30 janeiro, 2011

Autorreferência Política (o invento e retificação)

querido blog:
hoje inventei as autorreferências políticas, que começam escrevendo-se como não sei o que diz a respeito a Academia Brasileira de Letras, esta incendiária de bibliotecas, pois acabo de dar-me conta que meu simpático livro

PIACENTINI, Maria Tereza de Queiroz (2000) Só palavras compostas; manual de consulta e auto-aprendizagem. São Carlos: EDUFSCar.

tornou-se caduco. uma vergonha, com apenas 11 anos de idade, se tanto. uma vergonha para essa macacada que não tem o que fazer em casa, como o velho Bechara, e fica imaginando-se o velho Américo Pisca-Pisca, o reformador da natureza que, talvez, também deva ter seu nome mudado para Piscapisca, sei lá. nem vou estudar isto. contento-me em protestar com a eliminação das maiúsculas da primeira letra das palavras iniciais de frases, como o faz, assim entendo, e vou conferir in loco o jovem vasco da gama animal, sei lá.

seja como for, as autorreferências políticas começam com a seguinte:

que quererei reificar carinhosamente tendo do título o fim? (cansei deste troço de ligar início de uma palavra ao final da seguinte, repetindo-a, um troço de primeira linha do clube da baixaria, um troço inibidor da liberdade, como o velho Pérec e a eliminação de não-lembro-qual-letra de seu romance. eu eliminaria ABL dos meus... e botaria toda aquela macacada que ganha R$ 25.000 por mês na cadeia. se é que são apenas os citados R$ 25.000.

seja como for, passemos à parte da política desta reificação. tenho -na já saudosamente oculta- Zero Hora de hoje dois registros. tudo no caderno "Dinheiro", este reificador universal.

na primeira, diz-se que, na Argentina, o uso do cartão de crédito (ou de débito ou ambos), ou seja, a moeda escritural super escritural vai tornar-se obrigatório. sabendo da explosão que vive, no momento, o Oriente Médio, da explosão que viveu o Irã, imergindo no poder o Aiatolá Quomeíne, essas coisas, da explosão da Nicarágua, da explosão da União Soviética, da futura explosão de tudo quanto é ditadura, começando pelos Chavez da Venezuela, fiquei filosófico a respeito dos hermanos. lembro de outras tropelias e, na autorreferência, da dificuldade em trazer como bagagem de viagem a Posadas mercadorias que seriam, assim "exportadas ao Brasil". os neguinhos são loucos, pois as contas nacionais deram como exportação, anyway, tudo o que lá ingeri por via oral (claro que as ingestões nasais, ar e fumaça, não contam, pois nada cobraram por elas). um país que penaliza as exportações lembra o Império Brasileiro (não, não estou falando das famílias Sarney, Barbalho e, mais modernamente, Lula da Silva), de João VI a Pedro II.

já referi neste blog que, há alguns anos, vi lojas londrinas dizendo que não mais aceitariam cash e apenas cartões. uma coisa é "o mercado" achar isto interessante. mas outra coisa é o governo, imcapaz de administrar seu país, obrigar a negadinha a usar cartão, fazer serviço militar obrigatório, votar nas eleição, essas coisa que deixam neguinho de queixo na mão! em minha opinião, a Argentina padece de males assemelhados ao Brasil, o que me levou a tratar a dupla como Lizarb e Anitnegra, pois talvez de trás para frente dê certo. lá contraria-se o mercado, logo lá, onde Raúl Prebish pronunciou a frase que "o mercado é péssimo senhor mas ótimo servo". digo o mesmo do governo e da comunidade. nenhum deles é ótimo senhor, todos devem ser servos uns dos outros, pois são instâncias de poder consagradas por, digamos, 3 mil anos de história humana. talvez 4 mil, mas certamente não estamos falando de formações econômico-sociais mais velhas do que 200 mil anos... menos, muito menos. em Lizarb de hoje em dia, não se está afrontando em excesso o mercado com este câmbio esfignoninanométrico?

e que dizer do sr. Robert J. Schiller, professor de Yale e economista-chefe da MacroMarkets (sei lá o que é isto!), que diz que a profissão dele nunca conseguiu prever a crise de 2008, o que gerou enorme descrença por parte dos povos na profissão dele e minha. eu tenho ímpeto de cortar os pulsos ao ler este tipo de imbecilidade. a primeira crise realmente séria que pude observar, desde que me graduei em economia foi a de 1973. ela começou a acabar com a farra da milicada na economia brasileira, o II PND do general Geisel, essas coisas. depois, andei meio desligado, talvez, pois nada vi de mais marcante. seja como for, em 1987, vi a crise do Japão, em 1997-8, a dos Tigres Asiaticos e, claro, a de 2008. em todas elas, trilhões de dólares se evaporaram dentro de uma semana. mais algumas semanas, tudo voltava a crescer. a crise havia sido debelada. com -quase sempre- mais inflação, mais guerra cambial e mais desemprego. o câmbio e os preços voltam a alinhar-se e o desemprego segue altaneiro. e assim será per omnia secula seculorum. hoje no Brasil exalta-se o milagre do emprego. mas eu acho que o Brasil não é um país sério para falarmos seriamente na mágica igualitária por aqui. enquanto houver um menino de rua, clamarei por um emprego de um psicólogo, uma assistente social, outro dentista, etc., para tomar conta dele. e enquanto houver velhinhos abandonados, clamarei por ajuda feminina, mais carinhosa...

o que mesmo quer dizer o Robert?diz que "[...] o economista Edwin R. Selligman em 1889 [disse que] 'a economia é uma ciência social, ou seja, é ciência ética, e portanto histórica... Nâo é uma ciência natural e, portanto, não é uma ciência exata ou puramente abstrata'.". ou seja, se Edwin não descobriu a pólvora, até antes de Thornstein Veblen, o certo é que Shiller acaba de fazê-lo. não sei o que o levou a pular a crise de 1929 e outras nos Estados Unidos antes e depois de 1929, 1973, 1987, 1997-8, e por aí vai.

agora, o fato de que a economia é uma ciência social não vejo bem como é que tem implicações sobre a ética. ou com a moral, ou com a religião. o que vejo é espaço para enorme discussão deste ponto. agora, também, dizer que "portanto histórica" é, se quisermos, ficar recitando uma série de sinônimos para ciência econômica, ciência social, ciências morais, filosofia política, esse troço todo. o que seria mesmo que ele queria dizer com ciência natural, a dominada pelas rochas ou pelas abelhas? e que a economia não é uma ciência exata. já viu algo mais exato do que o fechamento de um balanço? e a economia não é puramente abstrata? nem o mundo fascinante das simulações? acho que o pessoal de Yale anda contratando cada pérola que faz inveja até às pérolas que cultivamos por esta Lizarb e essa Anitnegra.
DdAB
p.s.: como não achei nada interessante sob o título de "besteirol", pulei para "jogadores de carta", o que me lembra o pocker e o blefe. acho que, de modo análogo aos políticos brasileiros, o Robert é um blefe. pago para ver. e mais: prevejo uma crise severíssima para 2017. para a crise de 2008, o que prevejo é que o mundo vai pegar fogo para gerar a instituição da Brigada Ambiental Mundial, pagando a renda básica universal para seus brigadeiros. um dia este planeta ainda pega fogo, mas acho que não será antes de 2020...

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