30 julho, 2009

Produtividade Progressista

Querido Blog:
achei que precisava aditar uma palavra sobre a inevitabilidade do caos provocado por uma população constituída por idosos. andei dizendo que as criaturas que consideram que não haverá mudanças sustanciais no futuro são empedernidas reacionárias. a rigor, elas são reacionárias nem tanto por serem arredias a mudanças no presente, mas por serem pessimistas e, como tal, incapazes de sonhar futuros luzidios.

o conceito de produtidade do trabalho ajuda a entendermos que hoje um indivíduo produtivo gera riqueza suficiente para mantê-lo durante todo seu curso de vida e mais gente ainda, por exemplo, seus filhos até alcançarem a idade ativa. mas aqui temos a primeira brecha. filhos apenas até o ingresso na maturidade? por que não 10 anos a mais? e os pais? todo trabalhador tem direito de deixar seu pai morrer à míngua?

o conceito de produtividade total dos fatores engorda o denominador desta fração. ainda assim, está na cara que a PTF também cresceu desabridamente ao longo dos últimos 10.ooo anos. isto nos faz pensar na função de produção M = Y = f(L, Kf, Kh, Ks, Kt), onde M e Y representam o valor adicionado (pois V = P = 1 na equação quantitativa utilizada), L é o emprego, Kf é o capital físico, Kh é o capital humano, Ks é o capital social e Kt é o capital sistêmico. neste caso, também podemos dizer que uma parte de tudo o que é produzido cabe ao "sistema".

naturalmente, se esta parte for carreada à população, digamos, na forma da renda básica universal, dando conta, por exemplo, da degradação ambiental, haverá recursos que não a deixarão -a população, remember?- morrer à míngua. se esta fração é 1% ou 99%, aí é que está o nó górdio. e apenas desabridos reacionários pensam que esta fração é uma constante mais severa do que a de Planck. no conceito de sociedade justa de David Havery, vemos claramente que há espaço para rendimentos do tipo do atribuído ao Kf: todos estão credenciados a uma fração do excedente produzido pela sociedade.
DdAB

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