querido blog:
o jornal de hoje retoma notícias que andou dando por
estes últimos dias sobre as mortes de trânsito provocadas por
acidentes com motocicletas e seus ocupantes. parece-me que,
só de caroneiros, morreram uns cinco.
causa-me tanto espanto que -declaro- nem saí de meu posto
para conferir, ou seja, nada me surpreende neste jornal nem
na forma com que ele trata assuntos vitais nem -declaro- a
mortantade no trânsito. nunca esquecerei que, quando a polícia
de trânsito (os azulzinhos) foi ativada em Porto Alegre, o con-
senso local era que eles estavam intervindo excessivamente
no assunto, dando-lhes um chega-prá-lá, o que os imobilizou
por 50 anos, se é que comecei a contar no dia azado.
falei "azado": foi mesmo um azaar este encaminhamento. já
se contam aos milhões os casos de atropelamentos sobre
faixar de segurança, de invasão de calçadas, de bêbados ao
volante, essas coisas.
o jornal hoje deu-se conta de que uma das razões dos acidentes
com motos são as más-maneiras de seus dirigentes (não, não
falo de políticos e suas maneiras de meter a mão no dinheiro a-
lheio). ou seja, dos dirigentes de motos que não respeitam a
demarcação de pistas de rolamento. diz o jornal que o código
brasileiro de trânsito é omisso sobre se pode ou não pode andar
sobre as listas demarcatórias, que "costuram" entre um ônibus
e uma jamanta (jamanta?), entre dois automóveis. claro que não
iria dar certo.
o motoqueiro é que é o caroneiro: pega carona nas regras do
trânsito, torna-se um veículo descumpridor das regras, o que
lhe dá vantagem imediata. mas -descontado este assunto de
suas próprias mortes, afinal nem todos morreram no mês de
outubro- cria um prejuízo enorme para todo o sistema e, como
tal, para os próprios caroneiros.
DdAB
imagem: aqui.
31 outubro, 2011
30 outubro, 2011
Lula Doente
querido diário:
a doença é a sócia majoritária do clube da baixaria. andei acossado por ela e bem vi algo interessante. a gente sempre pensa que a educação é a panaceia de todas as mazelas. doente, buscando ajuda médica, vi que eu vivo mesmo é acossado por medo de assalto e medo de não ser atendido por um médico quando preciso nem nos setores de emergência.
então entendi que, quando todos dizemos unissonamente que a educação é a salvação do futuro, penso que a segurança pública e a saúde pessoal é que são a salvação do presente. morto em assalto não estuda. morto em fila de atendimento médico tampouco.
dito isto, ao saber que o Presidente Lula foi diagnosticado como portador de um câncer, senti muito por ele, por todos nós! espero que ele se cure! espero que ele permaneça ativo no espectro político brasileiro por muito tempo. pelo menos até aparecer alguma liderança de seu porte para levar o Brasil a uma condição de mais saúde, mais segurança e mais educação.
DdAB
p.s.: imagem: daqui. como é domingo, achei que esta brincadeirinha da foto não destoaria da seriedade com que trato a política brasileira...
p.s.s.: e ela -a imagem- vem de uma brincadeira selvagem e outra selvagíssima. a primeira é que Lula poderá perder todos os pelos, em resposta ao tratamento ao mal que o aflige. e que, anos atrás, a CIA teria criado um remédio para ser pulverizado sobre Fidel Castro, que o tornaria impubere, algo assim. pensavam que -sem pelos- ele seria desmoralizado e a ditadura que ele coordenava iria cair.
a doença é a sócia majoritária do clube da baixaria. andei acossado por ela e bem vi algo interessante. a gente sempre pensa que a educação é a panaceia de todas as mazelas. doente, buscando ajuda médica, vi que eu vivo mesmo é acossado por medo de assalto e medo de não ser atendido por um médico quando preciso nem nos setores de emergência.
então entendi que, quando todos dizemos unissonamente que a educação é a salvação do futuro, penso que a segurança pública e a saúde pessoal é que são a salvação do presente. morto em assalto não estuda. morto em fila de atendimento médico tampouco.
dito isto, ao saber que o Presidente Lula foi diagnosticado como portador de um câncer, senti muito por ele, por todos nós! espero que ele se cure! espero que ele permaneça ativo no espectro político brasileiro por muito tempo. pelo menos até aparecer alguma liderança de seu porte para levar o Brasil a uma condição de mais saúde, mais segurança e mais educação.
DdAB
p.s.: imagem: daqui. como é domingo, achei que esta brincadeirinha da foto não destoaria da seriedade com que trato a política brasileira...
p.s.s.: e ela -a imagem- vem de uma brincadeira selvagem e outra selvagíssima. a primeira é que Lula poderá perder todos os pelos, em resposta ao tratamento ao mal que o aflige. e que, anos atrás, a CIA teria criado um remédio para ser pulverizado sobre Fidel Castro, que o tornaria impubere, algo assim. pensavam que -sem pelos- ele seria desmoralizado e a ditadura que ele coordenava iria cair.
Marcadores:
Escritos,
Vida Pessoal
28 outubro, 2011
Mesoeconomia: novidades no front meridional
querido blog:
em nossa guerra de trincheiras contra a ingnorâncea contábil, houve mais uma vitória avassaladora. o livro Mesoeconomia: lições de contabilidade social; a mensuração do esforço produtivo da sociedade. Porto Alegre: Bookman, 2011, simplesmente ele, recebeu o Troféu Cultura Econômica, na categoria Economia, distribuído pelo Jornal do Comércio mais meridional do Brasil.
é uma vitória avassaladora, como sutilmente escrevi acima! neste momento em que a modelística formulada em termos essencialmente verbais olvida tão facilmente as relações contábeis, nada melhor do que um livro deste porte para fazer a chamada do outro dia: "volta prá terra, sô!". pois o lado alegre desta visão de mundo originária da dualidade básica da ciência econômica -aquela entre compras e vendas, ou seja, desejos de compradores e vendedores motivando-lhes as ações econômicas. em outras palavras, muitos soi disants institucionalistas sugerem que history matters. mas quando chega a hora de avaliar o que fazer com as informações do nível de compras e vendas de ontem parecem achar que aquela identidade não é importante o suficiente.
o livro referido nasp.6-7 do Caderno Feira do Livro, encartado no Jornal do Comércio (meridional) de hoje -por meio de seus organizadores Vladimir e myself- receberá o troféu citado no dia 11 de novembro no átrio do Edifício Santander Cultural, na boca da Feira do Livro que estará nos seus finalmente na cidade de Porto Alegre, a capital cum rio mais meridional do Brasil. todos estamos convidados. depois haverá a nossa private party, com nosso clube deslocando-se a um bar da região.
DdAB
imagem: não fui capaz de upload para cá a imagem que queria. então coloquei apenas o signo da identidade básica a que me referi, mutatis mutandis, e uma equação igualdade. e veio daqui.
p.s.: se tu leu isto e já faz parte do "Clube Social da Contabilidade Social", então é teu direito legal propagandear o ocorrido a teus diletos amigos. ou diletas amigas. ou ambos. ou ambas.
p.s.s.: será que práqueles carinhas, na primeira equação, "i" era a taxa de juros e "pi" era a produtividade do trabalho da ecoomia? e "e" era a base dos logaritmos neperianos?
em nossa guerra de trincheiras contra a ingnorâncea contábil, houve mais uma vitória avassaladora. o livro Mesoeconomia: lições de contabilidade social; a mensuração do esforço produtivo da sociedade. Porto Alegre: Bookman, 2011, simplesmente ele, recebeu o Troféu Cultura Econômica, na categoria Economia, distribuído pelo Jornal do Comércio mais meridional do Brasil.
é uma vitória avassaladora, como sutilmente escrevi acima! neste momento em que a modelística formulada em termos essencialmente verbais olvida tão facilmente as relações contábeis, nada melhor do que um livro deste porte para fazer a chamada do outro dia: "volta prá terra, sô!". pois o lado alegre desta visão de mundo originária da dualidade básica da ciência econômica -aquela entre compras e vendas, ou seja, desejos de compradores e vendedores motivando-lhes as ações econômicas. em outras palavras, muitos soi disants institucionalistas sugerem que history matters. mas quando chega a hora de avaliar o que fazer com as informações do nível de compras e vendas de ontem parecem achar que aquela identidade não é importante o suficiente.
o livro referido nasp.6-7 do Caderno Feira do Livro, encartado no Jornal do Comércio (meridional) de hoje -por meio de seus organizadores Vladimir e myself- receberá o troféu citado no dia 11 de novembro no átrio do Edifício Santander Cultural, na boca da Feira do Livro que estará nos seus finalmente na cidade de Porto Alegre, a capital cum rio mais meridional do Brasil. todos estamos convidados. depois haverá a nossa private party, com nosso clube deslocando-se a um bar da região.
DdAB
imagem: não fui capaz de upload para cá a imagem que queria. então coloquei apenas o signo da identidade básica a que me referi, mutatis mutandis, e uma equação igualdade. e veio daqui.
p.s.: se tu leu isto e já faz parte do "Clube Social da Contabilidade Social", então é teu direito legal propagandear o ocorrido a teus diletos amigos. ou diletas amigas. ou ambos. ou ambas.
p.s.s.: será que práqueles carinhas, na primeira equação, "i" era a taxa de juros e "pi" era a produtividade do trabalho da ecoomia? e "e" era a base dos logaritmos neperianos?
27 outubro, 2011
O ENEM e a OAB
querido diário:
siglas é o futuro da língua: tua com aides. explico-me. tenho um amigo com AIDS, ou, melhor ainda, "lamento informar a quem me interessa fazê-lo que -por tristeza- tenho (ou tive?) um querido amigo que descobriu-se portador da síndrome da deficiência imunológica adquirida." mas ainda poderíamos ler, para cessarem as divagações nesta postagem, TUA c/AIDS. o que quero que seja entendido como dito é que "TUA c/AIDS" pode transformar-se numa frase de português-brasileiro em menos de 1.000 anos. como milhares de outras siglas, do tipo "bit" "tbc", "asap" e "crrpç" (no caso, "corrupção, sigla que acabo de inventar, mas que é ultra-popular). e há mais milhares, inclusive os importados dos USA, como a AIDS propriamente dita, se me não mal faço entender.
e ENEM? e OAB? nem precisa explicar. por outro lado, eles têm nova comunalidade (além de serem siglas,se é que me não faço óbvio): o de provisão de exames que descaracterizam outros exames realizados em instâncias menores. ou seja, na escola ou na universidade.
há três peculiaridades relativamente ao ENEM. primeiro: acaba com a necessidade de curso regular de primeiro e segundo grau para -aprovados- maiores de 18 anos de idade. segundo: ele também acaba com o exame de transposição dos vestíbulos dos prédios e conteúdos universitários (sigla: vestibular). terceiro: porque parece impossível fazer um ENEM sem que alguma irregularidade ocorra.
mas a denúncia da vez é que os alunos de uma escola do Ceará já haviam respondido a nove questões que caíram na prova do ENEM de domingo passado. ou seja, disse alguém que tratava-se de questões que haviam sido usadas em testes dos enens de 2009 e 2011, mas que sei lá o quê. e claro que isto significa que uma fração dos professores ou o que os valha ficar a vida inteira ganhando dinheiro fazendo testes e mais testes voltados a avaliar os conteúdos que qualquer secundarista formado deveria ser capaz de atender é um exercício de debilidade mental só equiparável àquele que o tal Prometeu dedicou-se um dia. fora, claro, o lobby das indústrias que não querem largar o osso.
generalização: aula não é prisão. professor não é policial, aluno que não quer estudar é expulso por formatura depois de quatro anos de oportunidades de aprender coisas que serão testadas apenas em caso de ele querer prestar o exame da ordem, ou seja, o exame de caráter ordinário a ser-lhe aplicado caso ele queira tornar-se um profissional ordinário. caso não o queira, basta guardar seu diploma, expelido no dia em que ele completou quatro anos da ganhatura do diploma de aprovação no ENEM. um troço destes.
sepultamento: modelo ABC. ou -ao contrário- trata-se do nascimento prá valer do modelo ABC? o qual é, como bem sabemos, enunciado do seguinte modo: o professor A dá aula, o professor B faz a prova e o professor C (no caso do ENEM e da OAB, é o computador) corrige.
por que esta postagem ter marcador "Escritos"? porque eles foram escritos e não narrados ou declamados. e por que tem "Economia Política?" porque eles festejam a outra postagem em que ri da crônica de Luiz Augusto Fischer e porque o supremo (ou o supremíssimo) negou a um coroa o direito de advogar sem submeter-se ao enem universitário, ou seja, ao exame da oab.
DdAB
p.s.: pois a imagem é daqui.
siglas é o futuro da língua: tua com aides. explico-me. tenho um amigo com AIDS, ou, melhor ainda, "lamento informar a quem me interessa fazê-lo que -por tristeza- tenho (ou tive?) um querido amigo que descobriu-se portador da síndrome da deficiência imunológica adquirida." mas ainda poderíamos ler, para cessarem as divagações nesta postagem, TUA c/AIDS. o que quero que seja entendido como dito é que "TUA c/AIDS" pode transformar-se numa frase de português-brasileiro em menos de 1.000 anos. como milhares de outras siglas, do tipo "bit" "tbc", "asap" e "crrpç" (no caso, "corrupção, sigla que acabo de inventar, mas que é ultra-popular). e há mais milhares, inclusive os importados dos USA, como a AIDS propriamente dita, se me não mal faço entender.
e ENEM? e OAB? nem precisa explicar. por outro lado, eles têm nova comunalidade (além de serem siglas,se é que me não faço óbvio): o de provisão de exames que descaracterizam outros exames realizados em instâncias menores. ou seja, na escola ou na universidade.
há três peculiaridades relativamente ao ENEM. primeiro: acaba com a necessidade de curso regular de primeiro e segundo grau para -aprovados- maiores de 18 anos de idade. segundo: ele também acaba com o exame de transposição dos vestíbulos dos prédios e conteúdos universitários (sigla: vestibular). terceiro: porque parece impossível fazer um ENEM sem que alguma irregularidade ocorra.
mas a denúncia da vez é que os alunos de uma escola do Ceará já haviam respondido a nove questões que caíram na prova do ENEM de domingo passado. ou seja, disse alguém que tratava-se de questões que haviam sido usadas em testes dos enens de 2009 e 2011, mas que sei lá o quê. e claro que isto significa que uma fração dos professores ou o que os valha ficar a vida inteira ganhando dinheiro fazendo testes e mais testes voltados a avaliar os conteúdos que qualquer secundarista formado deveria ser capaz de atender é um exercício de debilidade mental só equiparável àquele que o tal Prometeu dedicou-se um dia. fora, claro, o lobby das indústrias que não querem largar o osso.
generalização: aula não é prisão. professor não é policial, aluno que não quer estudar é expulso por formatura depois de quatro anos de oportunidades de aprender coisas que serão testadas apenas em caso de ele querer prestar o exame da ordem, ou seja, o exame de caráter ordinário a ser-lhe aplicado caso ele queira tornar-se um profissional ordinário. caso não o queira, basta guardar seu diploma, expelido no dia em que ele completou quatro anos da ganhatura do diploma de aprovação no ENEM. um troço destes.
sepultamento: modelo ABC. ou -ao contrário- trata-se do nascimento prá valer do modelo ABC? o qual é, como bem sabemos, enunciado do seguinte modo: o professor A dá aula, o professor B faz a prova e o professor C (no caso do ENEM e da OAB, é o computador) corrige.
por que esta postagem ter marcador "Escritos"? porque eles foram escritos e não narrados ou declamados. e por que tem "Economia Política?" porque eles festejam a outra postagem em que ri da crônica de Luiz Augusto Fischer e porque o supremo (ou o supremíssimo) negou a um coroa o direito de advogar sem submeter-se ao enem universitário, ou seja, ao exame da oab.
DdAB
p.s.: pois a imagem é daqui.
Marcadores:
Economia Política,
Escritos
26 outubro, 2011
Juízes Fazendo mais Leis...
no Brasil, se bem entendi os últimos acontecimentos e críticas a eles, temos o tribunal, o super-tribunal, o supremo tribunal e o supremíssimo tribunal. se bem entendi, ou foi o supremo ou o supremíssimo que criaram uma lei que permite o casamento entre agentes econômicos e sociais portadores na carteira de identidade do mesmo sexo, gênero, sei lá. de minha parte, entendi que este troço de quatro tribunais ficarem fazendo leis é um desacato aos milhares de deputados e vereadores que fazem leis. nem toda lei é esdrúxula, como acredito ser (ou não ser?) o caso desta lei que autoriza os casamentos da negadinha do mesmo sexo. o que me desagrada é apenas o desarranjo legislativo e o mesmo do judiciário. ambos pagam bem. ambos deviam fazer seu dever de casa.
ademais, não me parece uma boa este negócio de equiparação de direitos ao casamento. ao contrário, sou favorável é à eliminação do casamento mesmo para os straights. não sou, como é fácil de deduzir, a favor da pouca vergonha. no caso, ocorre-me exemplificar com os próprios vencimentos dessa turma ou com os milhares de atos de corrupção deslavada que vemos diariamente ao ler qualquer jornal de qualquer bairro de qualquer cidade de qualquer estado.
DdAB
p.s. imagem: daqui mesmo, ou melhor, esqueci de fazê-lo ontem (hoje é 27/out) e agora dei este jeitinho, imprimindo a tela do computador que não exibia imagem nenhuma, agora exibe sua própria auto-imagem alguma.
p.s.s. quer uma postagem minha mais antiga sobre o tema? olha aqui.
p.s.s.s. quer outra? olha aqui.
p.s.s.s.s. quer uma terceira? aqui.
Marcadores:
Economia Política
25 outubro, 2011
Duas do Fischer: ENEM e Atuação
querido diário:
conheço dois Fischers, o Sérgio, meu colega, e o Luiz Augusto (fischerl@uol.com.br), que escreve periodicamente em Zero Hora, tendo-o feito hoje à p.6 do Segundo Caderno. na verdade, conheço um terceiro, o afamado economista americano Irving Fischer que deu grandes contribuições à ciência econômica e cometeu erros medonhos sobre a profundidade da crise de 1929.
quero falar do Fischer cronista. sua crônica de hoje chama-se "Enem era para tanto?", em que ele -meu resumo- critica acremente a substituição dos concursos vestibulares para a universidade pública pelo ENEM. este tipo de posição radicaliza ou por falta de assunto ou por conservadorismo:
"Sabe quem resiste a esse [poder do MEC de pressionar as universidades], ainda? Por acaso, quatro das cinco maiores universidades do Brasil: USP e Unicamp, além da nossa valorosa UFRGS e da UFMG, que o adotam com grande parcimônia (a UFRJ seentregou totalmente, este ano). Alguma coincidência nisso? Ou será que as quatro resistentes têm alguma sólida razão para evitar o Enem? Que é que o leitor acha?" [seus parênteses, meus colchetes antes].
eu gostei do "este ano": claro que a longo prazo todo mundo vai curvar-se à maior eficiência generalizada que pode ser carreada ao sistema por um exame do tipo do GRE americano. já imaginou um sistema que não precisa de milhares de professores fazendo provas? já pensou num sistema que aponta os melhores em seleção nacional? já pensou que, daqui a alguns anos, o próprio GRE poderia fazer convênios privados com as universidades com com o deus-nos-acuda e fazer ele mesmo os exames de vestibular generalizados nacionalmente também para a república federativa daqui de baixo? é, aparentemente, este leitor não achou muito legal esta tirada de Lui´s Augusto Fischer. mas isto não é tudo.
eu anunciara duas do Fischer e até agora falei em apenas uma, o ENEM. no Caderno Cultura (you know where from) de 30/jul/2011, ele escreveu algo como "Semáforo Atuado pelo Tráfego". e disse: "Não existe, em português decente, esse uso para o verbo atuar, em que uma coisa é atuada por outra."
pensei: mas existe no que, neste caso, podemos chamar de português indecente. os milhões de crentes no espiritismo e outras religiões assemelhadas quanto ao subject matter dizem aos milhões: "Fulano foi atuado pelo íncubo de Sicrano", ou melhor, pelo espírito mau. Em economês juro que poderia, em português indecente, escrever, nesta mesma linha de reencarnacionismo: "O indivíduo isolado é atuado por uma mão invisível que impulsiona suas ações, as quais se integram, benevolamente ao comportamento coletivo." e será que não podemos dizer: "Monsieur Jourdan foi atuado por Procópio Ferreira", um troço destes? sem falar, na profissão de "atuário", em que os livros são atuados pelo contador, hehehe. sinal fechado para a língua brasileira! hehehe.
