18 julho, 2014

Os BRICS e o Planeta


Querido diário:

Parece que ainda não falei nada sobre a atual fase de andamento da associação de países complicados chamados de BRICS: ditaduras e violência tanto real quanto simbólica. Aparentemente, o Brasil é o mais ocidental de todos, com menos ditadura e mesmo menos violência do tipo que acomete, por exemplo, a sociedade indiana. Mas não nos enganemos: o Brasil também é um país violento, como aprendi pela primeira vez lendo um livro de Edgard Carone (contestando aquele chavão de "índole pacífica de nosso povo"). Anos depois (e um quarto de século atrás), meu colega Eugênio Lagemann simplesmente disse-me em plena Oxford que, no Brasil, estávamos em guerra civil. E vejo isto até hoje.

Ok: então o Brasil é igual à Rússia, à Índia, à China e à Sul-África? Claro que não, claro que há diferenças importantes que vão transparecer assim que, tomara, esse banco de que agora alardeia-se a criação naquelas reuniões de Fortaleza comece a exercer suas funções de intermediador de divisas (cambiais). Parece-me óbvio que trocar a dupla Banco Mundial-FMI por estas novas organizações e parceiros é uma fria: a China já deixou claro que vai passar o trator sobre seus parceiros, aliás, parceiros? Sem falar em território e população, podemos pensar exclusivamente no poder econômico relativo: quem tem o maior superávit no balanço de transações correntes? China! É nóis? E nóis?

DdAB
A imagem veio-me daqui.
P.S. Depois desta postagem, ouvi comentários de leitores dizendo que:

.a. sou americanófilo
.b. sou contra a "nova ordem mundial" centrada na China.

E eu pensei e decidi responder a ambos esses dois itens:

A-Z: sou muito mais pela aliança mundial em torno da civilização Europa-América do que qualquer outro arranjo planetário. Ao mesmo tempo, não sou racista, o que me leva a crer que, dentro de poucos séculos, todos teremos um ancestral oriental (China, Índia, etc.).

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