uma reportagem das p.4-5 de ZH de hoje dá instruções aos pais sobre o manejo da questão das drogas na infância. também há opiniões respeitáveis no artigo artigo ao lado, escrito por Humberto Trezzi. espero não estar sendo -excessivamente- redundante em trazer-te, amado diário, minha visão do assunto.
primeiro: incorporei (dos livros que tratam da mensuração da "felicidade nacional bruta") o conceito de droga recreativa. além do chimarrão e da cachaça, fala-se em muitas das substâncias atualmente proscritas pela lei. ou seja, uma sociedade aberta deve conviver com a possibilidade de algum cidadão (esta palavra exclui o trio crianças, criminosos e loucos) recrear-se com o consumo de bens ou serviços que desagradariam a outros, provided que não os prejudicasse.
segundo: como professor, não posso deixar de alardear a importância da educação, a fim de vencer esta e muitas outras mazelas. em particular, no caso da dependência de drogas (condição que retira o indivíduo do grupo dos "cidadão", com a acepção que acima dei ao termo), o vício e as recidivas devem-se a falta de informação, falta de bases sobre as quais uma cultura de socialização (ler, escrever, comportar-se socialmente) e individuação (leituras, listas de exercícios, testes, exames, releituras, reflexões, reflexões, reflexões) levaram Tony Blair a ficar famoso com sua panacéia de "education, education, education" para salvar o Reino Unido. ainda neste grupo de "educação", é preciso citar o caso da educação física, uma verdadeira cultura do esporte que, além de levar o praticante a individuar-se e -mais ainda- querer vencer a si mesmo, superar-se, que é o maior anti-depressivo hoje indicado para loucos de todos os calibres!
terceiro: descontados nossos filhos e netos, as prédicas sobre as virtudes de uma vida saudável não são feitas por pais/avós confiáveis. se estamos pensando na população gaúcha globalmente, identificando aquele "pai gaúcho médio", veremos tratar-se -ele mesmo- de um indivíduo carente de valores mais elevados, pois ele já foi vítima de uma educação familiar regida por indivíduos carentes, e por aí vai. ou seja, uma menina de rua, que pariu aos 12 anos e reteve o bebê para criá-lo vai transformá-lo em pedinte de silaneira, e por aí segue a escada. mesmo as condições de habitação de trabalhadores desqualificados (papeleiros e mesmo empregadas domésticas e até certos empregos menos precários) mostram que a família faz parte do drama e não da solução. para elas também o desafio é criar meios de expandir a educação de adultos. alguém (uma plêiade de profissionais, destacando-se, claro, os professores) deve ajudá-los a quebrar sua inércia física e mental (coluna, mente e coração).
quarto: ligado ao terceiro. em particular, no Rio Grande do Sul, o que vimos no governo de minha ex-professora e ex-colega foram políticas -para não falar na segurança pública- espantosamente enviesadas:
.a. as enturmações, chegando a turmas de 50 alunos e
.b. as aulas ministradas em containers.
eu já andei usando, para muitos assuntos, a interjeição "só bebendo!", que agora mudo para "só educando os pais!".
DdABprimeiro: incorporei (dos livros que tratam da mensuração da "felicidade nacional bruta") o conceito de droga recreativa. além do chimarrão e da cachaça, fala-se em muitas das substâncias atualmente proscritas pela lei. ou seja, uma sociedade aberta deve conviver com a possibilidade de algum cidadão (esta palavra exclui o trio crianças, criminosos e loucos) recrear-se com o consumo de bens ou serviços que desagradariam a outros, provided que não os prejudicasse.
segundo: como professor, não posso deixar de alardear a importância da educação, a fim de vencer esta e muitas outras mazelas. em particular, no caso da dependência de drogas (condição que retira o indivíduo do grupo dos "cidadão", com a acepção que acima dei ao termo), o vício e as recidivas devem-se a falta de informação, falta de bases sobre as quais uma cultura de socialização (ler, escrever, comportar-se socialmente) e individuação (leituras, listas de exercícios, testes, exames, releituras, reflexões, reflexões, reflexões) levaram Tony Blair a ficar famoso com sua panacéia de "education, education, education" para salvar o Reino Unido. ainda neste grupo de "educação", é preciso citar o caso da educação física, uma verdadeira cultura do esporte que, além de levar o praticante a individuar-se e -mais ainda- querer vencer a si mesmo, superar-se, que é o maior anti-depressivo hoje indicado para loucos de todos os calibres!
terceiro: descontados nossos filhos e netos, as prédicas sobre as virtudes de uma vida saudável não são feitas por pais/avós confiáveis. se estamos pensando na população gaúcha globalmente, identificando aquele "pai gaúcho médio", veremos tratar-se -ele mesmo- de um indivíduo carente de valores mais elevados, pois ele já foi vítima de uma educação familiar regida por indivíduos carentes, e por aí vai. ou seja, uma menina de rua, que pariu aos 12 anos e reteve o bebê para criá-lo vai transformá-lo em pedinte de silaneira, e por aí segue a escada. mesmo as condições de habitação de trabalhadores desqualificados (papeleiros e mesmo empregadas domésticas e até certos empregos menos precários) mostram que a família faz parte do drama e não da solução. para elas também o desafio é criar meios de expandir a educação de adultos. alguém (uma plêiade de profissionais, destacando-se, claro, os professores) deve ajudá-los a quebrar sua inércia física e mental (coluna, mente e coração).
quarto: ligado ao terceiro. em particular, no Rio Grande do Sul, o que vimos no governo de minha ex-professora e ex-colega foram políticas -para não falar na segurança pública- espantosamente enviesadas:
.a. as enturmações, chegando a turmas de 50 alunos e
.b. as aulas ministradas em containers.
eu já andei usando, para muitos assuntos, a interjeição "só bebendo!", que agora mudo para "só educando os pais!".
p.s.: criança, criminoso e louco não são cidadãos? claro que são, né, meu?, o que eles não são é cidadãos no direito de exercerem amplamente os direitos da cidadania, mas seguem tendo direito à vida, à privacidade, à expressão da vontade, desde que as duas últimas (claro que a vida só não é intocável nos países hediondos) não interfiram nas limitações naturais. bebê não pode ser colocado a dirigir trens de grande velocidade, criminosos não deveriam ser eleitos para cargos públicos e loucos não deveriam narrar partidas de futebol na TV.
captura da imagem: http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1330473359462568907. não é bem uma imagem atual, mas homenageia a vida lisboeta e a de José de Saramago e reforça a pergunta que devemos fazer ao encontrar velhos amigos: "que andas lendo?".
2 comentários:
É, Duilio, adorei a postagem!
Vi a anterior e tenho que elogiar a imagem. Adoro Klimt!
Aos poucos estou de volta ao mundo virtual.
MdPB
oi, da Paz! sempre fico feliz ao ver esse mundo virtual que frequentas. sobre Klimt, meninos de rua e Viena, o que tem em comum para mim é que eu mesmo requisitei -como souvenir- um parafuso enorme e sua porca que pairavam ao lado de uma obra de conservação das vias dos bondes daquela cidade mágica. e lá descobri o pintor e arquiteto Hundertwasser, ultra maneiro.
DdAB
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