02 maio, 2011

Obama 1 x 0 Osama

querido diário:
hoje foi um dia marcante para mim. num dos marcantes momentos de minha vida de turista, passei o mês de fevereiro do ano 2001 em Nova York. a data famosa, porém, daquele ano foi o seven-eleven, ou seja, o 11 de setembro. nesse dia, já tendo lido boa cota de Machado de Assis, que eu lia antes da viagem e mesmo durante (além de ter feito o rascunho quase final de um artigo sobre a teoria do valor), recebi um telefonema de gente querida dizendo que as torres gêmeas de Nova York foram derrubadas por dois aviões. incredulidade e estupefação. liguei a TV e não pude deixar de associar-me ao sentimento de fim-de-mundo que exalava das transmissões.

no preciso instante em que tomava contato com a tragédia, lembrei-me de ter aprendido com Yasser Afafat, lido em algum lugar destes: "È inconcebível que, a qualquer título, se ataquem as populações civis". ou seja, combate ao poder instituído é uma coisa e carnificina é outra diversa e patológica. terrorismo. ao mesmo tempo, matar soldadinhos inocentes também não é legal. costumo recomendar que os políticos sejam condenados a fazer um curso de teoria da escolha pública antes de se declararem tal, ou seja, pré-candidaturas. ao mesmo tempo, num dia como hoje, não vejo problema em que eles também sejam induzidos a ler todo o Journal of Conflict Relution, a fim de não -como se diziz- apelarem para a ignorância. ademais, Rorty já nos avisou que a racionalidade é que é o verdadeiro antídoto da violência.

ou seja, condenei por todos os meios que pude o ataque às torres gêmeas. e não pude deixar de aprender inglês, como o Mr. George Winston Bush: "we will hunt down them". e não é que -se não ele, mas - seu sucessor o fez. ontem com -digamos- merecido orgulho Obama anunciou ter matado Bin Laden. será que tinham mandato de prisão? será que lhe deram voz de prisão? será que iriam levá-lo para ser julgado no foro de Nova York? sou pela paz! não escondo, porém, que nem a morte deste homem serve para empanar a tristeza daquelas pessoas que morreram em consequência de patologias de terceiros.

os que morreram nas torres gêmeas e mesmo trabalhadores lá se seu ministério da defesa não são "os Estados Unidos". logo quem foi agredido foram indivíduos humanos presumidos inocentes. da mesma forma, no dia primeiro de maio, foi abatido outro indivíduo humano sabidamente culpado.

minha postagem de hoje tem o título futebolístico em protesto a duas ou três chamadas de mesma analogia do noticiário que li em Zero Herra. pode?
DdAB
ilustração: bela imagem!

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