16 junho, 2014

A Copa do Mundo, a robótica e a estrambótica


Querido diário:

Estamos em clima de

1_ copa do mundo
2_ lançamento de

BÊRNI, Duilio de Avila e FERNANDEZ, Brena Paula Magno (2014) Teoria dos jogos; crenças, desejos, escolhas. São Paulo: Saraiva. 

com dezenas (mancheias?) de postagens por aqui mesmo.

Ligamos com a p. 2 de Zero Hora de hoje, contendo uma crônica de Nilson de Souza falando na copa do mundo, no jogo entre robôs que aparece em um comercial de TV (que já vi) e aparentemente zombando da falibilidade humana. Então passei a pensar em um jogo de bola estratégico entre robôs. Não seria muito diferente de um jogo de xadrez entre dois computadores (ou dois programas dentro de um mesmo computador). Em princípio, aquela falibilidade humana seria tomada como virtude e a previsibilidade da ação robótica seria um defeito. Vejamos.

O xadrez é um jogo que tem o que se chama de "melhor maneira de jogar", querendo dizer que dois jogadores perfeitos protagonizarão eternos empates. A diferença de um jogo entre dois humanos é que estes cometerão um erro aqui e outro ali, sendo um deles, em boa parte do tempo, considerado letal, incorrigível.

Penso que, no caso dos robôs, haveria um super-programa coordenando as ações de programas menores confiados a cada 'jogador'. Mas, dado que os detalhes de um dos programas poderia ser adivinhado pelo outro, ambos deverão contar com uma/s variável/is aleatória/s, para inserir o elemento de acaso na atividade. Um exemplo mais próximo ao futebol é o par-ou-ímpar que os meninos jogam para definir o time a começar o jogo. 

Se Joãozinho sempre escolhe ímpar e, digamos, joga par, suas repetidas escolhas serão rapidamente percebidas pelo/s contendores. Sabendo que Joãozinho apostará em ímpar e apresentará um número par de dedos, Pedrinho também invariavelmente apresentará estrategicamente um número ímpar. Este, somado ao outro ímpar, levará a um resultado par, derrotando Joãozinho. A solução de Joãozinho, para não ter seu movimento rastreado tão facilmente por Pedrinho, é randomizar, isto é, jogar par na metade das vezes e ímpar na outra metade. E Pedrinho deverá fazer o mesmo, o que leva o jogo a um final feliz: cada um poderá iniciar a partida na metade das vezes em que jogarem bola.

Concluo que cada robô deverá ter um programa que o leve a nem sempre escolher a melhor jogada, por exemplo, cruzar a bola para frente ou para trás, para o parceiro "livre" da esquerda ou o da direita. E, cada vez mais, quem estiver assistindo ao jogo, terá a impressão de que há mesmo os falíveis (temíveis?) jogadores humanos em campo.

E digo tudo isto, pois acabo de lançar meu livro de "Teoria dos Jogos; crenças, desejos, escolhas", estando com o tema copa do mundo presente em minhas atividades contemporâneas.

DdAB
Imagem universal daqui.

Nenhum comentário: