Querido diário:
Hoje meu jornal dá duas notícias estarrecedoras que teriam respostas igualitárias interessantíssimas.
Primeira: a encrenca em que o governo do Rio Grande do Sul entra periodicamente, pois deseja escancarar publicamente seu ódio às professorinhas. Agora cito a p.10:
[o secretário da educação do governo Tarso Genro, prof.] Azevedo [...] fez oposição ferrenha [... às iniciativas federais de mudar a fórmula de reajuste do piso salarial brasileiro para professores], reforçou a postura de defesa do reajuste pelo INPC, que mede a inflação, e empilhou críticas aos formuladores da equação.
Cá entre nós, caradurismo! O lado alegre é que estes governantes, ao invés de recorrer ao supremo tribunal para os acudirem em seus anseios de seguir com sua parte daquela história da causa causans, ou seja, criando um povo educado, teremos uma política educada, deveriam era dar um jeito e pagar. O que não considero um golpe, pois representaria apenas o fim da indexação seria dizer que uma coisa é o salário mínimo dos professores e outra é a escadinha das remunerações na progressão funcional. Simples, para quem tem boa vontade, o que não acontece com os governantes quando o mote é educação.
Mas tem mais. Na p. 25, fala-se que a lei municipal 9.926 de 2006 autorizou venda de áreas otherwise usadas como becos de servidão, ou seja, caminhos de propriedade privada, mas de uso público. O pior é que
[...] a procuradora-geral adjunta de Patrimônio Público, Urbanismo e Meio Ambiente, Simone Somensi, [diz que] a norma surgiu de demanda da população:
O município recebia muitas reclamações do uso indevido das passagens, pedindo para que fossem fechadas [...]
Naturalmente, digo-o com ironia, o município não recebeu nem um elogio sobre a utilidade pública das passagens. O contraste que faço é com a festa anual do St. John's College de Oxford (onde estudou Tony Blair e eu ganhei um ursinho de pelúcia, como veremos em instantes). O St. John's era dono daquilo que passou a chamar-se Banbury Road, que era um beco de servidão desde tempos imemoriais. Ao ser convertido em rua, de alguma forma, o arranjo autorizou a cidade a fechar a rua uma vez por ano para sediar uma feira destas que têm tiro ao alvo em que atiradores de escol ganham ursinhos de pelúcia (desnecessário dizer que quem acertou o tiro foi minha namorada e não eu...).
Moral da história: não dá para ficar elegendo esta gente que pratica tanto atropelo. Em ambos os casos, cabe a pergunta, já que estamos no latinório do causa causans: cui bono? Só pode ser os integrantes do clube da baixaria.
DdAB
Imagem aqui. Linda, necessário olhar mais o blog.
P.S. das 20h08min: os compradores do beco de servidão disseram que lá havia muito lixo e mendigos. Eu pensei que a solução fosse limpeza urbana e reciclagem de resíduos humanos (enfermeiros, professores de economia). Ou seja, empregos promotores da sociedade igualitária.
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