Este título mais parece a apologia do pensamento estruturalista das antigas. Mas uso-o apenas para deixar claro que estamos falando nas três óticas de cálculo do valor adicionado:
Produto - gerado na agricultura, indústria e serviços.
Renda - apropriada como remuneração dos empregados (salários), remuneração dos serviços do capital (lucros) [e impostos indiretos líquidos de subsídios, na mensuração do Handbook da ONU contemporâneo].
Despesa - absorvida como consumo das famílias, consumo do governo, investimento (e variação de estoques) e saldo do balanço de transações correntes (exportação menos importação de bens e serviços, exceto serviços dos fatores).
O que teria a indústria de melhor sobre a agricultura? Dá uma olhadinha na tabela a sesguir, com alguns países selecionados. Parte dos BRICs e os anglo-saxões:
É muito provável que os dados desses cinco países tenham as cifras do emprego total (remunerado e não remunerado), como garanto ser o caso do Brasil. Por isto, talvez, é que a produtividade da agricultura no Brasil não é maior do que a média da economia: US$ 6,0 mil/PPC para US$ 21,9. Seria interessante ver a produtividade da agricultura exclusiva do "setor moderno". A China e a Índia não mostram quadro muito diverso do brasileiro, no sentido de que a produtividade do setor primário é muito menor. Mas passamos aos países capitalistas avançados: Alemanha e EUA. Então chegamos a uma observação interessante: a produtividade da agricultura é significativamente maior do que a da indústria e a dos serviços. Isto serve para dizer que a indústria é "pior"? Hehehe!
E os lucros? Insistir que lucro é
"melhor" que salário é mostrar uma visão da modelística paupérrima
(útil lá em seu tempo, quem sabe?) de dizer que "trabalhador não
poupa". Claro que trabalhador poupa, mas o pior ainda é que "poupança
não é renda" (se supusermos que os fatores não poupam, isto é, se eles
transferem integralmente o produto que ganham às instituições). Qualquer pessoa
que olhe a equação (contábil) de definição da renda vai constatar (ver a
definição dada acima, adotada pelo IBGE).
Então nos resta o investimento. Claro que investimento é que faz crescer a capacidade produtiva e chave do crescimento de meu tão festejado valor adicionado (e se cresce a renda então necessariamente cresceram exatamente nas mesmas cifras o produto e a despesa, e assim por diante...). Mas o investimento não precisa ser feito na indústria, os bens de capital não precisam ser nacionais, essas coisas. Por que proteger os automóveis e deixar na rua da amargura os brasileirinhos? Claro que isto não é economia política, mas política cotidiana.
DdAB
O cachorrão da direita estará ameaçando ou revelando um segredo ao da esquerda?
Então nos resta o investimento. Claro que investimento é que faz crescer a capacidade produtiva e chave do crescimento de meu tão festejado valor adicionado (e se cresce a renda então necessariamente cresceram exatamente nas mesmas cifras o produto e a despesa, e assim por diante...). Mas o investimento não precisa ser feito na indústria, os bens de capital não precisam ser nacionais, essas coisas. Por que proteger os automóveis e deixar na rua da amargura os brasileirinhos? Claro que isto não é economia política, mas política cotidiana.
DdAB
O cachorrão da direita estará ameaçando ou revelando um segredo ao da esquerda?
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