DdAB
imagem: abcz.
conheço dois Fischers, o Sérgio, meu colega, e o Luiz Augusto (fischerl@uol.com.br), que escreve periodicamente em Zero Hora, tendo-o feito hoje à p.6 do Segundo Caderno. na verdade, conheço um terceiro, o afamado economista americano Irving Fischer que deu grandes contribuições à ciência econômica e cometeu erros medonhos sobre a profundidade da crise de 1929.
quero falar do Fischer cronista. sua crônica de hoje chama-se "Enem era para tanto?", em que ele -meu resumo- critica acremente a substituição dos concursos vestibulares para a universidade pública pelo ENEM. este tipo de posição radicaliza ou por falta de assunto ou por conservadorismo:
"Sabe quem resiste a esse [poder do MEC de pressionar as universidades], ainda? Por acaso, quatro das cinco maiores universidades do Brasil: USP e Unicamp, além da nossa valorosa UFRGS e da UFMG, que o adotam com grande parcimônia (a UFRJ seentregou totalmente, este ano). Alguma coincidência nisso? Ou será que as quatro resistentes têm alguma sólida razão para evitar o Enem? Que é que o leitor acha?" [seus parênteses, meus colchetes antes].
eu gostei do "este ano": claro que a longo prazo todo mundo vai curvar-se à maior eficiência generalizada que pode ser carreada ao sistema por um exame do tipo do GRE americano. já imaginou um sistema que não precisa de milhares de professores fazendo provas? já pensou num sistema que aponta os melhores em seleção nacional? já pensou que, daqui a alguns anos, o próprio GRE poderia fazer convênios privados com as universidades com com o deus-nos-acuda e fazer ele mesmo os exames de vestibular generalizados nacionalmente também para a república federativa daqui de baixo? é, aparentemente, este leitor não achou muito legal esta tirada de Lui´s Augusto Fischer. mas isto não é tudo.
eu anunciara duas do Fischer e até agora falei em apenas uma, o ENEM. no Caderno Cultura (you know where from) de 30/jul/2011, ele escreveu algo como "Semáforo Atuado pelo Tráfego". e disse: "Não existe, em português decente, esse uso para o verbo atuar, em que uma coisa é atuada por outra."
pensei: mas existe no que, neste caso, podemos chamar de português indecente. os milhões de crentes no espiritismo e outras religiões assemelhadas quanto ao subject matter dizem aos milhões: "Fulano foi atuado pelo íncubo de Sicrano", ou melhor, pelo espírito mau. Em economês juro que poderia, em português indecente, escrever, nesta mesma linha de reencarnacionismo: "O indivíduo isolado é atuado por uma mão invisível que impulsiona suas ações, as quais se integram, benevolamente ao comportamento coletivo." e será que não podemos dizer: "Monsieur Jourdan foi atuado por Procópio Ferreira", um troço destes? sem falar, na profissão de "atuário", em que os livros são atuados pelo contador, hehehe. sinal fechado para a língua brasileira! hehehe.
DdAB
imagem: abcz.
24 outubro, 2011
É Hora de Mudar! (o caso das regras distributivas)
querido diário:
em meu ciclo de férias em Santa Catarina (digamos que 1982-88), num desses anos, houve eleições para governador. e havia um candidato que lançou o slogan: "É hora de mudar!" e tinha um relógio despertador setado, digamos, para o meio-dia, ou sete da matina, sabe-se lá o que me reservam os desvão da memória. pois ontem falei que a capacidade de carga do planeta comporta talvez um pouco mais do que os sete bilhões que seremos daqui a sete dias! mas é preciso mudar substancialmente as regras de funcionamento do aparato distributivo do sistema.
o sistema? sistema capitalista? há anos venho repetindo que este acabou há mais de 15 dias. mas demora séculos para a negadinha dar-se conta. e a mudança vem, em geral, mnoldada a ferro e fogo e ejetando sangue suor e lágrimas por todos os poros. digo-o para cultivar alguns lugares comuns que não são suficientes para garantir a inevitabilidade da mudança e a negociabilidade dos métodos para se chegar a ela.
ainda não tive coragem de campear um banco de dados de matrizes de contabilidade social de diferentes países e períodos, a fim de avaliar se é verdade mesmo que o bloco das transações interinstitucionais (transferências intra-familiares, govern-famílias, famílias-governo) tem expandido sua participação no valor adicionado. ou seja,
.a. estas transações (donativos de uma família a outra, recebimento de transferências do governo e pagamento de impostos diretos, como o sobre a renda/demais/rendimentos e aquele sobre a propriedade/herança) não são "valor adicionado".
.b. a distribuição, penso, torna-se cada vez menos dependente do funcionamento do mercado de fatores (aquele que divide o produto entre as classes sociais). neste mercado, define-se a participação dos trabalhadores na renda e quem entre eles ganhará mais do que os outros. naturalmente os que menos ganham são os desempregados.
no século XXI já há uma enorme legião de desempregados que tende a elevar-se durante a transição para a economia menos dependente deste tipo de regra distributiva. o que precisa ser delineado nos próximos 89 anos é o tipo de arranjo institucional que garanta a sustentabilidade dos recursos, especialmente os recursos humanos, tão negligenciados ao se tratar de temas como o do meio-ambiente, preservação de animais, essas coisas. o bicho homem deverá receber novo tratamento. particularmente, será preciso criar mecanismos de elevar o trabalho comunitário. por exemplo, cuidados para com os jovens e os velhos, o meio-ambiente e o "exército industrial de reserva".
é hora de mudar! já sabemos o mecanismo: a renda básica universal (que não é "renda", mas transferências financiada por outra transferência, o imposto de renda.
DdAB
imagem: fiquei pensando que "meu cortinado é um vasto céu de anil" e busquei a imagem em abcz.
em meu ciclo de férias em Santa Catarina (digamos que 1982-88), num desses anos, houve eleições para governador. e havia um candidato que lançou o slogan: "É hora de mudar!" e tinha um relógio despertador setado, digamos, para o meio-dia, ou sete da matina, sabe-se lá o que me reservam os desvão da memória. pois ontem falei que a capacidade de carga do planeta comporta talvez um pouco mais do que os sete bilhões que seremos daqui a sete dias! mas é preciso mudar substancialmente as regras de funcionamento do aparato distributivo do sistema.
o sistema? sistema capitalista? há anos venho repetindo que este acabou há mais de 15 dias. mas demora séculos para a negadinha dar-se conta. e a mudança vem, em geral, mnoldada a ferro e fogo e ejetando sangue suor e lágrimas por todos os poros. digo-o para cultivar alguns lugares comuns que não são suficientes para garantir a inevitabilidade da mudança e a negociabilidade dos métodos para se chegar a ela.
ainda não tive coragem de campear um banco de dados de matrizes de contabilidade social de diferentes países e períodos, a fim de avaliar se é verdade mesmo que o bloco das transações interinstitucionais (transferências intra-familiares, govern-famílias, famílias-governo) tem expandido sua participação no valor adicionado. ou seja,
.a. estas transações (donativos de uma família a outra, recebimento de transferências do governo e pagamento de impostos diretos, como o sobre a renda/demais/rendimentos e aquele sobre a propriedade/herança) não são "valor adicionado".
.b. a distribuição, penso, torna-se cada vez menos dependente do funcionamento do mercado de fatores (aquele que divide o produto entre as classes sociais). neste mercado, define-se a participação dos trabalhadores na renda e quem entre eles ganhará mais do que os outros. naturalmente os que menos ganham são os desempregados.
no século XXI já há uma enorme legião de desempregados que tende a elevar-se durante a transição para a economia menos dependente deste tipo de regra distributiva. o que precisa ser delineado nos próximos 89 anos é o tipo de arranjo institucional que garanta a sustentabilidade dos recursos, especialmente os recursos humanos, tão negligenciados ao se tratar de temas como o do meio-ambiente, preservação de animais, essas coisas. o bicho homem deverá receber novo tratamento. particularmente, será preciso criar mecanismos de elevar o trabalho comunitário. por exemplo, cuidados para com os jovens e os velhos, o meio-ambiente e o "exército industrial de reserva".
é hora de mudar! já sabemos o mecanismo: a renda básica universal (que não é "renda", mas transferências financiada por outra transferência, o imposto de renda.
DdAB
imagem: fiquei pensando que "meu cortinado é um vasto céu de anil" e busquei a imagem em abcz.
Marcadores:
Economia Política
23 outubro, 2011
Eba!, Já Somos Sete Bilhões de Humanóides
querido blog:
hoje o editorial de Zero Hora (que não fui capaz de ler tintim por tintim) fala que no próximo dia 31 de outubro (como já lera numa National Geographic talvez de fevereiro/2011) será comemorado o nascimento do sétimo bilionésimo terráqueo. ou seja, ainda que morra meia dúzia de rapazes no dia 30, no dia 31, o saldo terá aumentado ao ponto de se chegar a sete bilhões de respirantes.
nem todos os respirantes humanos têm direito a três refeições por dia, de sorte que há ainda muito espaço para a evolução da cultura e, principalmente, da generosidade. o que falei ontem foi sobre a bolsa-família e a vitória da viúva Cristina Krischner. ainda está para chegar a hora que a Nestlé, a GM, a Chevy, sei lá, darão bolsa-família também às famílias africanas (e de boa parte do resto da América, e por aí vai).
mas a Zero Hora (a parte que li) fala em: "Mais do que superpopulação, preocupa agora a humanidade a crise econômica, o desemprego, a falta de infraestrutura e mobilidade nos grandes centros urbanos, o descaso com o ambiente, a escassez de água potável, as poucas alternativas a fontes de energia não renováveis como o petróleo, os conflitos armados e o terrorismo".
pensei: superpopulação tem um inimigo cruel: a capacidade de carga do planeta. parece evidente que hoje não podemos imaginar um trilhão de habitantes nestes roçados. ou seja, a superpopulação é um inimigo espantosamente cruel.
pensei: será que a crise econômica é o ponto que reúne todos os demais pontos? insisto, como o burro bombeando a lavoura do azevém, que este ponto, o Aleph da baixaria, é a concentração da renda em tudo o que é conceito que possamos imaginar (classes, gêneros, indústrias, famílias, regiões, idades, e por aí vai).
pensei: neste caso, passamos ao desemprego, o antônimo da sociedade igualitária. e de imediato passei a pensar no que para mim (idade influi!) é a segurança pública, o maior antídoto ao exercício da liberdade individual. ninguém que costuma ser assaltado ou vive fugindo de situações assaltadiças, pode ser declarado realmente livre. claro que antes disto -diz-nos Maslow- precisa-se de vencer o probleminha das três refeições. ok: falta emprego na segurança pública. isto já nos leva a pensar em consequências benévolas: menos tráfico de drogas, menos prostituição infantil, menos tráfico de escravas brancas (e de todas as demais cores que possamos atribuir a seres humanos, e talvez nem seja apenas de sexo feminino), a lavagem de dinheiro. o editorial de Zero Hora terá falado nisto?
