13 agosto, 2013

Mensagens do Dia do Economista: a profissão e o anel

Querido diário:
Sabe-se que o dia 13 de agosto é o dia em que a primeira lei que regulamentou a profissão de economista no Brasil foi aprovada. Se bem lembro era lá por 1951 ou 1953 (escrito na carteirinha e não na memória da época). O pior desta parada é que apenas quem é inscrito no conselho de economistas é que pode designar-se economista. Não lembro onde (ah, memória...), mas li que o próprio Karl Marx se declarou economista. Juro que li. E acharei a fonte um dia, a julgar por aquela história de "ao transformar a natureza, diferentemente dos demais animais, o homem transforma sua própria natureza".

Lê-se na p. 29 de ZH de hoje a mensagem desse conselho:

Seja qual for o seu motivo, faça o mundo com mais Economia. Parabéns, economista!

E gelei: tenho amigos, leitores deste blog, conselheiros dessa "entidade". Será que não foi lá um deles que inventou esta mensagem? (Sobrou um artigo no pronome, o que retive, mas faltou uma vírgula, que inseri). E tenho uma amiga que faz aniversário hoje! Parabens, economista.

Mas tive também pensamentos mais profundos, sob o ponto de vista da economia política. Que significará dizer "fazer o mundo com mais Economia", com aquele ezão maiúsculo? Sabemos, lá do velho paradoxo da parcimônia, que a renda de equilíbrio numa sociedade de agentes frugais será menor do que a de agentes gastadores. Isto é mau e bom. Hoje em dia, parece que um grande problema existe precisamente por causa da visão dos economistas e dirigentes financeiros que a única forma de se restabelecer um equilíbrio de longo prazo nas contas públicas (falo do mundo inteiro, mas particularmente da Europa) é reduzir a demanda agregada. E não se pensa em elevar a oferta agregada, pois isto geraria emprego, criaria produto, renda e despesa e -segue-se nesta visão que reputo de errada- inflação.

Fora aquela história de confundir
.a. economia com o lado econômico do mundo mundano
.b. economia como a ciência que estuda o lado econômico do mundo mundano.

Eu faria a mensagem um tanto diversa:

Seja qual for o motivo, insistamos no viés igualitário da sociedade. Sem ele, o tetraneto de um menino de rua contemporâneo pode, se deixado aos cuidados do beleléu, lastimar um de nossos ainda não existentes bisnetos.

DdAB
Imagem daqui. É muito importante deixar claro que sou dos poucos economistas que conheço possuidor de um anel como aquele da esquerda de nossa imagem de hoje. E que, como sabemos, fui funcionário da Câmara de Vereadores local. Lá havia uma tradição que seguiu em meu caso de, quando um colega se graduava, os demais colegas, fortemente ($$$) coadjuvados pelos vereadores, regalavam-lhe esta joia. Eu já o usei em uma que outra ocasião festiva, mais para exibir a relíquia e evocar os bons momentos da Câmara do que propriamente para mostrar-me como um pernóstico portador de joias ou de arrogância pessoal ou profissional.

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