16 dezembro, 2008

Basic Income

Caro Sr. Blog:
Esta imagenzinha que acima vemos origina-se de um livro, é a capa dele, uma por cada exemplar. Não sei bem se é um livro apologético ou deletério da sublime instituição de meter a mão no bolso do outro e ter o próprio bolso compartilhado com a mão do outro. Que você acha, Mr. Blogger Man?
De acordo com o modelo completo do fluxo circular da renda (aquele em que o Bloco B33 da matriz de contabilidade social mostra as transferências das instituições entre si), este dinheirinho -cujo saldo contábil é nulo, pois se arranco R$ 1 de teu bolso e tu retiras R$ 1 de minhas calças, e se convertermos dinheiro em números (isomorfismo econômico), então -como 1-1=0- vai gerar mais dinheirinhos e o saldo não será nulo.
Um menino de rua, no outro dia, quando eu passava pela frente do Hospital São Pedro de Porto Alegre, falou-me no que chamou de "teorema do orçamento equilibrado". Disse que, se o mercado de bens responde a aumentos da demanda sem efeitos deletérios da taxa de juros ou do nível geral de preços, podemos afirmar o que ocorrerá. Por exemplo, elevações de R$ 1 no gasto público que sejam compensadas pela elevação nos tributos no valor de R$ 1 causarão elevações na renda no valor de R$ 1. Ou seja, G - T = 0, mas dY = 1. "Ine maravilhe", como ele mesmo expressou-se, totalmente à volonté, para falar francês com quem desse e viesse.
Será que o Prof. Carlos Lessa atualizou-se com relação ao edificante nível que alcançou ao escrever o afamado livro "Introdução à Economia, uma abordagem estruturalista", em co-autoria com o mais circunspecto Antonio Barros de Castro? Será que ele sabe este troço do orçamento equilibrado? Será que ele já ouviu falar no modelo IS-LM? Será que ele já ouviu falar em "renda básica"? Será que ele padece do fetichismo da mercadoria? Será que ele não sabe que valor da produção e valor adicionado não são vinho da mesma pipa, nem farinha do mesmo saco nem mesmo torcedores do mesmo clube de aeromodelismo?
Parece que o Sr. Honorato (ou foi o Sr. Taco?) dizia que "se tu qué aumentá o vebepê, aumenta, sô, só que para fazê-lo tu pode mexer no P-produto, no Y-renda ou no D-despesa." E: "se tu não escolhê a renda, então é porque tu é acolherado com os político". Eu pensei que um troço destes foi o que eu escrevi uns dias atrás num papelzinho que caiu em plena Festa de Igreja lá deles, Jaguari. Então, esse troço de 1-1=1 tá com tudo? Sem variações nos juros e sem variações nos preços, sim, está com tudo, sim! E com variações nos juros e nos preços? Pode dar até menos do que 1, mas também pode dar mais do que 1.
Saudações.
DdAB