Dear Mr. Blogger Man:
O Mr. Porco Man sorridente que vemos na imagem capturada em Google-Images http://www.cristhy.blogs.sapo.pt/ mostra -sob o queixo noelesco- um "V", de vitória, para registrar a tristeza que a cacofonia "porcada" representa para 46,8% dos gaúchos entrevistados pelo presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Alceu Moreira. Ou melhor, diz o causídico que "[...] 53,2% da população aprova o desempenho dos parlamentares." Como, certinho-certinho como uma clepsidra, 100-53,2=46,8, somos forçados a concluir que, entre os que desaprovam a cleptomania, há 46,8 pessoas furibundas.
Por que sorri o Mr. Porco Man? Porque a p.25 de Zero Hora de ontem estampa a frase paragrafal "Todo esse processo foi construído, por cada participante, de forma abnegada e voluntária." Como o título do artigo é "Na Assembléia planeja-se o Estado", somos forçados a concluir que a vara que por lá vaga:
.a. precisa da pesquisa UFRGS/Ulbra para saber que 46,8% dos entrevistados em sua amostra desaprova-lhe (à vara da 'por cada') o desempenho
.b. precisa da pesquisa UFRGS/Ulbra para informar aos deputados as preferências de seus eleitores sobre as questões substantivas da definição de rumos estratégicos para o estado
.c. confunde estado (Estado?) com governo, o que nem dá espaço para pensarmos em substituir o governo dos homens pela administração das coisas
.d. faz inveja ao Imperador da Editora GangeS por esta ter sido lateralizada na pesquisa (em que a GangeS tornar-se-ia especialista em instantes) e haurir dos louros. Ou o consórcio UFRGS/Ulbra terá cobrado o preço no nível de seu custo marginal?
Com a pesquisa que lhes negou a aprovação de 46,8%, Mr. Moreira Man garante que os "[...] deputados [...] resgataram para o conjunto de funções parlamentares a prerrogativa política do planejamento social." Por que este post vai para o marcador "Economia Política"? É que -na escrita do presidente da Assembléia da Rua Duque- não há referência à lei do orçamento. Ele contratou a Não-GangeS para fazer a pesquisa que devia informar os deputados sobre o que pensam seus eleitores, poupando-lhes (a eleitores e deputados) a possibilidade de confrontos que poderiam levar à morte de 55 criaturas. Ele não pensa que a lei do orçamento, um ou dois dias depois da aprovação da peça de 2009, tenha a ver com seu assunto, sobre como expressar a ação societária concebível hoje para que seu horizonte de planejamento de 30 anos não seja apenas uma brincadeira de transferir renda à Editora GangeS ou outras instituições de pesquisa.
O parágrafo de encerramento do artigo em ZH é piramidal. Seu tópico frasal, reescrito, sob color de poema, daria mais ou menos o seguinte:
A simples perspectiva
de participação no debate
resgata oníricos sonhos,
forja grande expectativa
mas nos mostra disparate.
Segue-se logicamente que o encerramento foi:
"Deputados e sociedade, lado a lado, souberam construir um pensamento convergente. Temos que seguir, pois quando se pensa na infra-estrutura do Estado, não se quer apenas desenhar pontes, construir hidrovias, ampliar a capacidade energética e fomentar setores agrícolas. O que se quer, na verdade, é promover a qualidade de vida de cada cidadão."
Quando contei isto para o Mr. Porco Man, ele riu de esguelha e disse: "Frigoríficos abatedores de suínos não são atividades agrícolas, logo deveriam ser proscritos. Gastar em educação, justiça/segurança, saúde etc. não contribuíram para expandirmos a exportação de carnes de frango e bovina?" Eu, que escrevera uma dissertação "marxista", no dizer de um bom amigo, sobre a multicolinearidade nesse tipo de frigorífico, ou melhor, nas funções de custos que andei tentando estimar para eles -porcos, frigoríficos, médios e marginais-, sorri de esguelha.
Saudações Universitárias, xará.
DdAB
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