querido diário:
o limite da puerilidade humana e, em particular, deste que este subscreveste, é pueril. sigo com os escores futebolísticos, eu que bem sei que o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense foi roubado no último Gre-Nal. seja como for, li dois livros de Eça de Queiroz e estou em processo de ter um terceiro. li "A Cidade e as Serras", como bem sabemos, como também sabemos que li "A Correspondência de Fradique Mendes" e andei postando sobre ambos, o que se comprova empiricamente válido.
muito mais li de Jorge Luis Borges, que -nos quatro volumes de suas "Obras (in)Completas"- citou Eça uma vez. na p.460 do v.4, vemos uma referência elogiosíssima. não juro que não haja outra/s, pois até parece que lembro, mas o que esta declaração de puerilidade aponta para é que falta um bom índice analítico naqueles volumes. na vida moderna, a solução mesmo será termos a obra disponível em PDF, quando se poderá fazer gato e sapato em matéria de localização de regularidades (paralelismos e simetrias). ((la veritá é que, abaixo, falarei que a mente do leitor hospeda com alegria esta fábula impossível. e que, quando li, fiquei marcado para sempre: 'um dia ainda leio este cara')).
na p.460 citada, Borges faz uma book review (ainda bem que a proposta de banir os estrangeirismos foi desmoralizada) de "El Mandarín", escrito, claro, originalmente, em termos camonianos. menos arcaico, nada ou quase nada arcaico, actually. olha o Borges: "Famoso en su pequeña e ilustre patria, José María Eça de Queiroz (1845-1900) murió casi ignorado por las otras tierras de Europa. La tardía crítica internacional lo consagra ahora com uno de los primeros prosistas y novelistas de su época." ((sic esse María com í com acento; 1900-1, by the way, é o ano do nascimento de Borges himself)).
há anos ouvi dizer que um autor tem que ser um viajador, não digo "viajandão", não? pois Eça, pelo que cita Borges nesta página, viajou: inauguração do Canal de Suez, e mais no Egito, Palestina, La Habana, Newcastle, Bristol, China, París. vou citar agora, to conclude with, o penúltimo parágrafo inteirinho:
Cada oración que Eça de Queiroz publicó había sido limada y templada, cada escena de la vasta obra múltiple ha sido imaginada con probidad. El autor se define como realista, pero ese realismo no excluye lo quimérico, lo sardónico, lo amargo y lo piadoso. Como su Portugal, que amaba con cariño y con ironia, Eça de Queiroz descubrió y reveló el Oriente. La historia de O Mandarim (1880) es fantástica. Uno de los personajes es un demonio; otro, desde una sórdida pensión de Lisboa, mata mágicamente a un mandarín que tiende su barrilete en una terraza que está en el centro del imperio amarillo. La mente del lector hospeda con alegría esa impossible fábula.
eu disse que ira concluir? disse.
DdAB
e disse que a imagem veio d(aqui)? não dissera. e acho que deve ser aquele festival da mentira, ou minto.
glossário via Tradutor-Google:
.a. templar - afinar, soar.
.b. barrilete - barril, mas acho que é barrete. e barrete também deve originar-se de barril, I guess.
.c. terraza - terraço (fiquei tão nervoso que tive que olhar o dicionário para este cognato).
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