DdAB
p.s.: origem da imagem: aqui.
p.s.s. ontem esqueci de comentar que o jornal diz que, desde a constituição da república impressa em 1988, surgiram quase 280 mil medidas de regulamentações fiscais. sou de opinião que a Corte da ONU de Amsterdam deveria processar e meter na cadeia todos os funcionários do ministério da fazenda e das secretarias estaduais. é impossível conceber maior incompetência!
p.s.s.s.: olha aqui o que recebi por e-mail há dois dias. para meu vocabulário, há engrandecimento com dois conceitos dos quais meu intelecto sentia falta:
.a. fada da confiança
.b. austeridade expansionista.
diz aí, Krugman:
hoje o editorial de Zero Hora (que não fui capaz de ler tintim por tintim) fala que no próximo dia 31 de outubro (como já lera numa National Geographic talvez de fevereiro/2011) será comemorado o nascimento do sétimo bilionésimo terráqueo. ou seja, ainda que morra meia dúzia de rapazes no dia 30, no dia 31, o saldo terá aumentado ao ponto de se chegar a sete bilhões de respirantes.
nem todos os respirantes humanos têm direito a três refeições por dia, de sorte que há ainda muito espaço para a evolução da cultura e, principalmente, da generosidade. o que falei ontem foi sobre a bolsa-família e a vitória da viúva Cristina Krischner. ainda está para chegar a hora que a Nestlé, a GM, a Chevy, sei lá, darão bolsa-família também às famílias africanas (e de boa parte do resto da América, e por aí vai).
mas a Zero Hora (a parte que li) fala em: "Mais do que superpopulação, preocupa agora a humanidade a crise econômica, o desemprego, a falta de infraestrutura e mobilidade nos grandes centros urbanos, o descaso com o ambiente, a escassez de água potável, as poucas alternativas a fontes de energia não renováveis como o petróleo, os conflitos armados e o terrorismo".
pensei: superpopulação tem um inimigo cruel: a capacidade de carga do planeta. parece evidente que hoje não podemos imaginar um trilhão de habitantes nestes roçados. ou seja, a superpopulação é um inimigo espantosamente cruel.
pensei: será que a crise econômica é o ponto que reúne todos os demais pontos? insisto, como o burro bombeando a lavoura do azevém, que este ponto, o Aleph da baixaria, é a concentração da renda em tudo o que é conceito que possamos imaginar (classes, gêneros, indústrias, famílias, regiões, idades, e por aí vai).
pensei: neste caso, passamos ao desemprego, o antônimo da sociedade igualitária. e de imediato passei a pensar no que para mim (idade influi!) é a segurança pública, o maior antídoto ao exercício da liberdade individual. ninguém que costuma ser assaltado ou vive fugindo de situações assaltadiças, pode ser declarado realmente livre. claro que antes disto -diz-nos Maslow- precisa-se de vencer o probleminha das três refeições. ok: falta emprego na segurança pública. isto já nos leva a pensar em consequências benévolas: menos tráfico de drogas, menos prostituição infantil, menos tráfico de escravas brancas (e de todas as demais cores que possamos atribuir a seres humanos, e talvez nem seja apenas de sexo feminino), a lavagem de dinheiro. o editorial de Zero Hora terá falado nisto?
DdAB
p.s.: origem da imagem: aqui.
p.s.s. ontem esqueci de comentar que o jornal diz que, desde a constituição da república impressa em 1988, surgiram quase 280 mil medidas de regulamentações fiscais. sou de opinião que a Corte da ONU de Amsterdam deveria processar e meter na cadeia todos os funcionários do ministério da fazenda e das secretarias estaduais. é impossível conceber maior incompetência!
p.s.s.s.: olha aqui o que recebi por e-mail há dois dias. para meu vocabulário, há engrandecimento com dois conceitos dos quais meu intelecto sentia falta:
.a. fada da confiança
.b. austeridade expansionista.
diz aí, Krugman:
17 de outubro de 2011 | 16h53
Paul Krugman
Wolfgang Munchau sugere uma razão para os erros de julgamento europeus -
e afirma que os líderes europeus não levaram em conta o fato de a
Europa, coletivamente, ser uma economia quase fechada, vendendo
primariamente para si mesma:
“As
muitas falhas da crise política de resposta à crise da zona do euro têm
uma causa comum: a zona do euro é uma grande economia fechada. Cada um
dos seus 17 Estados membros é pequeno e aberto. Os líderes políticos que
governam a zona do euro têm uma mentalidade limitada de economia aberta
– cada um deles – sem exceção. Os economistas que eles empregam usam
geralmente modelos pequenos de economia aberta”
É uma tese interessante e concordo que as consequências da austeridade fiscal dentro da Europa são importantes. No início da crise fiz alguns cálculos aproximados da expansão fiscal
e minha estimativa foi de que uma expansão coordenada produziria duas
vezes o valor por euro de uma expansão unilateral no caso de um única
área do euro. Pela mesma lógica, a austeridade parece mais atrativa para
cada país individualmente se eles não levarem em conta os efeitos além
das fronteiras.
Dito isso, acho que Munchau está sendo
gentil demais no caso. Líderes e instituições da Europa de maneira geral
nem chegaram ao ponto de delinear políticas que poderiam ter funcionado
numa economia aberta pequena. Em vez disso, partiram para teses
econômicas fantasiosas, acreditando que a fada da confiança tornaria a
contração fiscal expansionista. O BCE – Banco Central Europeu, que
Munchau considera a instituição mais consciente dos vínculos, também é a
instituição mais devotada à doutrina da austeridade expansionista.
Em geral, os economistas adoram modelo em
que pessoas inteligentes fazem escolhas individualmente inteligentes que
acabam sendo estúpidas coletivamente; e eles adoram especialmente
quando tais modelos favorecem argumentos no sentido de uma coordenação
política internacional. Eu também! Mas no mundo real, uma política ruim
surge, com mais frequência, da falta mesmo de entender os princípios
certos a nível de um país individual. Más teses econômicas não se somam
aos problemas, elas estão no centro da recente insensatez europeia.
p.s.s.s.s.: bombear é olhar em gauchês. apenas gauchês? (não tá no aurelião).
p.s.s.s.s.s.: deixando bem claro: sou a favor do emprego público, como colchão ao desemprego. e sou a favor de que, no setor privado, o próprio governo imponha requerimentos para o aumento da produtividade do trabalho, ou seja, a redução do conteúdo de trabalho por unidade de produção. ou seja, que imponha o desemprego... ou melhor, que ajude a sociedade a se organizar para ganhar mais lazer.
p.s.s.s.s.s.s.: nunca esquecendo que Leonardo Monastério me disse pessoalmente: "quanto mais gente, mais cérebros; quanto mais cérebros, mais soluções".
p.s.s.s.s.s.: deixando bem claro: sou a favor do emprego público, como colchão ao desemprego. e sou a favor de que, no setor privado, o próprio governo imponha requerimentos para o aumento da produtividade do trabalho, ou seja, a redução do conteúdo de trabalho por unidade de produção. ou seja, que imponha o desemprego... ou melhor, que ajude a sociedade a se organizar para ganhar mais lazer.
p.s.s.s.s.s.s.: nunca esquecendo que Leonardo Monastério me disse pessoalmente: "quanto mais gente, mais cérebros; quanto mais cérebros, mais soluções".
Marcadores:
Economia Política
22 outubro, 2011
Mañana...
querido blog:
amanhã, haverá eleições na Argentina. a presidenta Christina busca a reeleição. veste-se de preto e tem chances de vencer de imediato a eleição em dois turnos. quem trouxe a vitória? o traje? a viuvez? a bolsa-família? parece óbvio. haveria uma fábula sobre o encontro de uma nota de US$ 100, que daria vitória eleitoral para aquele que a coloca ao alcance de todos. a renda básica universal o faz. parece um achado genial, adequado para o mercado de trabalho do século XXI. US$ 100 ainda é um sonho, talvez apenas no terceiro governo Lula ou, se quiseremos, sexto ou sétimo governo FHC. o que não devemos esquecer é que se cada brasileiro em idade economicamente ativa ganhasse R$ 1.000 mensais, ir-se-iam apenas 40% da renda interna bruta. uma pechincha!
a criança de tênis do lado oposto ao cavalo é descamisada.
DdAB
imagen: aqui.
amanhã, haverá eleições na Argentina. a presidenta Christina busca a reeleição. veste-se de preto e tem chances de vencer de imediato a eleição em dois turnos. quem trouxe a vitória? o traje? a viuvez? a bolsa-família? parece óbvio. haveria uma fábula sobre o encontro de uma nota de US$ 100, que daria vitória eleitoral para aquele que a coloca ao alcance de todos. a renda básica universal o faz. parece um achado genial, adequado para o mercado de trabalho do século XXI. US$ 100 ainda é um sonho, talvez apenas no terceiro governo Lula ou, se quiseremos, sexto ou sétimo governo FHC. o que não devemos esquecer é que se cada brasileiro em idade economicamente ativa ganhasse R$ 1.000 mensais, ir-se-iam apenas 40% da renda interna bruta. uma pechincha!
a criança de tênis do lado oposto ao cavalo é descamisada.
DdAB
imagen: aqui.
Marcadores:
Economia Política
20 outubro, 2011
A Grécia, os Juros Compostos e a Crueldade
querido blog:
as primeiras notícias que tive realmente sérias sobre a Grécia foram na obra infantil de Monteiro Lobato, os "12 Trabalhos de Hércules". Emília, Pedrinho, Narizinho, o Visconde de Sabugosa e Hércules. Emília mandando em Hércules deve ter inspirado o filme "O Exterminador do Futuro", em que um guri determinava palhaçadas (não em seu julgamento) a serem executadas por Arnold Schartzeneger, governador da Califórnia.
cá vemos um simples exercício de juros compostos como prova científica da crueldade do governo grego e seus algozes europeus. o preço a pagar por não seguirem o que aqui digo é o desemprego, a desigualdade e a convulsão social, como é o que hoje vemos no Brasil do Gini 0,55. pois a tabela que segue mostra o quedizem ser hoje verdade: a dívida pública da república pós-platônica é de 140 unidades monetárias. o valor adicionado é de 100 unidades monetárias, cumprindo-se a razão de 1,4. pois imagino o que aconteceria se os gregos saíssem para uma saída menos ortogoxa do que cortar gastos e aumentar impostos indiretos.
supuz a renda crescendo a 7,2% a.a. (impossível? como disse Quincas Berro Dágua: cada um cuide de seu enterro, impossível não há). neste caso, o endividamento considerado criminoso pelos algozes europeus cairia destes 140 para meros 70 em 10 anos. graças ao juros compostos.
por que o governo grego não faz isto? por que o parlamento grego é tão inclinado a aceitar as tropelias que vêm sendo propostas pelo governo? ontem e ante-ontem comecei a refletir a respeito: probleminha de escolha coletiva. o povo não vota em quem o representa. problema de coordenação dos agentes. problema para os rapazes que fazem protestos nas ruas. dizem que foram 150 mil pessoas. o problema que hoje saliento é que a maioria ficou em casa. no Chile a maioria ficou em casa. nos Estados Unidos a maioria ficou em casa. o conservadorismo tende a levar a melhor. e o mundo tende a levar a pior. viver em planeta é perigoso, como tenho alertado. e viver em planeta gerido pelo clube da baixaria ainda é mais. tinha era que usar mais aquela clava.
DdAB
as primeiras notícias que tive realmente sérias sobre a Grécia foram na obra infantil de Monteiro Lobato, os "12 Trabalhos de Hércules". Emília, Pedrinho, Narizinho, o Visconde de Sabugosa e Hércules. Emília mandando em Hércules deve ter inspirado o filme "O Exterminador do Futuro", em que um guri determinava palhaçadas (não em seu julgamento) a serem executadas por Arnold Schartzeneger, governador da Califórnia.
cá vemos um simples exercício de juros compostos como prova científica da crueldade do governo grego e seus algozes europeus. o preço a pagar por não seguirem o que aqui digo é o desemprego, a desigualdade e a convulsão social, como é o que hoje vemos no Brasil do Gini 0,55. pois a tabela que segue mostra o quedizem ser hoje verdade: a dívida pública da república pós-platônica é de 140 unidades monetárias. o valor adicionado é de 100 unidades monetárias, cumprindo-se a razão de 1,4. pois imagino o que aconteceria se os gregos saíssem para uma saída menos ortogoxa do que cortar gastos e aumentar impostos indiretos.
supuz a renda crescendo a 7,2% a.a. (impossível? como disse Quincas Berro Dágua: cada um cuide de seu enterro, impossível não há). neste caso, o endividamento considerado criminoso pelos algozes europeus cairia destes 140 para meros 70 em 10 anos. graças ao juros compostos.
