26 junho, 2014
Vaias e Bolinhas de Papel
Querido diário:
Um número expressivo de manifestações modernas parecem-me um tanto do estilo das torcidas organizadas dos programas de auditório, inclusive aqueles que tiveram lugar no Cine Castelo em Porto Alegre, equivalente do Cinema Olympia, de Salvador. Não me parece ter sido outra coisa aquela coisa de vaiar e xingar a presidenta Dilma, no outro dia, em São Paulo.
Por outro lado, as alianças festejadas por ela, presidenta, seu partido e sua entourage não são menos sujeitas a este tipo de qualificativo, uma verdadeira festa de oportunismo e manobras sinecuristas. E que me leva a esta profundidade na filosofia política? É a página 10 da Zero Hora de hoje, com notícias sobre a convenção nacional do PP (Partido Popular?) que apoiou/sim/não (ou seja, ZH diz que sim e uns sites que acabo de olhar dizem que não) a aliança com o PT, partido de Dilma. Ou seja, o PP quer integrar um governo "de esquerda" que deve comandar o Brasil no quadriênio 2015-2018. E Zero Hora, como sugiro aqui frequentemente, é um jornal de direita. Quer ver? A manchete da notícia de uma coluna diz:
ELEIÇÕES 2014
PP sela apoio a Dilma sob rixa interna
Na parte final da primeira parte da notícia deste apoio do PP ao PT, diz o presidente do PP:
Dois diretórios apenas se rebelaram de forma inadequada, são 27 no total. Sempre ouvimos democraticamente a todos. A maioria quer o apoio do partido à presidente. São dois diretórios que quiseram chamar a atenção.
Pois bem: em seguida a esta frase, há uma chamada:
PRESIDENTE FOI ALVO DE BOLINHAS DE PAPEL
Nogueira [o presidente do PP] teve de deixar o auditório no Senado, onde foi realizada a convenção, escoltado por seguranças. Ele quase foi agredido fisicamente por integrantes do PP contrários ao apoio a Dilma. Alguns jogaram bolinhas de papel sobre ele, com gritos de 'vendido'.
Achei o tipo da chamada capciosa, pois fica-se com a impressão de que o presidente a que se dirigiam as bolinhas de papel não é o presidente do PP, mas a presidenta que já fora vaiada em São Paulo. E alvo oficial de bolinhas de papel, para mim, tinha sido José Serra, quando competiu precisamente por este cargo agora apoiado pela maioria pepista e armou-se um xabu enorme em torno do/s artefato/s. Minha filosofia política levou-me a pensar que o jornalismo informativo informa e o desinformativo desinforma, não é?
DdAB
De onde veio minha imagem de hoje? Daqui.
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