na postagem 700, torno-me enigmático, mas o próprio título começa a bocejar, então explico tudo. 27,5 é a alíquota máxima do imposto de renda brasileiro que levou dois gols da milagrosa valorização patrimonial registrada pelo dr. Antônio Palocci (digo "Antônio", pois penso que -pela idade dele- naquele tempo ainda se usava o chapéu; seja for, o segundo gol contra o Brasil é da ABL).
pois bem, dias atrás fiz comentários a estimativas de que encontro-me entre os upper one per cent da distribuição da renda no Brasil. por isto, a alíquota máxima do imposto de renda que incide sobre meus ganhos é de 27,5%. Palotti, nestes anos, aumentou o patrimônio, mesmo que sem heranças. ou seja, aumentou-o pois converteu renda em riqueza (na verdade, a riqueza contempla, além de imóveis e móveis, investimentos imobiliários e mobiliários, anéis, títulos e... dinheiro, ou seja, depósitos bancários que lá ingressaram como renda. até o último centavo). pois não é que, homirde professor onevercetário (ainda assim, nos upper one percent, e só imagina como serão os lower one per cent), meu patrimônio, em 2006 era maior do que o do ministro Palocci (atual e prévio)? acredita? bem disse Jorge Mautner: "nababo na Babliônia sempre é um rei". mas nem Mautner, nem Palocci nem eu somos "um pobre diabo", no máximo seríamos três...
então o cálculo que atribuem ao dr. Palocci é o seguinte:
:: patrimônio inicial em 2006: R$ 375 x 10^3
:: patrimônio final em 2010: R$ R$ 882 x 10^3 + R$ 6,6 x 10^6 (at least)
:: variação patrimonial: R$7,482 x 10^6
:: renda: R$ 7,482 x 10^6 + R$ 3,27 x 10^4 + R$ 2,85040345 x 10^6
+++ (três cruzes) :: explico-me: os 3,27 são a estimativa que fiz para os demais rendimentos dele, supondo que ele teria gasto mensalmente a quantia de R$ 545 (o valor presente do salário mínimo) e os R$ 2,85 são o imposto de renda sobre os proventos de qualquer natureza.
:: em português: a renda dele foi de, pelo menos, R$ 125 mil mensais.
:: em São Paulo mora o ex-ministro Márcio Bastos. uma vez ouvi-lhe uma entrevista em que ele informava o povo que retirava de seu escritório de advocacia R$ 250 mil mensais. um vez que meu modelo distributivo é de alta aversão à desigualdade (ou seja, talvez alta inveja), pensei que eu devia mesmo era ter sido prefeito de Ribeirão Preto ou ministro da justiça, uma coisa destas. juro que, com sete milhões de patrimônio inicial eu o multiplicaria por um milhão em 10 anos, o que permitiria ao Brasil duplicar seu PIB, o que ele dificilmente fará se eu mantiver meus atuais ganhos.
parece que chego na moral da história. não é concebível que um professor aposentado e um empresário da política ou empresário privado inovador, ou profissional liberal bombástico, residam na mesma faixa do imposto de renda. ou baixam a minha, ou elevam a deles. no caso, sou a favor de elevar a minha e elevar mais ainda a deles. uma boa cifra para a alíquota do imposto de renda chegar a 99% é R$ 30 mil mensais, não é? ok, ok, que sejam 300 mil mensais. mas quem ganha R$ 30 mil não poderia pagar apenas 27,5%, nem quem ganha quatro ou cinco vezes esta cifra palocciana.
DdAB
em abcz, você a imagem nababesca do sr. Patinhas de Disney.
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