Tem- po |
Dívida | PIB | Razão |
1 | 140 | 100,0 | 1,400 |
2 | 140 | 107,1 | 1,307 |
3 | 140 | 114,8 | 1,220 |
4 | 140 | 123,0 | 1,139 |
5 | 140 | 131,7 | 1,063 |
6 | 140 | 141,1 | 0,992 |
7 | 140 | 151,2 | 0,926 |
8 | 140 | 161,9 | 0,864 |
9 | 140 | 173,5 | 0,807 |
10 | 140 | 185,9 | 0,753 |
11 | 140 | 199,1 | 0,703 |
por que o governo grego não faz isto? por que o parlamento grego é tão inclinado a aceitar as tropelias que vêm sendo propostas pelo governo? ontem e ante-ontem comecei a refletir a respeito: probleminha de escolha coletiva. o povo não vota em quem o representa. problema de coordenação dos agentes. problema para os rapazes que fazem protestos nas ruas. dizem que foram 150 mil pessoas. o problema que hoje saliento é que a maioria ficou em casa. no Chile a maioria ficou em casa. nos Estados Unidos a maioria ficou em casa. o conservadorismo tende a levar a melhor. e o mundo tende a levar a pior. viver em planeta é perigoso, como tenho alertado. e viver em planeta gerido pelo clube da baixaria ainda é mais. tinha era que usar mais aquela clava.
DdAB
Marcadores:
Economia Política
19 outubro, 2011
Delfins na Carta, nós no Blog
querido diário:
hoje é quarta-feira, bem sabemos. sabemo-lo também que hoje é o dia impresso na capa da Carta Capital que me chegou às mãos no sábado finado. e sabemos que Delfim Netto, ex-ministro de Geisel e outros oficiais superiores das formas armadas que responderam pela presidência da república proclamada pelo Marechal Deodoro Peixoto, é colunista da revista. ele escreveu:
hoje é quarta-feira, bem sabemos. sabemo-lo também que hoje é o dia impresso na capa da Carta Capital que me chegou às mãos no sábado finado. e sabemos que Delfim Netto, ex-ministro de Geisel e outros oficiais superiores das formas armadas que responderam pela presidência da república proclamada pelo Marechal Deodoro Peixoto, é colunista da revista. ele escreveu:
O economista é um cientista social que procura entender como
funciona o mundo real e não impor-lhe o que gostaria que ele fosse. O
resultado do seu trabalho deve ajudar a lubrificar o funcionamento das
instituições que levam ao desenvolvimento sustentável com justiça
social. Nem toda atividade social é de interesse da economia, mas toda
atividade econômica é de interesse social. [...] A pobre discussão que envolveu a ideia de “Estado mínimo”, por
exemplo, era apenas uma ação ideologicamente motivada. Na verdade, não
existe “mercado” sem um Estado capaz de garantir as condições de seu
funcionamento. Em uma larga medida, a forma de organização do sistema
produtivo é ditada pelos que detêm o poder político e formulam a
política econômica que serve aos seus interesses. A sua construção
teórica e a formalização para justificá-la também são um produto
ideológico. Basta ver como a tomada do poder pelas finanças, nos EUA,
levou a uma política econômica que lentamente erodiu a legislação que
regulava suas atividades e fora produzida após a Grande Depressão. Muito
rapidamente os “cientistas” produziram uma “ciência infusa” que
justificava a total desregulamentação da atividade financeira em nome da
“eficiência” e da descoberta de “inovações” capazes de medir os
“riscos”: nunca
mais aconteceria um 1929!
e eu comento. primeiro faço uma crítica ad hominem. sempre fico estupefato ao ler o que ele escreve no presente, não tendo esquecido coisas que ele mesm ofalou ou escreveu no passado. depois faço um elogio. nos anos em que o leio na Carta Capital, passei a admirar sua erudição, seu tirocínio e aprendi pilhas de coisas com ele. agora começo:O economista é um cientista social que procura entender como
funciona o mundo real e não impor-lhe o que gostaria que ele fosse. O
resultado do seu trabalho deve ajudar a lubrificar o funcionamento das
instituições que levam ao desenvolvimento sustentável com justiça
social. pois o que me parece é que esta figura idílica não existe. o que existe são praticantes da profissão que têm maior ou menor acesso ao poder. as proposições positivas encontram-se apenas no livro texto e não devemos desprezá-las. até mesmo deveremos -se formos humildes intelectualmente e ciosos de não carregar aos outros nossas estruturas de preferências- relutar em expressar nossos julgamentos de valor. até por aí. eu me orgulho de defender a sociedade igualitária e, com isto, minha própria pesquisa está sempre pensando em achar os melhores argumentos positivos para justificá-la. a própria frase final de Delfim Netto diz precisamente o que acabei de dizer: que negócio é este de "deve ajudar"? não é normativo? o que ele queria que os economistas neo-liberais fizessem? a questão é que houve uma turma de oportunistas que se enturmou nos governantes neo-liberais e aproveitou-se de seu poder para exercer seu próprio poder. e a desregulamentação das finanças não é mais do que uma das manifestações desta identidade positivo-normativo.
próxima frase: Nem toda atividade social é de interesse da economia, mas toda
atividade econômica é de interesse social. em minha perfunctória opinião, claro que toda a atividade social é de interesse da economia. aliás, de que economia fala ele? da ciência ou do sistema? o interesse é de ambas. isto porque cada festinha de aniversário que me vê presente também causa o aumento da minha produtividade no trabalho no dia seguinte.
e agora: A pobre discussão que envolveu a ideia de “Estado mínimo”, por
exemplo, era apenas uma ação ideologicamente motivada. Na verdade, não
existe “mercado” sem um Estado capaz de garantir as condições de seu
funcionamento.
e eu comento: quem pensa na polaridade mercado-estado está claudicando em perceber que existe um tripé organizando a ação econômica da sociedade: mercado-estado-comunidade. minha antropologia econômica datou seu surgimento: comunidade (horda, família, exogamia), depois veio o mercado (exogamia, trocas de presentes, trocas disseminadas) e, por fim, e apenas por fim, quando a divisão do trabalho alcançara níveis inacreditáveis por uma formiga, é que pinicou o estado. se não houver harmonia, equilíbrio, entre estas três instâncias organizativas dos processos de escolha coletiva, teremos a baixaria, como é o caso da Eritréia, em menor grau, do Brasil e em tênue limite, da Noruega.
e eu comento: quem pensa na polaridade mercado-estado está claudicando em perceber que existe um tripé organizando a ação econômica da sociedade: mercado-estado-comunidade. minha antropologia econômica datou seu surgimento: comunidade (horda, família, exogamia), depois veio o mercado (exogamia, trocas de presentes, trocas disseminadas) e, por fim, e apenas por fim, quando a divisão do trabalho alcançara níveis inacreditáveis por uma formiga, é que pinicou o estado. se não houver harmonia, equilíbrio, entre estas três instâncias organizativas dos processos de escolha coletiva, teremos a baixaria, como é o caso da Eritréia, em menor grau, do Brasil e em tênue limite, da Noruega.
por fim, lá vem ele: Em uma larga medida, a forma de organização do sistema
produtivo é ditada pelos que detêm o poder político e formulam a
política econômica que serve aos seus interesses. A sua construção
teórica e a formalização para justificá-la também são um produto
ideológico. Basta ver como a tomada do poder pelas finanças, nos EUA,
levou a uma política econômica que lentamente erodiu a legislação que
regulava suas atividades e fora produzida após a Grande Depressão. Muito
rapidamente os “cientistas” produziram uma “ciência infusa” que
justificava a total desregulamentação da atividade financeira em nome da
“eficiência” e da descoberta de “inovações” capazes de medir os
“riscos”: nunca
mais aconteceria um 1929!
que posso dizer disto? simplesmente o que já disse acima. parece que ele escreveu e pensou melhor e se arrependeu. para não incidir no mesmo errro, vou-me despedindo desde já, ou seja, nada relerei.
que posso dizer disto? simplesmente o que já disse acima. parece que ele escreveu e pensou melhor e se arrependeu. para não incidir no mesmo errro, vou-me despedindo desde já, ou seja, nada relerei.
DdAB
imagem: abcz.
p.s.: ontem falei um pouco sobre uma tradução moderna de "classe dominante", evadindo-me (tentando) do jargão "sociológico". parece óbvio que existem problemas de coordenação dos agentes econômicos e que agora mesmo vemos o mundo com ímpetos progressista perdendo o ímpeto no mundo árabe e o mesmo ocorrendo com as manifestações populares na Europa e, em particular, no Chile. eu não hesito em declarar o povo derrotado, no médio prazo. o que o poderia levar à vitória seria constituir seus parlamentos (cá entre nós, ditadura é uma baixaria) mais direcionados à esquerda, ou seja, a políticas redistributivas. no passado a Europa esteve mais próxima da social-democracia do que hoje por causa da presença "trabalhista" nos parlamentos. poderíamos dizer que foram os sindicatos que levaram a essas composições, ou a pressão sindical, o que não altera meu argumento: o parlamento era "de esquerda".
Marcadores:
Economia Política
18 outubro, 2011
O Lucro dos Bancos
querido diário:
na p.18 de Zero Hora de hoje, há uma notícia sobre a recuperação de dois bancos americanos em 2010. um deles teve um lucro de US$ 3,8 e o outro de US$ 4,1 (tudo medido em bilhões de dólares, lógico). uma vez que tenho usado bastante o verbo "garrar", segue-se logicamente que garrei de pensar.
apenas se pensarmos nestas questões de ação coletiva é que poderemos associar um significado relevante ao conceito de classe dominante. é claro que foi a classe dominante que deu este lucro aos bancos desta amostra desta notícia. mas não é bem assim. trata-se de um problema de ação coletiva, pois não é concebível que os beneficiados diretamente tenham tanto poder ao ponto de levar que centenas de outros decisores dos destinos da economia e, em particular, do setor bancário, tenham resultados tão invejáveis.
invejáveis, disse eu. invejáveis apenas para os proprietários dos bancos, lógico. a classe dominante. e haverá operários que possuem ações dos bancos? haverá. e eles são a classe dominante? para estes fins, possivelmente não. mas a classe dominante é sutil o suficiente para deixar-se infiltrar pela classe trabalhadora e manter-se ditando os rumos da sociedade.
como evitar lucros extraordinários como possivelmente é o caso destes US$ 7,9 bilhões de dólares? e por que deveríamos evitá-los? primeiro: lucro extraordinário é sinal de ineficiência alocativa. no caso, se a entrada no negócio de vender dinheiro não fosse regulada pela classe dominante, haveria maior oferta de serviços bancários e, como tal, menores lucros. claro?
segundo: se o lucro extraordinário é inevitável, digamos, para favorecer o aproveitamento de economias de escala, então o que deve ser taxado é o lucro distribuído. e deve ser aplicado -já falo mais em meu nome do que no da literatura padrão- em itens sociais. mais escolas, mais profundidade no tratamento médico. e por aí vai. e por aí fico.
