20 abril, 2011

Croissants para Ratos e Chimpanzés

querido blog:
no outro dia, um menino de rua bebia numa dessas festas (brunch, ou o que o valha) que os políticos oferecem a seus eleitores e foi interpelado por um enfarpelado:

-qual foi a vitrine que tu olhou nos últimos tempo que mais te impressionou?

o menino de rua, interlepado, coçou a cabeça com o garfo (que também lhe deram um prato de comida) e disse:

-inegavelmente, foi -creio- um livro com o peculiar título de "O Melhor que Pode Acontecer a um Croissant", or something like that.

versado em línguas estrangeiras que lhe foram passadas par coeur, ele sequer errou um dos efes, esses ou erres dessa sentençazinha em inglês de McDonnalds.

o enfarpelado, que bebera mais do que uma meia dúzia de meninos similares, apenas disse:

-tou entendendo. mas tu acha que rato come croaçã?

naturalmente, o menino de rua não foi capaz de entender o nexo que movia a segunda pessoa gramatical (portanto, pessoa com quem falava), mas ainda assim, tentando disfarçar que acabara de pegar mais dois brigadeiros, colocando-os no bolso do casaco também roubado:

-chimpanzés e ratos? eu não entendo muito os limites do antropocentrismo, nem do relativismo cultural. são coisas que não me foram passadas na escola, ao contrário. lá vi muito preconceito ser distilado pela professora de química. claro que o homem é diferente do chimpanzé, mas pensar que chimpanzés comprazem-se mais do que deveriam com a ingesta de croissants é exagerar, ainda que eu não queira minimizar a importância de pesquisadores do porte de um Bowles ou um de Vaal. seja como for, uma coisa é defender direitos animais e outra, bem diferente, é querer mandas os animais para a escola em visível detrimento de pessoas de minha espécie. para exemplificar, comigo mesmo, que ganhei muitos anos menos de escola que minha imaginação permitiria. o curso de tênis, por exemplo, não aceitou-me por causa de meu (evitável) raquitismo e da falta de roupa apropriada, que minha mãe foi incapaz de roubar.

ante o pestanejar estupefato do enfarpelado, ele prosseguiu:

-claro que existem semelhanças marcantes entre o homem e o chimpanzé. em boa medida, muito maiores do que as que existem entre um golfinho e um, digamos, bacalhau. nós, humanos, comemos chimpanzés e bacalhaus, golfinhos e cobras, lagartos e croissants. acho mais digno alimentarmo-nos puramente de croissants do que seguirmos ingerindo semelhantes, como ambos.

-dizem alguns que o golfinho é o animal mais inteligente, inclusive do que os ratos. mas eu já pensei que a vida em um planeta dominado por ratos bem que seria interessante. uma opção, para não nos alongarmos, é pensar que todos os humanos seríamos ("sou humano?", indagou-se, retoricamente, num tonzinho de quem está recitando trechos da peça "Coriolano" de Will Shake) induzidos por incentivos materiais a abandonar o planeta e forçados apenas a observá-lo à distância e nunca interferir.

-então escrevi um conto de ficção científica em que, no primeiro contato, teríamos visto os ratos praticamente em fase de extinção dado o apetite dos políticos, digo, dos gatos. neste conto, alguma circunstância terá feito com que os gatos comecem a caçada inclemente aos ratos. os ratos, como os chimps fizeram, pensa-se, na savana da África há menos de um milhão de anos, começariam a mutar, lenvando a melhor não apenas ratos mais rápidos mas, principalmente, ratos mais astutos.

-como, nos contos de ficção científica a que faltam algumas páginas, rapidamente chegamos à situaçãoem que os ratos começaram a desenvolver a inteligência da mesma forma que os chimps o fizeram na savana, na África despida de grandes árvores. num belo 31 de dezembro de um ano do futuro, foi observado que os ratos fizeram o primeiro instrumento que poderia parecer-se com um arco-e-flecha humanos, ou talvez com uma catapulta, as imagens não foram 100% nítidas.

-menos de 1.000 séculos depois, o que aconteceu foi que já havia até aviões projetados e tripulados por ratos, os gatos há se haviam tornado animais em extinção e retidos em zoológicos. e os ratos começaram os primeiros contatos comunicacionais com o outer world, chegando a identificar as navesm ais próximas de primatologistas, que se haviam transformado em "raticidas", como alguns cientistas terrenos passaram a dirigir-se, depreciativamente, a eles. eu, por exemplo, me deleitaria em ser convidado, mais vezes, a festas deste tipo, com este café da manhã.
DdAB
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3 comentários:

Sílvio e Ana disse...

Se bem me lembro, um rato até treinou uma equipe de tartarugas talentosas, transformando-as em ninjas.
(Sílvio)

Tania Giesta disse...

DUILIO: deixo p ti o cardapio abaixo, pois eu, OPERARIA DA EDUCAÇÃo satisfaço-me com um cafe expresso e croissant de uma lojinha de conveniencia, tem coisas que nem mastercard compra !!!RISOS
Abraço



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In the middle of the hotel there is another neat place, the "Breakfast lounge", in the morning you will be able from 7 till 10. 30 o'clock to enjoy a nice continental breakfast, composed of coffee, tea or chocolate, served with croissant, baguette and butter, marmelade and honey and also orange juice, grapefruit juice

... DdAB - Duilio de Avila Berni, ... disse...

ambos estão certos: o rato e o croissant. o rato gerou o St. Rats
College e a Rathauss Stiglitz, ao passo que o croissant gerou Saint Croix e os famosos choux à la crème. a páscoa é, como sabemos, a crème de la crème du chocolat. ou o master disse que seria o contrário?
DdAB