querido blog:
estou certo de que, daqui a milhares de anos, se alguém conseguir decifrar a expressão do português do século XXI como o equivalente ao contemporâneo "que bicho é este?", ninguém terá a menor ideia de que estamos vendo -ou muito me engano- um caminhão. não haverá caminhões? mas não haverá mais setor transportes? claro que não haverá caminhões, mas haverá setor transportes.
claro que sempre penso numa economia com crescimento infinito. claro que, para mim, o máximo em uma refeição é ingerir uma ou duas feijoadas, cinco ou seis macarronadas, 10 ou 20 picanhas, 30 ou 40 polentas, e por aí vai. mas até acho que já exagerei. mesmo exibindo preferência pela diversificação, não creio legitimamente poder passar de uma feijoada, uma macarronada, uma picanha e uma polenta. principalmente, se isto fizer-se acompanhar por um ou dois barris de vinho (ou cachaça, tanto faz...).
então somos forçados a concluir que o crescimento infinito não ocorrerá por meio da expansão da indústria de alimentos. a saciedade é um fato limitante para ela. e os restaurantes? também, pois eles não poderão elevar os preços às estrelas, pois eles próprios já estarão no rumo delas. mas então como e onde se dará o crescimento? para cessar com esta espécie de delírio de ficção científica, vou dizendo logo:
.a. comércio e transportes
.b. intermediários financeiros e aluguéis
.c. governo, educação e saúde
.d. outros serviços (serviços pessoais e serviços diversos, inclusive os restaurantes estelares).
DdAB
captura da imagem: http://static.blogstorage.hi-pi.com/photos/bellomo.musicblog.com.br/images/gd/1214315846/Que-bicho-e-esse.jpg.
Nenhum comentário:
Postar um comentário