25 agosto, 2010

Tarso Genro, o governo sul-riograndense e a tributação

querido blog:
lia, uma boa meia-dúzia de minutos atrás, minha Zero Hora, exercício que faço diariamente para tentar evadir-me dos sentimentos mesquinhos sobre o futuro das letras universais, o que quase nunca dá certo. então encontrei uma bogagem inominável que pretendo comentar em seguida. procurei "bobagens" e achei a imagem que culminei por editar, mas que você verá intacta se clicar aqui. a imagem inspirou-me a pensar -com originalidade- que "em boca fechada não entra mosca."

segue-se logicamente (à página 9) a página 10, com um quadrinho "Recorte e Guarde", onde se lê: "Eu [nomeadamente, Tarso Genro] prometo" e ainda:

"Vamos reduzir impostos para aumentar a arrecadação."

eu achei que entendera mal, pensei no Efeito Tanzi (aquele troço sobre a sonegação ser razão direta da alíquota do imposto, uma besteira de difícil averiguação empírica), pensei na seguinte equação:

A = I + O,

onde "A" é a arrecadação, "I" são os impostos e "O" são os outros fatores que influem sobre a arrecadação. então cheguei à apressada conclusão de que a única forma de obtermos autorização aritmética de induzirmos Tarso Genro a cumprir sua importante promessa eleitoral é levá-la, ou seja, a aritmética, a elevar "O". por exemplo, se

100 = 99 + 1,

podemos chegar a

101 = 1 + 100,

ou seja, reduzimos os impostos em 98 e elevamos as outras fontes de arrecadação em 99. simples, né? obrigar todos os candidatos e suas assessorias econômicas a realizarem cursos de teoria da escolha pública (ou fechar a boca) parece da maior necessidade, né?
DdAB

2 comentários:

maria da Paz Brasil disse...

Oi, Duilio!
Não chego a adorar o Tarso Genro, mas a frase "vamos reduzir impostos para aumentar a arrecadação" pode fazer sentido se considerados três tempos: o da redução dos impostos; o da elevação do consumo e do investimento - por decorrência; e o terceiro, bem mais distante, o da elevação da arrecadação pelo crescimento da economia.Ou nâo? Evidentemente que está pressuposto um balde de otimismo nesta colocação.
De qualquer forma um curso de teoria da escolha pública vai cair sempre bem...
Beijão.
MdPB

... DdAB - Duilio de Avila Berni, ... disse...

oi, da Paz!
feliz de ver o sorriso por aqui. eu quase escrevi ontem (e esqueci) que muita gente confunde "custo" com "custo médio". claro que, ao elevar a produção, o "custo" aumenta e o "custo médo" pode diminuir. no caso do Mr. Tarso, penso que ele teria na cabeça algo na linha do que falas. numa economia expansiva, pode-se mesmo arrecadar mais e fazer cair a share dos impostos sobre o PIB. volte sempre!
DdAB