senhor blog:
Na segunda metade do século XX, o mundo fez-se consciente da
existência do subdesenvolvimento. Na América Latina, o clamor pela industrialização
induzida pelo capital público tornou-se uma religião. Em outras palavras,
achava-se que a “política industrial” poderia trazer “renda e emprego”, o que
resolveria todos os problemas da vida societária. O Brasil passou do
diagnóstico à recomendação, fazendo um esforço industrializante, ainda que com
um PIB gerado no setor serviços já maior do que a soma dos produtos agrícola e
industrial. Ainda assim, a vitória do desenvolvimentismo
foi marcante, tendo investimentos e mecanismos creditícios chancelados pelo
governo.
Uma vez que, na época, os recursos não eram menos escassos,
sacrificou-se, por exemplo, uma rede de distribuição serviços de educação e
saúde, que geram capital humano e talvez desenvolvam a indústria do mobiliário ou a
dos instrumentos de precisão. Este tipo intangível de “capital” é made in Brazil, não sendo normalmente
exportado em forma direta, mas na forma de produtos tecnologicamente mais
avançados como os automóveis e a soja tropical. O festejado investimento
estrangeiro serviu para dinamizar setores da economia brasileira, inclusive a
chamada elite operária de São Paulo. A soja tropical dinamizou mais ainda a
conquista do oeste brasileiro, ainda que ambos os processos tenham ceifado
vidas.
O desenvolvimento do capital humano ajudaria a reduzir ambos
os morticínios. Mas não é apenas isto: empregos de professores e cuidadores,
médicos e enfermeiros contribuem para o PIB dos
serviços e para a demanda que estes podem exercer sobre os setores agrícola e
industrial. Sua contribuição mais importante é para a formação do capital
humano, que pode gerar um trânsito mais desenvolvido e um tratamento ambiental
do mesmo porte. No sábado passado, Rosane de Oliveira comentou a iniciativa do
Ministério da Saúde em direção à criação de centros comunitários em que serão
oferecidos à população serviços de exercícios físicos. Caso a eles sejam
acopladas ainda a campanhas de reeducação alimentar e de combate ao tabagismo,
eleva-se o padrão sanitário nacional, ipso
facto, deixando-o mais próximo ao da sociedade igualitária. Saúde para todos
é mais igualdade, permitindo o funcionamento eficiente do mecanismo de mercado.
DdAB
imagem do interessante site abcz. parece o Bibines.
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