04 novembro, 2012

Casar-se-ão Martina e Pedro?

Querido diário:
"Casar-se-ão" é a forma que o prof. Conrado diz estar caminhando para o túmulo naquilo que formou o português brasileiro. Deixando de lado o túmulo, pensemos em nascimentos. Os nascimentos de Martina Mazzochi Teixeira (30/out/2012) e Pedro Cipriani Amoretty Souza (31/out/2012), para mim, crianças desconhecidas. Já que não sou parteiro, como é que vim a saber que eles nasceram, eles existem?

Vi comunicações de seus nascimentos na p.17 de meu jornalzinho de leitura diária (ou quase). E que chamou-me a atenção? É que ambos têm as comunicações do nascimento feitas por parentes de duas ou três gerações, mas até aí, tudo ok. Então chegando onde queremos (ou melhor, onde não queremos): em ambos os casos, as comunicações estão inscritas em uma moldura vermelha e ambas têm o distintivo do Sport Club Internacional, fundado em 1909.

Deu 2 x 0 para o Internacional x Grêmio, neste grenal infantil. Mas não será possível a Martina ou a Pedro ou a ambos fugirem deste determinismo geográfico e casarem-se, por exemplo, com um corintiano e uma náutica? Ou aeroviários e professores? O que me deixou filosófico nesta manhã dominical foi precisamente ver pela milionésima vez este tipo de manifestação de. De quê? O mundo não se divide em Lennon x McCartney, ou Zinoviev x Kamenev, ou GM e Ford, azul e vermelho. Ou melhor, estas são autênticas divisões no mundo, mas o mundo não é bidimensional, o mundo tem múltipas dimensões: música clássica x música popular, arte x artesanato, economia positiva x economia normativa, todas estas coisas. O que me deixa contrafeito, na verdade, é buscar este tipo de recorte para anunciar nascimentos de crianças.
DdAB
A imagem veio daqui.

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