27 janeiro, 2015
As Manifestações e a Democracia
Querido diário:
Posso provar a existência do livro
NOVAES, Adauto (org.). Ética. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
E que dele faz parte o seguinte capítulo:
LAFER, Celso. A mentira: um capítulo das relações entre a ética e a política.
No capítulo de Lafer, lemos a seguinte bomba:
Porque a democracia se baseia no princípio da confiança e da boa-fé, e não no medo, ela sucumbe quando a esfera do público perde transparência e se vê permeada pelo segredo e pela mentira, que é o que ocorre quando a palavra esconde e engana, ao invés de revelar, conforme determina o princípio ético da veracidade.
O que converte governados engagés em enragés, gerando a violência, observa Hannah Arendt, é a hipocrisia da mentira dos governantes. Da mesma maneira, é a mentira dos governantes que gera o ceticismo e a impotência dos governados, que não têm base para agir sem os alicerces da verdade dos fatos. É por isso que a mentira pública, da mesma maneira que o segredo como exceção ao princípio da transparência do poder, requer um controle, ainda que a posteriori, de natureza pública, na dupla acepção de comum e de visível.
Claro que não se fala no Brasil, mas aparentemente é absolutamente o Brasil. Nesta linha de espinafrar o status quo, estarreci-me também com isto aqui, da Marta Suplicy (de onde também saiu a imagem lá de cima). O que me diz respeito é que prevejo mais quebra-quebra em 2015 e, em especial, os afamados black blocs. E acho que é bem esta questão dos engagés versus os enragés. E, claro, há os afamados termocéfalos (de que se falava no Chile e os tempos de Salvador Allende) no Brasil, que não mais conseguem ver na via pacífica a solução para o descalabro. De minha parte penso na assembleia nacional constituinte. Mas não me engano que o Brasil possa fazer algo decente nesta linha. Minha esperança é a assembleia constituinte mundial, para a formação do governo mundial.
DdAB
P.S. e de onde tirei isto? Daqui:
ARRUDA, Maria Lúcia de & MARTINS, Maria Helena Pires (2009) Filosofando; introdução à filosofia. 4ed. São Paulo: Moderna.
O texto citado está na página 273.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário