O Movimento Direitos Urbanos foi-me indicado poucos dias atrás. Hoje dei uma olhada no site (aqui) e chamou-me a atenção o artigo:
A esquerda do novo tempo: os diferentes matizes do vermelho.
Érico Andrade, professor de filosofia da UFPE
Destaco um parágrafo por me parecer muito inspirado e ter bastante a ver com a forma como me insiro neste mundo contemporâneo. Digo-me igualitarista, por entender que é apenas numa sociedade de igualdade que se poderá observar a verdadeira mobilidade (baseada em talentos individuais e não necessariamente em sucesso mercantil):
Se é possível uma unidade das esquerdas hoje, ela dificilmente estará numa unidade partidária, presa à lógica da reprodução do poder e aos interesses muitas vezes obscuros que a acompanha, mas no reconhecimento de que por mais diversas que sejam as bandeiras, elas apontam para uma mesma direção, à esquerda. Elas se opõem a todas as formas de assimetria sociais instituídas de modo unilateral; sejam essas assimetrias oriundas das diferenças entre gêneros, espécies, raças, modais, orientação sexual e statos sociais. Quando essas diferenças reconhecem no combate a essas assimetrias um elo em comum, é possível falar de algo mais subversivo.DdAB
Se é possível uma unidade das esquerdas hoje, ela dificilmente estará numa unidade partidária, presa à lógica da reprodução do poder e aos interesses muitas vezes obscuros que a acompanha, mas no reconhecimento de que por mais diversas que sejam as bandeiras, elas apontam para uma mesma direção, à esquerda. Elas se opõem a todas as formas de assimetria sociais instituídas de modo unilateral; sejam essas assimetrias oriundas das diferenças entre gêneros, espécies, raças, modais, orientação sexual e statos sociais. Quando essas diferenças reconhecem no combate a essas assimetrias um elo em comum, é possível falar de algo mais subversivo.DdAB
Imagem: aqui. Será que este patrocínio é bem-vindo pelos autores?
2 comentários:
Igualdade do que, perguntaria o Sen, eu replico e acrescento, qual a forma justa de igualdade? Sei que não há uma resposta fácil, Sen não se entende com Rawls e o Kant já nem é mais categórico, enfim, não gosto das binárias relações humanas, meu espaço de tipos é contínuo, portanto. Um abraço, s.
oi, Anaximandros:
Pensei na questão da unidimensionalidade. tens razão, claro. a Revolução Francesa (e a bandeira gaúcha) falava em liberdade, igualdade e fraternidade. Pensei tanto que decidi partir para a ousadia: BES = f(VS), sendo BES o bem-estar social e VS a virtude social (pois o comportamento caroneiro privado não melhora bem-estar social). E aí estamos novamente na unidimensionalidade. Mas aí é que dei meu golpe: todas as componentes da virtude social listadas na Wikipedia (ok, quase todas) correlacionam com igualdade.
bom fíndi.
DdAB
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