Querido diário:
Como sabemos, o modelo de formação de preços de um duopólio criado por Augustin Cournot não fala de camelos e sim de água mineral. Quem fala de camelos é "O Homem que Calculava". Ele fala num potentado árabe que deixou 35 camelos para três filhos, mandando que fossem distribuídos em proporções de metade para o primeiro, um terço para o segundo e um nono para o terceiro. Os filhos se desentenderam, pois a verdade é que o pai, sr. Namir, errou nas contas e deixou 1/18 de 35 camelos sem destinação. O homem que calculava já foi direto multiplicando esses 1/18 por 2/2 e chegou a 2/36. Pensou ele: se meu amigo (parece que Beremiz andava na carona de camelo de um amigo) me empresta seu camelo a curto prazo, vou estar colocando mais um camelo nesses 35. Neste caso, todos sairemos ganhando, exceto meu amigo que me emprestará o dele e o receberá de volta sem juros ou correção camelária. Mesmo assim, poderemos alegar que o próprio amigo, que levava Beremiz na carona, sairia ganhando em continuar a viagem sozinho em seu camelo, ainda que acompanhado pelo Homem que Calculava, agora proprietário de outro espécime.
A terceira coluna do Modelo de Camelagem mostra que esta situação é um ótimo de Pareto relativamente à situação pré-Beremiz: todos saem ganhando (pois camelo fracionário não pode) e ninguém sai perdendo. E aquele "jamais" é o plural de "jamal", camelo, no dizer de Malba Tahan.
Ou seja, o aumento na concorrência levou a que a quantidade ofertada no mercado tenha-se elevado de meio para dois terços. Quer saber mais? Consulte:
BÊRNI, Duilio de Avila e FERNANDEZ, Brena Paula Magno (2014) Teoria dos jogos; crenças, desejos, escolhas. São Paulo: Saraiva.
E as postagens:
30 de abril de 2014: aqui
1st de maio de 2014: aqui
2 de maio de 2014: aqui
3 de maio de 2014: aqui.
DdAB
P.S. ainda mais: aquele camelo que foi apropriado 100% por Beremiz poderia ter dado ensejo a um processo de barganha: todos se sentiriam credenciados a ele (o jamal) e todos compartilhavam do desejo de preservar o objeto da questão (o jamal). Barganha? Nâo é a mesma coisa que o objeto da economia política segundo David Ricardo? Aqui.
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