Querido diário:
A postagem de ontem bombou, isto é, recebeu um número extraordinário de acessos. Decidi mostrar um hai-kai de minha própria autoria. Já mostrara outros, em outros tempos. Mas este é diferente.
Em 1957, segundo diz no prefácio do livro, Millôr Fernandes começou a escrever seus hai-kais na seção O Pif Paf da Vida que entretinha na revista O Cruzeiro. Pois é precisamente daqueles instantes que eu, em torno de meus 10-12 anos de idade, vim a conhecê-lo, nos tempos de Matto Grosso. Parece que eu me sentia um verdadeiro portento intelectual, pois gostava daquelas coisas, embora de conhecimento profundo eu tivesse apenas a literatura infantil de Monteiro Lobato (e, claro, o Macaco Sabido, além de outras pérolas).
Pois bem: sempre gostei dos hai-kais, que aprendi a apreciar com ele. Hà dois ou três anos, adquiri o livro que a L&PM publicou em 2007. Depois que publiquei o hai-kai de Mariana, peguei o livro de Millôr e vi que eu tivera o atrevimento. Peguei o primeiro (e alguns outros) hai-kais do livro e emendei outro com o último verso. Como as trovas gauchescas que também conheço desde a infância.
Millôr:
OLHA,
ENTRE UM PINGO E OUTRO
A CHUVA NÃO MOLHA.
Planeta 23:
Se a chuva não molha,
é o pingo de cima
que fez a escolha.
DdAB
P.S. imagem aqui.
4 comentários:
Se escolha foi feita,
ela é aleatória...
ela é aleatória,
a escolha, digamos,
sensata vitória.
DdAB
o Millôr, a trova, o trovador e o bardo, não tem vencidos, nem vencedor...s.
Gut, Anaximandros, Gut!
DdAB
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