DdAB
olha aqui onde eu caí para pegar esta imagem em que ainda dei uma editadinha: aqui. essa imagem nada tem a ver com bancos, exceto que os bancos é que mandam nos setores de transportes e indústria (e todos os demais). mas ela evocou-me a capa e outras ilustrações do disco "Division Bell".
na p.18 de Zero Hora de hoje, há uma notícia sobre a recuperação de dois bancos americanos em 2010. um deles teve um lucro de US$ 3,8 e o outro de US$ 4,1 (tudo medido em bilhões de dólares, lógico). uma vez que tenho usado bastante o verbo "garrar", segue-se logicamente que garrei de pensar.
apenas se pensarmos nestas questões de ação coletiva é que poderemos associar um significado relevante ao conceito de classe dominante. é claro que foi a classe dominante que deu este lucro aos bancos desta amostra desta notícia. mas não é bem assim. trata-se de um problema de ação coletiva, pois não é concebível que os beneficiados diretamente tenham tanto poder ao ponto de levar que centenas de outros decisores dos destinos da economia e, em particular, do setor bancário, tenham resultados tão invejáveis.
invejáveis, disse eu. invejáveis apenas para os proprietários dos bancos, lógico. a classe dominante. e haverá operários que possuem ações dos bancos? haverá. e eles são a classe dominante? para estes fins, possivelmente não. mas a classe dominante é sutil o suficiente para deixar-se infiltrar pela classe trabalhadora e manter-se ditando os rumos da sociedade.
como evitar lucros extraordinários como possivelmente é o caso destes US$ 7,9 bilhões de dólares? e por que deveríamos evitá-los? primeiro: lucro extraordinário é sinal de ineficiência alocativa. no caso, se a entrada no negócio de vender dinheiro não fosse regulada pela classe dominante, haveria maior oferta de serviços bancários e, como tal, menores lucros. claro?
segundo: se o lucro extraordinário é inevitável, digamos, para favorecer o aproveitamento de economias de escala, então o que deve ser taxado é o lucro distribuído. e deve ser aplicado -já falo mais em meu nome do que no da literatura padrão- em itens sociais. mais escolas, mais profundidade no tratamento médico. e por aí vai. e por aí fico.
DdAB
olha aqui onde eu caí para pegar esta imagem em que ainda dei uma editadinha: aqui. essa imagem nada tem a ver com bancos, exceto que os bancos é que mandam nos setores de transportes e indústria (e todos os demais). mas ela evocou-me a capa e outras ilustrações do disco "Division Bell".
Marcadores:
Economia Política
17 outubro, 2011
Dicas para o Historiador do Futuro
querido diário:
com alguns séculos de civilização pós-revolução da informática (terceira revolução industrial, segundo algumas franjas da pesquisa na economia da tecnologia) e a quantidade de informação gerada por sete bilhões de pessoas e ainda se estas forem bem armazenadas, então o historiador do futuro devrá desenvolver novas técnicas de pesquisa para poder entender exatamente as coisas que estamos vivendo e não temos a certeza de tê-las - nós mesmos - entendido adequadamente.
parece que comecei a pensar estas coisas ao ler um livro -cujo título não lembro- de autoria de Marilena Chauí e associados. o fato concreto, por exemplo, é que os gregos viveram e muitos deles filosofaram. com isto, eles marcaram -como se tem afiançado- profundamente a civilizaçao ocidental. o que deixa-nos perplexos é que tampouco sabemos se os verdadeiramente maiúsculos filósofos gregos tiveram suas obras destruídas menos de 500 anos antes de sua produção. além disto, quem nos assegura que aquilo que viemos atribuindo aos gregos não foi mesmo produto da Idade Média, ou seja, falsificações perpetradas em mosteiros da Idade Média, à la "O Nome da Rosa".
sempre que começo a pensar nestas coisas, sinto-me compelido a empinar outro copo de cachaça.
DdAB
imagem aqui neste belo site!
com alguns séculos de civilização pós-revolução da informática (terceira revolução industrial, segundo algumas franjas da pesquisa na economia da tecnologia) e a quantidade de informação gerada por sete bilhões de pessoas e ainda se estas forem bem armazenadas, então o historiador do futuro devrá desenvolver novas técnicas de pesquisa para poder entender exatamente as coisas que estamos vivendo e não temos a certeza de tê-las - nós mesmos - entendido adequadamente.
parece que comecei a pensar estas coisas ao ler um livro -cujo título não lembro- de autoria de Marilena Chauí e associados. o fato concreto, por exemplo, é que os gregos viveram e muitos deles filosofaram. com isto, eles marcaram -como se tem afiançado- profundamente a civilizaçao ocidental. o que deixa-nos perplexos é que tampouco sabemos se os verdadeiramente maiúsculos filósofos gregos tiveram suas obras destruídas menos de 500 anos antes de sua produção. além disto, quem nos assegura que aquilo que viemos atribuindo aos gregos não foi mesmo produto da Idade Média, ou seja, falsificações perpetradas em mosteiros da Idade Média, à la "O Nome da Rosa".
sempre que começo a pensar nestas coisas, sinto-me compelido a empinar outro copo de cachaça.
DdAB
imagem aqui neste belo site!
16 outubro, 2011
O Caminho das Trevas
querido blog:
no "link amado" em que se entra clicando aqui tem uma mensagem bem humorada da profa. Brena Fernandez instando sua "macacada" a estudar mais, algo assim. tudo relacionado com as comemorações do dia do professor. pouco mais de uma hora após a postagem original, pintou um comentário furibundo (ou também era bem humorado e eu é que sou ranzinza, corporativista e metodologicamente confuso?). houve um comentário posterior, na linha do meu próprio. eu simplesmente evoquei os tempos em que eu próprio era professor (te esconjuro!). em linhas gerais, quem ler há de ver, o ponto central do aluno que usou um plural majestático ("vamos para o jogo despreparado") era que houve uma "a imposição do incompreensível ao indiferente pelo incompetente", citando Maynard Keynes (sem citar, na verdade, a fonte; será que o velho K. disse mesmo isto? tem tanto disparate dito lá por ele himself que nem duvido).
há um diagnóstico generalizado: o aluno é indiferente (vade retro, Satanas), o estudo do método por economistas é impossível, dado o conteúdo incompreensível daqueles textos carecas de serem lidos por várias gerações de profissionais em formação. e o professor é incompetente.
eu falei algo na linha de que educação é uma combinação entre ensino (professor) e aprendizado(aluno). na verdade, o centro da questão é mesmo o aluno, pois devemos lembrar o "Almanaque" de Chico Buarque: "quem inventou o analfabeto e ensinou o alfabeto ao professor". parece evidente: o aluno é que pode romper o ciclo. imaginemos uma nave amiga que levasse todos os professores do planeta para uma vida melhor.
claro que a educação sofreria um baque (não na visão do Canhoto, claro. mas a luta contra as trevas seria vencida pelo aluno, pelo aprendiz.
este é que é o ponto: quem não gosta de estudar deveria ser obrigado a ficar apenas quatro anos na universidade, sendo -depois deste prazo- bacharelado e, como tal, excluído das folhas de chamada do semestre imediatamente seguinte ao da formatura. e quem gosta receberia o mesmo tratamento -todos são iguais perante a lei. a diferença entre eles é que haveria dois tipos de bacharéis. um levaria a vida cantando e o outro também. mas um saberia economia e o outro seria um arremedo de rábula. rema prá terra, cara. garra de estudar e larga de farra, leva a sério a tarefa que te impuseste: mudar de patamar, abandonar o caminho das trevas, da ignorância e garrar o caminho da luz, do conhecimento, da individuação.
DdAB
de onde veio a imagem? busquei "rábula" e achei isto.
p.s.: esqueci de dizer que é angustiante estudar: sempre estamos confrontando nossa ignorância com coisas que para os expositores parecem fáceis, tanto é que eles expõem. claro que isto é mais complicado nas áreas em que a formalização é possível, como a matemática e a lógica. a angústia deveria ser espanada com mais estudo e menos reclamação. remar para a terra é deixar de ser nefelebata!
no "link amado" em que se entra clicando aqui tem uma mensagem bem humorada da profa. Brena Fernandez instando sua "macacada" a estudar mais, algo assim. tudo relacionado com as comemorações do dia do professor. pouco mais de uma hora após a postagem original, pintou um comentário furibundo (ou também era bem humorado e eu é que sou ranzinza, corporativista e metodologicamente confuso?). houve um comentário posterior, na linha do meu próprio. eu simplesmente evoquei os tempos em que eu próprio era professor (te esconjuro!). em linhas gerais, quem ler há de ver, o ponto central do aluno que usou um plural majestático ("vamos para o jogo despreparado") era que houve uma "a imposição do incompreensível ao indiferente pelo incompetente", citando Maynard Keynes (sem citar, na verdade, a fonte; será que o velho K. disse mesmo isto? tem tanto disparate dito lá por ele himself que nem duvido).
há um diagnóstico generalizado: o aluno é indiferente (vade retro, Satanas), o estudo do método por economistas é impossível, dado o conteúdo incompreensível daqueles textos carecas de serem lidos por várias gerações de profissionais em formação. e o professor é incompetente.
eu falei algo na linha de que educação é uma combinação entre ensino (professor) e aprendizado(aluno). na verdade, o centro da questão é mesmo o aluno, pois devemos lembrar o "Almanaque" de Chico Buarque: "quem inventou o analfabeto e ensinou o alfabeto ao professor". parece evidente: o aluno é que pode romper o ciclo. imaginemos uma nave amiga que levasse todos os professores do planeta para uma vida melhor.
claro que a educação sofreria um baque (não na visão do Canhoto, claro. mas a luta contra as trevas seria vencida pelo aluno, pelo aprendiz.
este é que é o ponto: quem não gosta de estudar deveria ser obrigado a ficar apenas quatro anos na universidade, sendo -depois deste prazo- bacharelado e, como tal, excluído das folhas de chamada do semestre imediatamente seguinte ao da formatura. e quem gosta receberia o mesmo tratamento -todos são iguais perante a lei. a diferença entre eles é que haveria dois tipos de bacharéis. um levaria a vida cantando e o outro também. mas um saberia economia e o outro seria um arremedo de rábula. rema prá terra, cara. garra de estudar e larga de farra, leva a sério a tarefa que te impuseste: mudar de patamar, abandonar o caminho das trevas, da ignorância e garrar o caminho da luz, do conhecimento, da individuação.
DdAB
de onde veio a imagem? busquei "rábula" e achei isto.
p.s.: esqueci de dizer que é angustiante estudar: sempre estamos confrontando nossa ignorância com coisas que para os expositores parecem fáceis, tanto é que eles expõem. claro que isto é mais complicado nas áreas em que a formalização é possível, como a matemática e a lógica. a angústia deveria ser espanada com mais estudo e menos reclamação. remar para a terra é deixar de ser nefelebata!
