04 julho, 2013

Os Neofascistas e a Guarda Nacional

Querido diário:
Parece que o Brasil nunca tratou com seriedade a questão dos excedentes populacionais (falo sob o ponto de vista da relação entre o PIB e o estoque de capital, essas coisas, encapsulando o fenômeno sob a perspectiva econômica, claro). Primeiro, qualquer possibilidade de movimentação, de oportunidades para haver algum tipo de movimentação, compromete-se de saída com a falta de educação, com a má qualidade, sob o ponto de vista cultural, da herança familiar.

Segundo, mesmo com o chamado milagre do emprego dos últimos anos, avaliado por meio das estatísticas oficiais, o que vemos é uma espantosa fração da população urbana vivendo em condições de precariedade e de detenção, quando muito, de empregos precários.

Terceiro, parece -com ironia- que a mobilidade social ascendente é meteórica e ocorre por meio do empreendedorismo (quando bem sucedido) no mercado de drogas ilegais. Surge-se, floresce-se e... tudo se apaga, com um tiro da polícia ou de concorrentes (como tal, desleais).

E qual é a saída? Há uma, pelo menos. Vejo-a na possibilidade de articulação da guarda municipal, que deve ser encarregada de gerir os serviços municipais, como os que costumo arrolar à margem direita deste blog:

ocupação da mão-de-obra prestadora de cuidados pessoais e ambientais com: .1. três horas de ginástica por dia (para manter a coluna ereta) .2. três horas de aula por dia (para manter a mente quieta) .3. três horas de trabalho comunitário por dia (para manter o coração tranquilo).

Segue-se a necessidade de formação de uma guarda nacional, a partir das guardas municipais. Não se trata de pensar em reprimir os "neofascistas" de que falei ontem, mas de auxiliar a plêiade composta por desvalidos deste país em alcançar algum grau de educação, a fim de pensar em seus objetivos na vida e em formas de organização em sua defesa.

Ou seja, a principal função não seria preparar para a guerra ou a repressão mas, ao contrário, reciclar os neofascistas (no dizer do governador do Rio Grande do Sul e outros inconformados com sua própria incapacidade em lidar com a herança amarga que coube à geração presente confrontar e que não estamos conseguindo) e transformá-los em neo-cidadãos.

DdAB
Aqui, ou melhor, nos Estados Unidos, há dois cães heróis.

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