15 janeiro, 2011

Baimler-FM, pilates e português

  
querido diário:
esta postagem inicia-se às 8h00min desta radiosa (em algum lugar do planeta, que aqui no Menino Deus o que vemos são os fumos da borregarde em Guaíba e o céu encoberto por simpáticas nuvens impedindo que o calor senegalesco da Porto Alegre estival nos derrube, como o vento ao guapuruvu e o portentoso projeto proletário ao proletário otário) manhã, radiosa (nem tanto) manhã, andei querendo dizer.

que digo? sempre que indago "que digo?" lembro da emenda à errata feita à ata por um colega secretário: onde digo digo digo desdigo. queria dizer, digo, que esta postagem fala de português arrevesado, do corpo arrevesado por contentamento (pilatiano) e arrevezado por dores e esgares (observador da política brasileira). que dirá o prof. Marcelo Baimler, criador da Baimler-FM, que ouço neste momento, pois cliquei o link postado à direita nos "Links Amados", postados logo abaixo do "Eu sou". sou o que sou. parece que ouvi Charlton Heston, interpretando Deus him/herself, dizer isto a quem indagou-lhe sobre sua estrutura molecular. de outra parte, Alvinho (da revista Bolinha, op cit) um dia indagou-se, o que me deixou encafifado até hoje sobre filosofia: "se eu não fosse eu, quem seria eu?". dá o que pensar.

que digo?

.a. digo que Marcelo Baimler é uma das pessoas de mais alto e elevado astral que já conheci. levantei-lhe a hipótese que isto se deve a sua sistemática prática de exercícios físicos. ele aquiesceu, mas acrescentou que também lhe é importante para a moral elevada a audição sistemática à Baimler-FM, sua Internet Radio Station. de um acervo -não lembro agora se 500 ou 5.000 canções- retiro úteis de utilidade que parecem um infinito universo de alegrias e entretenimento.

.b. digo que se digo que "Marcelo ter-me-ia dito que pilatear é bom para os pilares colunares" então poderei ser desditado, ou melhor, desdizido, ou sei lá, o fato é que ele não disse, nem eu disse que ele disse, pois disse "se digo". ergo, se não digo, digo que fica o dito pelo não dito. digo mais: ele teria me dito que a mesóclise (ter-me-ia) caiu da moda, do mesmo modo que desmaiou a coda ou modificou-se a queda. e se digo "modificou se a queda", qual o problema da omissão do hífem? indagarei isto a algum andarilho, one of these mornings.

.c. digo que "one of these mornings" evoca-me Janes Joplin cantando na Baimler-FM: simplesmente Summertime, talvez quente prá burro, como cá. e se digo "I am what I am", parece-me que eu mesmo estaria evocando Tina Turner (ver Baimler-FM e revista Bolinha).

.d. por fim, se digo que não digo que Marcelo Baimler, num tempo em que exibia humor chorão, não praticava pilates nem -menos ainda- o ensinava para as gerações mais velhas, nem sequer podia caminhar, não estarei falseando a verdade dos fatos, pois ninguém com idade de cerca de um (hum) ano de idade pratica pilates aprendido em livros.

.e. por fim, o fim não é o fim: nenhuma postagem é tão longa que não possa ser espichada (frase de Baimler, M, mutatis mutandis). indagam-me o que faço e respondo invariavelmente: "faço um blog" e "faço pilates". pois nesta radiosa (epa!) manhã, tematizei ambos.
DdAB
p.s.: como vemos, comovem-me cacofonias e a variedade, de Gardel a Joplin, de Gallup a Sangallo, nem todos audíveis na Baimler-FM. ouça você mesmo/a.

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