03 agosto, 2010

Grandes Números no Governo Mundial

querido blog:
primeiro, devemos substituir o governo dos homens pela administração das coisas. mas talvez antes do primeiro devemos constituir o governo mundial, surpassando (e já vêm os espanholismos) o estado nacional. isto será um progresso, pois as lutas entre estados geraram mais mortes do que a luta entre dinossauros, os parentes mais diletos dos tomadores de decisão sobre a guerra.

segundo, se o governo mundial for mesmo instaurado com a ordem do dia de:

.a. criar a renda básica universal e seu braço armado, a Brigada Ambiental Mundial
.b. paga por meio de créditos no Banco Central Mundial
.c. financiadas com o Imposto de Tobin,

então teremos progressos acentuados, culminando com a elevação da felicidade nacional bruta.

mas haverá problemas de tamanho, por exemplo, o tamanho da burocracia, o tamanho do colégio eleitoral, que encobrirá, de longe, a pequenês do eleitor. na cidade de um colégio eleitoral de 100 pessoas, se eu não vou votar (vou pescar, caçar, criticar...), há uma defecção de 1%, lógico. mas se sou o mesmo 1 voto nun colégio eleitoral de um bilhão de pessoas, o Efeito Excel faz com que minha participação seja reduzida a zero por cento. ou seja, sigo sendo eu mesmo, mas meu poder relativo vai-se reduzindo à medida que o colégio eleitoral vai crescendo.

tenho falado sobre estes grandes números, olhando-os pelo lado alegre, qual seja, o de minha incapacidade de ouvir todas as canções contidas em um iPod de um bilhão de espécimes. ou ler todos os livros do mundo. a cultura humana fez coisas que jamais poderão ser reabsorvidas in totum.

suponhamos que eu seja cliente de um hospital desses do futuro que vendem serviços de manutenção e conservação corporal por U$ 1 (onde U$ é o dinheiro universal) e que eu ganhe 100. e que o hospital tenha um lucro de U$ 100.000, ou seja, atende 100.000 pessoas por unidade de tempo. se eles me são um camba, por exemplo, implantando um rabo de lobo no lugar de um dente, um troço destes, a consulta que exauriu 1% de minha renda virou lixo (e até, o que era um "bem ou serviço" passou a ser um "mal ou desserviço". a questão é como é que eles vão ressarcir-me do prejuízo de ter portado um rabo de lobo boca afora durante algum tempo. devolvem meu U$ 1? tem multa? tem "abalo moral"?

a solução é cobrar-lhes 1% de seu lucro, a categoria "renda", equivalente a meus U$ 100. ou muito me engano.
DdAB
captura da imagem: www.blogtok.com.

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