30 novembro, 2011

Significado de Dialética

querido diário:
no outro dia, vi postado no blog Bípede Pensante (ver link à direita) uma -digamos- diatribe contra o "método dialético". eu vi o desmonte deste método de ciência e retórica feito pelos marxistas analíticos há 20 anos. os analíticos argumentam que a contribuição substantiva de Marx não foi o método, mas precisamente os achados resultantes de sua pesquisa. no soy tanto, como teria cantado Chico Buarque a paratir da canção cubana, ou seja, não consigo entender adequadamente estes aspectos. entendo que o marxismo tem contribuições importantes, e a mais marcante é a "lei da centralização do capital". agora, se isto é dialética, conjetura, falsificacionismo, então sou incapaz de decidir...

ao mesmo tempo, tempos depois, o tempo consagrou-me como proprietário do livro "Dialética para Principiantes", de Carlos-Roberto Cirne Lima, mais citado aqui até mesmo que o Bípede Pensante. pois, depois bemdepois de ter lido o "Bípede", caiu-me nas mãos mais uma vez, incontáveis vezes o próprio Cirne-Lima. e ele fala coisas maravilhosas.

mas vou destacar apenas uma, aplicada ao direito. o assunto começa com as "partes", ou seja, os contendores de uma disputa sobre direitos. então o juiz deve "ouvir as partes". cada parte exibe um interesse, cada parte terá seus argunentos para justificar ter recorrido à justiça. será assim a dialética o ataque e a defesa de qualquer tese defendida por uma parte correspondentemente defendida e atacada pela outra parte. naturalmente, não sou capaz de dizer o que é um método para se chegar à verdade, epa, à justiça e o que é retórica. mas Cirne-Lima sabe...
DdAB
imagem: olímpica. é o próprio Monte Olimpo, foto retirada, como observamos, da Wikipedia ponto pt.
p.s.: esta postagem é a de número 268 de 2011, alcançando este récord batido em 2010. se eu postar amanhã, e depois, e depois, terei novo récord com relação a todos os blogs. este, com seus três anos e os demais que somam mais quatro, total = sete, como o número de orifícios que o homem tem na cabeça.

p.s.s.: às 22h22min de 3/dez/2011, complementei: falei na lei da concentração. mas, para mim, a mais interessante "lei" descoberta por Marx é a versão econômica da filosofia hedonista: o capitalismo volta-se a transformar trabalho vivo em trabalho morto. e esta é sua maior contradição, pois -ao fazê-lo- eleva a produtividade do trabalho. e aí se manifesta a lei do valor: quanto maior a produtividade, menor é o valor. isto significa que economizar trabalho vivo reduz a lucratividade das empresas. mas quem não economiza, perde a corrida da produtividade e não consegue cobrir os custos quando os preços caem.

2 comentários:

Bípede_Pensante disse...

Caro Professor,
vc não vai acreditar, mas anteontem caiu-me nas mãos um livro ancestral, que de tão velho eu nem lembrava mais que tinha. Trata-se de um exemplar daquela "Coleção Primeiros Passos", também antiquíssima. E o título é "O que é a Dialética". Consegui vencer minha resistência e li uns trechinhos. O Cirne-Lima já deve ter te dito isso, mas lá na página 58 deste livro o Leandro Konder disse que o Engels teria dito que as leis da dialética seriam três:
"1. lei da passagem da quantidade à qualidade,
2. lei da interpenetração dos contrários e
3. lei da negação da negação."
Pois bem, gostei tanto da primeira lei (sobre a qual intuitivamente já havia pensado bastante, mesmo sem saber - ou lembrar - que se tratava de uma das leis da dialética, que já anotei na agenda para as férias: estudar a dialética!
Quem viver, verá.
BP, como vc diz.

... DdAB - Duilio de Avila Berni, ... disse...

è vero, BP. confesso-te que apenas após o Cirne (e ligando com a McCloskey) é que voltei a pensar na dialética (depois do golpe, em especial, de Jon Elster). e muitos marxistas dizem que o Engels estragou tudo no livro "Dialética da Natureza". mas primeira lei é legal: de minha parte, entendo o conceito de média como o mais genial da humanidade (desde 50mil anos atrás) e que não é mais do que isto: temos pilhas de dados e um numerozinho resume tudo...
DdAB