02 janeiro, 2015

A Lei de Say e a Indústria


Querido diário:

Nem sei se foi bem assim: deixar a postagem mais importante do ano para seu primeiro dia de trabalho. Ou foram outras as circunstâncias cercando a "vida social" que temos tido em torno da doença de nosso amado colega Jesiel de Marco Gomes. Hospitalizado que ele está, recebe visitas de amigos/colegas economistas. Sem intenção de irritar o doente, voltei a falar de minhas intuições de que as políticas industriais são intrinsecamente erradas, pois discriminam contra as políticas educacionais, aquelas coisas, inclusive que o lobby dos diretores de escola tem menos eficiência que o lobby dos diretores de indústrias.

Pois lá estavam também os profs. Carlos Mielitz e Ariel Garcez e veio-me a ideia como um raio. Querer "desenvolver a indústria", ou seja, expandir a oferta de bens industriais nacionais (em discriminação aos importados) incide no pecado chamado de lei de Say, segundo a qual a oferta gera sua própria demanda. De minha parte, prefiro pensar que um programa nacional de, digamos, um ônibus por sala de aula é mais importante que qualquer desses incentivos que vêm sendo dados à indústria. A mim parece óbvio que Keynes (e milhares de outros) tinha razão ao sustentar que a demanda é que determina a oferta. E não é isto que faz seu capítulo 3 com aquele modelinho de determinação da renda? E não é isto que faz a matriz de insumo-produto quando resolvida no chamado modelo aberto, ou seja, um modelo em que a demanda final é que determina o nível de produção?

Que posso fazer a respeito? Postar aqui, selecionar as postagens que fiz sobre o tema, organizá-las e metê-las na forma de artigo! Ainda o farei, se não em 2015, pelo menos em um desses anos que nos guarda o futuro.

DdAB
Imagem originária deste site austríaco.

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