querido diário:
se bem entendi, o deseho que segue não é bem
desenho, mas um esquema. um dia transformá-lo-ei em um tipo de arte que
será chamada de arte/planilha. esperemos. tem paciência, espera.
temos
ali o confronto (confluência) de uma ruazinha com um avenidão. um
pedestre deseja cruzar a ruazinha da esquerda para a direita. da
ruazinha não se vê movimento. mas um pobre carrinho de quatro rodas quer
ingressar à esquerda na ruazinha. o pedestre vê que ele está
sinalizando, ainda em movimento. mas o próprio pedestre também vê o
enorme caminhão circulando em linha reta pelo avenidão (em alta
velocidade, como é costume dos veículos de carga nas cidades
brasileiras). o pedestre pensa: como ele não está sinalizando que quer
entrar à direita, posso concluir que ele quererá seguir em frente e o
pobre carrinho não é loque e freará, ficará esperando a passagem do
ilustrado motorista do caminhaozão.
é o elogio da
teoria da escolha racional: o motorista do pobre carrinho, na visão do
Pedestre Racional (que, como não estou usando o marcador "Vida Pessoal",
é outrem...), estancará, segurará seu carro, freará, temendo o
atropelamento. um pipoqueiro que por ali vegetava ouviu a explicação e
acrescentou: "a verdade é que existe alguma incerteza para ser
enfrentada pelo Pedestre Racional, pelo motorista do pobre carrinho e
pelo condutor do Enorme Caminhaozão. e ela pode ser eliminada por meio
de cálculos de probabilidade que serão submetidos aos programas de
inteligência artificial implantados nos relógios dos três agentes. em
resumo, o pobre carrinho estancará, o Enorme Caminhão prosseguirá em
linha reta, o mesmo procedimento (atravessar a rua em linha reta) sendo
adotado pelo Pedestre Racional.
repito: como nada tive a ver com esta cena, despeço-me afanosamente.
DdAB
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