Marcadores:
Economia Política
15 outubro, 2011
Influência do Nome
querido blog:
passei o dia fazendo coisas. ouvindo a Accuradio, minha amada rádio de Chicago. quase que invariavelmente, ouço a Piano Jazz. parece ideia fixa. parece que não consigo experimentar outros sons. mas volta e meia vejo-me recompensado por tanta persistência. já conhecia há muito tempo, da própria Accuradio, a pianista Eliane Elias, que acabo de ouvir e que consta da imagem que produzi myself.
pois nada de música me chama a atenção no presente momento. mas é o nome dela que me fez viajar. será que os pais pensaram: para "Eliane" nada melhor do que acrescentar "Elias". ou, ao contrário, "já que nossa filha será pianista e o sobrenome inarredável é "Elias", que tal "Eliane"? era fatal que ela viesse a ser pianista, pelo menos é o que pensaria a respeito o Prof. Pangloss. de minha parte, se eu fosse pianista, iria chamar-me de Dweeleeow D'willis, o que também seria "influência do jazz", não é mesmo?
DdAB
passei o dia fazendo coisas. ouvindo a Accuradio, minha amada rádio de Chicago. quase que invariavelmente, ouço a Piano Jazz. parece ideia fixa. parece que não consigo experimentar outros sons. mas volta e meia vejo-me recompensado por tanta persistência. já conhecia há muito tempo, da própria Accuradio, a pianista Eliane Elias, que acabo de ouvir e que consta da imagem que produzi myself.
pois nada de música me chama a atenção no presente momento. mas é o nome dela que me fez viajar. será que os pais pensaram: para "Eliane" nada melhor do que acrescentar "Elias". ou, ao contrário, "já que nossa filha será pianista e o sobrenome inarredável é "Elias", que tal "Eliane"? era fatal que ela viesse a ser pianista, pelo menos é o que pensaria a respeito o Prof. Pangloss. de minha parte, se eu fosse pianista, iria chamar-me de Dweeleeow D'willis, o que também seria "influência do jazz", não é mesmo?
DdAB
14 outubro, 2011
Faíscas de Vida
querido blog:
hoje é um dos frequentemente declarados dias mais felizes de minha vida. desde que comecei a dizer esta expressão, eles aumentaram em 100%. depois, criei uma forma de calcular a felicidade pessoal de integrantes de grupos de indivíduos. o dia de hoje tem lá suas razões. vou torná-las claras, da melhor maneira que puder, no dia 28 de outubro de 2011, ou seja, daqui a duas semanas e seus 14 dias. mas não me contive e deixei faíscas, iscas, casas, coisas. enigmas.
DdAB
p.s.: imagem daqui. nem sei o que quer dizer. nem por que o dia 30/10/2008, se falei em 28/out/2011! be however it may...
hoje é um dos frequentemente declarados dias mais felizes de minha vida. desde que comecei a dizer esta expressão, eles aumentaram em 100%. depois, criei uma forma de calcular a felicidade pessoal de integrantes de grupos de indivíduos. o dia de hoje tem lá suas razões. vou torná-las claras, da melhor maneira que puder, no dia 28 de outubro de 2011, ou seja, daqui a duas semanas e seus 14 dias. mas não me contive e deixei faíscas, iscas, casas, coisas. enigmas.
DdAB
p.s.: imagem daqui. nem sei o que quer dizer. nem por que o dia 30/10/2008, se falei em 28/out/2011! be however it may...
13 outubro, 2011
Valor Adicionado e as Letras C e S
querido blog:
como sabemos, valor adicionado se escreve com "C". logo não tem "S". em outras palavras, valor adicionado se escreve com P, Y ou D. ou melhor, o valor adicionado é calculado pela ótica do produto, da renda ou da despesa. a ótica da despesa tem "C" de consumo, mas não tem "S" de poupança. nem a do produto. nem a da renda. ergo: poupança não é valor adicionado. ipso facto, poupança não é renda (se supusermos que os fatores não poupam, isto é, se eles transferem integralmente o produto que ganham às instituições).
DdAB
imagem: aqui. achei-la ao procurar "burradas econômicas".
como sabemos, valor adicionado se escreve com "C". logo não tem "S". em outras palavras, valor adicionado se escreve com P, Y ou D. ou melhor, o valor adicionado é calculado pela ótica do produto, da renda ou da despesa. a ótica da despesa tem "C" de consumo, mas não tem "S" de poupança. nem a do produto. nem a da renda. ergo: poupança não é valor adicionado. ipso facto, poupança não é renda (se supusermos que os fatores não poupam, isto é, se eles transferem integralmente o produto que ganham às instituições).
DdAB
imagem: aqui. achei-la ao procurar "burradas econômicas".
Marcadores:
Economia Política
12 outubro, 2011
"Capitalista Individual" Não Existe
querido diário:
na p.92 do v.1 da edição Penguin d'O Capital, de Karl Henrich Marx, o Prefácio à primeira edição está chegando ao final. na p.93, o final chega mesmo, escrito no dia 25 de julho de 1867, comemorado, um século após, como Dia do Colono no Brasil, com a famosa frase -para mim famosa por causa do prefácio mesmo- de Dante:
Segui il tuo corso, e lascia dir le genti.
em inglês: go on your way, and let the people talk. em português: vai em frente e não dá bola para fofoca.
mas antes, voltando à p.92, ele -Marx- fala algo interessante sobre o que eu mesmo volta e meia -que esqueço esta passagem- penso nas antropomorfizações. muito neguinho, hoje em dia, fala nos "interesses do capital". claro que o próprio Marx sabia isto, sabia que o capital não é uma pessoa, não vai ao mercado sozinho, como dirá mais adiante, no capítulo 26, se bem lembro.
diz ele, com minha tradução deste feriado de 12/out/2011:
A fim de evitar mal-entendidos [e, estou argumentando, fracassou...], permitam-me dizer o que segue. E não, em absoluto, seleciono o capitalisa e o proprietário rural em cores róseas. Mas aqui se fala em indivíduos apenas na medida em que eles são personificações de categorias econômicas, os envolvidos por relações de classe e interesses específicos. Meu ponto de vista, a partir do qual o desenvolvimento da formação econômica da sociedade é visto como um processo de história natural, pode menos do que qualquer outro fazer o indivíduo responsável por relações das quais ele próprio é apenas uma criatura, socialmente falando, ainda que em boa medida ele possa subjetivamente elevar-se sobre elas.
no outro dia, dei-me conta de que não pode existir uma única mercadoria. se ela é mercadoria, é porque foi trocada. e se foi trocada, é porque havia outra mercadoria. agora, vejo valer o mesmo raciocínio. primeiro: só existe capitalista enquanto classe capitalista se existir classe trabalhadora. em segundo lugar, só existe um capitalista individual se existir outro capitalista individual. se não existisse, não haveria concorrência, a lei fundamental de desenvolvimento do sistema capitalista.
DdAB
ps.1: será que sou exotérico? serei apenas um poor boy com uma story seldom told?
ps2: imagem daqui.
na p.92 do v.1 da edição Penguin d'O Capital, de Karl Henrich Marx, o Prefácio à primeira edição está chegando ao final. na p.93, o final chega mesmo, escrito no dia 25 de julho de 1867, comemorado, um século após, como Dia do Colono no Brasil, com a famosa frase -para mim famosa por causa do prefácio mesmo- de Dante:
Segui il tuo corso, e lascia dir le genti.
em inglês: go on your way, and let the people talk. em português: vai em frente e não dá bola para fofoca.
mas antes, voltando à p.92, ele -Marx- fala algo interessante sobre o que eu mesmo volta e meia -que esqueço esta passagem- penso nas antropomorfizações. muito neguinho, hoje em dia, fala nos "interesses do capital". claro que o próprio Marx sabia isto, sabia que o capital não é uma pessoa, não vai ao mercado sozinho, como dirá mais adiante, no capítulo 26, se bem lembro.
diz ele, com minha tradução deste feriado de 12/out/2011:
A fim de evitar mal-entendidos [e, estou argumentando, fracassou...], permitam-me dizer o que segue. E não, em absoluto, seleciono o capitalisa e o proprietário rural em cores róseas. Mas aqui se fala em indivíduos apenas na medida em que eles são personificações de categorias econômicas, os envolvidos por relações de classe e interesses específicos. Meu ponto de vista, a partir do qual o desenvolvimento da formação econômica da sociedade é visto como um processo de história natural, pode menos do que qualquer outro fazer o indivíduo responsável por relações das quais ele próprio é apenas uma criatura, socialmente falando, ainda que em boa medida ele possa subjetivamente elevar-se sobre elas.
no outro dia, dei-me conta de que não pode existir uma única mercadoria. se ela é mercadoria, é porque foi trocada. e se foi trocada, é porque havia outra mercadoria. agora, vejo valer o mesmo raciocínio. primeiro: só existe capitalista enquanto classe capitalista se existir classe trabalhadora. em segundo lugar, só existe um capitalista individual se existir outro capitalista individual. se não existisse, não haveria concorrência, a lei fundamental de desenvolvimento do sistema capitalista.
DdAB
ps.1: será que sou exotérico? serei apenas um poor boy com uma story seldom told?
ps2: imagem daqui.
Marcadores:
Economia Política
11 outubro, 2011
Quantificadores: juízes e quiproquós em quantidade
querido blog:
como sabemos, o poder judiciário brasileiro é uma horribilidade de fazer medo aos mais feios íncubos dos mais profundos quintos dos infernos. começa que cada novo cargo de juiz dá uma horrenda contribuição para a desigualdade na distribuição da renda, eis que o brasileiro médio ganha R$ 1.000 por mês e o novel juiz inicia suas atribulações -por assim dizer- podendo ganhar R$ 32.000.
segundo: teve aquele juiz de Tapes ou Tapera ou ainda Taquara ou, por que não?, Trancoso (mas só uma cidade dessas começadas com Q cujo nome foge-me nesta postagem de querelas e quantificadores, que foi colocado em disponibilidade remunerada, por suspeita de ladroagem.
terceiro: tem uma juíza de uma dessas barras federais encarregadas de fiscalizar o poder judiciário que, segundo a página 32 da Carta Capital de amanhã (?) -n.667-, seria o objeto de uma declaração da juiza Eliana Calmon que disse
"[...] o primeiro caminho para a impunidade da magistratura, que stá hoje com gravíssimos problemas de infiltração de bandidos escondidos atrás da toga."
ou seja, onde há "bandidos escondidos", podemos jurar haver mais de um. trata-se de -se quisermos formalizar- usar o quantificador "pelo menos um". claro que na linguagem do qua -de Tio Patinhas- poderia haver quaquilhões de bandidos. mas este número deveria ser modestizado, pois no máximo cada juiz é um bandido, de sorte que o número de bandidos não deveria exceder o número de juízes.
talvez entendo que "há bandidos" como "todo juiz é um bandido", o juiz Peluso, segundo a mesma matéria da mesma revista da mesma futura quarta feira 12/out/2011, lendo o seguinte repúdio:
"[repudio] veementemente acusações levianas que, sem identificar pessoas nem propiciar qualquer defesa, lançam, sem prova, dúvidas sobre a honra de milhares de juízes que diariamente se dedicam ao ofício de julgar com imparcialidade e honestidade, garantindo a segurança da sociedade e a estabilidade do Estado Democrático de Direito, e desacreditam a instituição perante o povo."
eu cocei a cabeça com o garfo (que estava comendo ham-and-eggs) e pensei: não me negues justiça, sô.
