26 dezembro, 2011

Um Caso de Escolha Envolvendo Risco

querido diário:
se bem entendi, o deseho que segue não é bem desenho, mas um esquema. um dia transformá-lo-ei em um tipo de arte que será chamada de arte/planilha. esperemos. tem paciência, espera.

temos ali o confronto (confluência) de uma ruazinha com um avenidão. um pedestre deseja cruzar a ruazinha da esquerda para a direita. da ruazinha não se vê movimento. mas um pobre carrinho de quatro rodas quer ingressar à esquerda na ruazinha. o pedestre vê que ele está sinalizando, ainda em movimento. mas o próprio pedestre também vê o enorme caminhão circulando em linha reta pelo avenidão (em alta velocidade, como é costume dos veículos de carga nas cidades brasileiras). o pedestre pensa: como ele não está sinalizando que quer entrar à direita, posso concluir que ele quererá seguir em frente e o pobre carrinho não é loque e freará, ficará esperando a passagem do ilustrado motorista do caminhaozão.

é o elogio da teoria da escolha racional: o motorista do pobre carrinho, na visão do Pedestre Racional (que, como não estou usando o marcador "Vida Pessoal", é outrem...), estancará, segurará seu carro, freará, temendo o atropelamento. um pipoqueiro que por ali vegetava ouviu a explicação e acrescentou: "a verdade é que existe alguma incerteza para ser enfrentada pelo Pedestre Racional, pelo motorista do pobre carrinho e pelo condutor do Enorme Caminhaozão. e ela pode ser eliminada por meio de cálculos de probabilidade que serão submetidos aos programas de inteligência artificial implantados nos relógios dos três agentes. em resumo, o pobre carrinho estancará, o Enorme Caminhão prosseguirá em linha reta, o mesmo procedimento (atravessar a rua em linha reta) sendo adotado pelo Pedestre Racional.

repito: como nada tive a ver com esta cena, despeço-me afanosamente.
DdAB

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