16 novembro, 2008

Sem Pontal, mas com Professorinhas

Querido Blog:
Esta ilustração, que ainda vai dar-me notoriedade gráfica, foi fotografada em uma aula que recebi da Profa. Yeda Rorato Crusius, ao substituir o insigne e igualmente ágil Prof. Manuel Antonio Luzardo de Almeida como catedrática da disciplina de Macroeconomia (Macroeconomics) no calvário de incompetência e desleixo do curso de graduação em economia política no primeiro semestre de março de 1972, pode?
A governadora não deu bola às publicações que andei fazendo neste blog, iniciadas há dois dias, em justo comentário à discussão citadina sobre o Pontal do Cristal, o.s.l.t.. Havia duas propostas em jogo:
.a. ou pagamos R$ 950 às professorinhas, como piso salarial
.b. ou criamos um programa de renda básica associado à Brigada Ambiental Mundial, em que os beneficiários recebem R$ 1.000 por mês, comprometendo-se a:
.b.1. assistir a três horas de aula por dia (para manter a mente quieta)
.b.2. praticar três horas diárias de ginástica ou esporte (para manter a coluna ereta)
.b.3. dedicar-se a três horas de trabalho comunitário (para manter o coração tranqüilo).
Ainda assim, alegadamente, ela teria dito que 950 > 1.000, pois permite ao receptador ficar de papo para o ar, "como é o caso das professorinhas papudas" e não enfiarem-se em enodadas salas de aula, como alunas de cursos de empreendedorismo durantes três enfadonhas horas por dia. Fez-lhe coro o também insigne Prof. Manfred Nitsch, extremamente preocupado com o pessoal que -recebendo seguro desemprego- passa o dia inteiro na frente da T.V. comendo batatinha frita em pacote (claro que sem o papel do pacote, aditou ele).
Pensando nesta desigualdade, achei que a única saída para nossa governadora seria dizer que houve, na câmera que fotografou-lhe a alma um deslize ao tomar > por p, onde "p" quer dizer "preferível", aditou ela. Com isto, ter-lhe-íamos seguido o raciocínio e entendido que a relação entre 950 e 1.000, enquanto números, não obedece à relação ">" nem "=", mas apenas à "<". Por contraste, posso dizer que p1 p p2, numa língua do p, sugerindo que p1 é preferível a p2. Como, então, poderia 950 p 1.000? Simples -teria dito a denodada professora- basta considerarmos a existência de um índice de utilidade cardinalizável em que as verdadeiras preferências estão expressas como o inverso das preferências reveladas. Ouvindo isto, o Prof. Paul Antony Zavislack, digo, Samuelson, teria declarado ao Wall Street Magazine que então podemos dizer q1 p q2, onde q1 = 1/p1 e q2 = 1/p1. A professora da Av. João Pessoa, 52 anuiu, com uma espécie de tritongo: "Uau, Paul, você fez de mim um mingau!" PAS simplesmente retirou sua HP financeira do bolso e colocou nela uns dados:
12 x 1.000 x 80.000.000 / 2.500.000.000.000 = 0,4
e fibrilou: "mas tchê, pagar R$ 1.000 por cada receptador da renda básica, sendo estes 80 milhões (id est, todos os trabalhadores brasileiros, inclusive os detentores de empregos precários), significará apenas 40% do PIB do Brasil em 2008, durante 12 meses.
Restariam ainda 60% inteirinhos para (com a suposição de equilíbrio no balanço de transações correntes) gastar em investimento e despesas governamentais (justiça, amenidades ambientais etc.). Supondo um G% = 29%, teremos o investimento de 31%, o que permitiria ainda tirar um dinheirinho para pagar os indivíduos (empresários e trabalhadores stakanovistas) que os usariam para elevar a capacidade produtiva da economia. Com uns 10% para esses rapazes, teríamos uma taxa de crescimento do PIB mais ou menos de 7% a.a., fazendo-o dobrar a cada 10 anos. Em 45 anos, teremos um PIB maior do que o de todo o Planeta Marte.
Pensei: este carinha ainda ganha o Prêmio Nobel. Mas a Profa. Yeda disse: este Samuelson é biruta, pois seu cálculo dá apenas 38,4% e não 40%.
Saudações epistemológicas.
DdAB

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