pelo individuo tenha retorno com beneficio.
Na verdade o conhecimento de todas as verdades, de todas indagaçoes vem quando o individuo compreende o que lhe é transmitidoe confere-lhe a possibilidadede realizar uma trajetoria diferente, ou seja, precisa ter no que acreditar...
Abraços

... DdAB - Duilio de Avila Berni, ... disse...

é, Taninha:
para um "trabalhinho acadêmico", "até" (!) que está bom. mas acho que vai dar um trabalhão encaminhar tudo isto. não sei se entendi bem, e -se o fiz- tendo a discordar suavemente aqui e ali.

se entendo bem alguns traços da literatura que me são apresentados por dois autores amados (Shaum P. Hargreaves Heap & Yanis Varoufakis), eu creio mais na cultura iluminista do que na pós-moderna. ou seja, eu creio num futuro luzidio para a humanidade. eu creio que, depois da desordem, retorna a ordem (ainda que admita que, depois da ordem, sobrevenha nova desordem).

com ironia, essa dupla que chamo carinhosamente de H&V, diz que o sistema de crenças herdado do Iluminismo transita "da crença na racionalidade, ciência e causalidade à fé na emancipação humana, progresso e luta de classes."

de minha parte, andei escrevendo aqui e ali que devemos substituir a "luta de classes" pela "luta entre instituições". e explico: isto é uma piadinha para dizer que a renda deve ser (como vem sendo mesmo...) distribuída principalmente entre as instituições (famílias pobres e ricas, governo) do que entre as classes sociais (trabalhadores e capitalistas).

seja como for, considero que o grande objetivo contemporâneo é lutar para expandir os horizintes de vida humanos.
DdAB