DdAB
fonte da imagem: aqui.
como sabemos, o poder judiciário brasileiro é uma horribilidade de fazer medo aos mais feios íncubos dos mais profundos quintos dos infernos. começa que cada novo cargo de juiz dá uma horrenda contribuição para a desigualdade na distribuição da renda, eis que o brasileiro médio ganha R$ 1.000 por mês e o novel juiz inicia suas atribulações -por assim dizer- podendo ganhar R$ 32.000.
segundo: teve aquele juiz de Tapes ou Tapera ou ainda Taquara ou, por que não?, Trancoso (mas só uma cidade dessas começadas com Q cujo nome foge-me nesta postagem de querelas e quantificadores, que foi colocado em disponibilidade remunerada, por suspeita de ladroagem.
terceiro: tem uma juíza de uma dessas barras federais encarregadas de fiscalizar o poder judiciário que, segundo a página 32 da Carta Capital de amanhã (?) -n.667-, seria o objeto de uma declaração da juiza Eliana Calmon que disse
"[...] o primeiro caminho para a impunidade da magistratura, que stá hoje com gravíssimos problemas de infiltração de bandidos escondidos atrás da toga."
ou seja, onde há "bandidos escondidos", podemos jurar haver mais de um. trata-se de -se quisermos formalizar- usar o quantificador "pelo menos um". claro que na linguagem do qua -de Tio Patinhas- poderia haver quaquilhões de bandidos. mas este número deveria ser modestizado, pois no máximo cada juiz é um bandido, de sorte que o número de bandidos não deveria exceder o número de juízes.
talvez entendo que "há bandidos" como "todo juiz é um bandido", o juiz Peluso, segundo a mesma matéria da mesma revista da mesma futura quarta feira 12/out/2011, lendo o seguinte repúdio:
"[repudio] veementemente acusações levianas que, sem identificar pessoas nem propiciar qualquer defesa, lançam, sem prova, dúvidas sobre a honra de milhares de juízes que diariamente se dedicam ao ofício de julgar com imparcialidade e honestidade, garantindo a segurança da sociedade e a estabilidade do Estado Democrático de Direito, e desacreditam a instituição perante o povo."
eu cocei a cabeça com o garfo (que estava comendo ham-and-eggs) e pensei: não me negues justiça, sô.
DdAB
fonte da imagem: aqui.
Marcadores:
Economia Política
10 outubro, 2011
Dinheiro e Escassez
querido blog:
a antepenúltima página de Zero Hora tem uma seção chamada de "Almanaque Gaúcho" e tem piadas e curiosidades de vários tamanhos, informando inclusive o "santo do dia": Francisco Borja, Paulino de York, Gereão e Daniel Comboni. se você aceitar receber mensagem de algum/a amigo/a devoto/a (R$ 031 aos quais devem ser acrescentados os impostos), alguma mensagem pertinente ser-lhe-á enviada por celular. não sei como funciona, ninguém ainda enviou-me nenhum santo. um dia, disseram-me que Roma não teve nenhum imperador chamado "Duilio", hoje indago-me se haverá outro São Duílio, talvez "Santo Duílio", eis que já ouvi esta expressão um bom número de vezes (estupefação...). mesmo sem falar em santidades, hoje um santo do dia, ou melhor, deslocado desta para melhor, foi Orson Welles, em 1985.
e tem o que agora se chama de "piada do dia". já dei boas gargalhadas com algumas delas. por exemplo:
-Joãozinho, você reza antes das refeições?
-Não, professora. Minha mãe é excelente cozinheira.
classe média típica. modernamente, seria: "Não, mucreia. Temos um chef de primeira".
na verdade, esta é a melhor de todas. dito isto, digo que "O ator americano que completa hoje 70 anos", Peter Coyote disse: "O dinheiro é uma maneira de gerar escassez."
pensei que tem algo para pensar. a longevidade do coiote, a escassez dágua, a natureza dos animais (papagaio ou caturrita?), e milhares de questões ontológicas e incidentais (no caso, sutilíssima referência ao livro "Incidente em Antares", em que questões antológicas são a regra). ok: dinheiro gera escassez? que é escassez? que é dinheiro? filosofia da linguagem. torno-me, como se vê, filosófico.
parece óbvio que, no mercado monetário, há permanentes excedentes de demanda por dinheiro. ou seja, há escassez de oferta de dinheiro. mas não era isto que o ator dizia. era que o dinheiro é que é o próprio causador da escassez. claro que ele não estava afirmando que é apenas a presença de dinheiro que sinaliza a escassez. no caso da foto, ficamos em dúvida se há escassez de água ou de torneiras. eu opto pela segunda hipótese, pois -houvesse-as em dimensões oceânicas- poderíamos (ou melhor, os engenheiros) bolar um jeito de transportar a água do mar (dessalinizada, como já há tecnologia barata disponível) e levá-la aos confins do planeta, por exemplo, a terra das papagaiadas e toda a África.
agora. uma vez que as necessidades humanas são ilimitadas, sempre haverá escassez, não é mesmo? não quero dizer que haja escassez de automóveis ou de iates ou porta-aviões, mas que há necessidades razoavelmente validadas pelo atual desenvolvimento societário que não são atendidas por esta: escassez.
ainda assim, a maior de todas as formas de escassez é a de trabalho humano. e por isto é que apenas na sociedade igualitária poderemos pensar num mundo sem desemprego e, acima de tudo, num mundo em que a escassez será confrontada frontalmente.
DdAB
esta do papagaio é daqui: abcz.que terá o querido Peter querido dizer com questo? acho que é que o dinheiro contribui para a "imensa acumulação de mercadorias" que caracteriza o modo capitalista de produção. e que as mercadorias são escassas apenas para quem não tem dinheiro para comprá-las. eu, claro, penso que tá cheio de gente que passa a vida inteira sem trabalhar e acha a vida linda e não se defronta com a escassez de praticamente nada. eu, claro, entendo perfeitamente que esta ideologia de dizer que o trabalho é a única fonte da receita dos indivíduos é uma balela para fazer-nos crer que os filhos dos ricos merecem elevadíssimos padrões de vida, mesmo sem trabalhar, pois jogar polo, disputar olimpíadas de equitação, esse blim-blim-blim todo, ontologicamente é e não é trabalho.
a antepenúltima página de Zero Hora tem uma seção chamada de "Almanaque Gaúcho" e tem piadas e curiosidades de vários tamanhos, informando inclusive o "santo do dia": Francisco Borja, Paulino de York, Gereão e Daniel Comboni. se você aceitar receber mensagem de algum/a amigo/a devoto/a (R$ 031 aos quais devem ser acrescentados os impostos), alguma mensagem pertinente ser-lhe-á enviada por celular. não sei como funciona, ninguém ainda enviou-me nenhum santo. um dia, disseram-me que Roma não teve nenhum imperador chamado "Duilio", hoje indago-me se haverá outro São Duílio, talvez "Santo Duílio", eis que já ouvi esta expressão um bom número de vezes (estupefação...). mesmo sem falar em santidades, hoje um santo do dia, ou melhor, deslocado desta para melhor, foi Orson Welles, em 1985.
e tem o que agora se chama de "piada do dia". já dei boas gargalhadas com algumas delas. por exemplo:
-Joãozinho, você reza antes das refeições?
-Não, professora. Minha mãe é excelente cozinheira.
classe média típica. modernamente, seria: "Não, mucreia. Temos um chef de primeira".
na verdade, esta é a melhor de todas. dito isto, digo que "O ator americano que completa hoje 70 anos", Peter Coyote disse: "O dinheiro é uma maneira de gerar escassez."
pensei que tem algo para pensar. a longevidade do coiote, a escassez dágua, a natureza dos animais (papagaio ou caturrita?), e milhares de questões ontológicas e incidentais (no caso, sutilíssima referência ao livro "Incidente em Antares", em que questões antológicas são a regra). ok: dinheiro gera escassez? que é escassez? que é dinheiro? filosofia da linguagem. torno-me, como se vê, filosófico.
parece óbvio que, no mercado monetário, há permanentes excedentes de demanda por dinheiro. ou seja, há escassez de oferta de dinheiro. mas não era isto que o ator dizia. era que o dinheiro é que é o próprio causador da escassez. claro que ele não estava afirmando que é apenas a presença de dinheiro que sinaliza a escassez. no caso da foto, ficamos em dúvida se há escassez de água ou de torneiras. eu opto pela segunda hipótese, pois -houvesse-as em dimensões oceânicas- poderíamos (ou melhor, os engenheiros) bolar um jeito de transportar a água do mar (dessalinizada, como já há tecnologia barata disponível) e levá-la aos confins do planeta, por exemplo, a terra das papagaiadas e toda a África.
agora. uma vez que as necessidades humanas são ilimitadas, sempre haverá escassez, não é mesmo? não quero dizer que haja escassez de automóveis ou de iates ou porta-aviões, mas que há necessidades razoavelmente validadas pelo atual desenvolvimento societário que não são atendidas por esta: escassez.
ainda assim, a maior de todas as formas de escassez é a de trabalho humano. e por isto é que apenas na sociedade igualitária poderemos pensar num mundo sem desemprego e, acima de tudo, num mundo em que a escassez será confrontada frontalmente.
DdAB
esta do papagaio é daqui: abcz.que terá o querido Peter querido dizer com questo? acho que é que o dinheiro contribui para a "imensa acumulação de mercadorias" que caracteriza o modo capitalista de produção. e que as mercadorias são escassas apenas para quem não tem dinheiro para comprá-las. eu, claro, penso que tá cheio de gente que passa a vida inteira sem trabalhar e acha a vida linda e não se defronta com a escassez de praticamente nada. eu, claro, entendo perfeitamente que esta ideologia de dizer que o trabalho é a única fonte da receita dos indivíduos é uma balela para fazer-nos crer que os filhos dos ricos merecem elevadíssimos padrões de vida, mesmo sem trabalhar, pois jogar polo, disputar olimpíadas de equitação, esse blim-blim-blim todo, ontologicamente é e não é trabalho.
Marcadores:
Economia Política,
Escritos
09 outubro, 2011
... não vive, apenas aguenta.
querido blog:
nem sempre os domingos pedem cachimbo, nem sempre os domingos oferecem vida mansa. nem sempre os domingos tratam de superficialidades. nem sempre os domingos tratam de acontecimentos de domingo. ontem, sábado, mergulhei na bicicleta às margens do Rio Guahyba. ao voltar, passava pela Praça Estado de Israel, no Menino Deus de Porto Alegre, quando ouvi o que classifiquei de "um marginal" dizer para "outro marginal":
traduzo: ouvi um finalzinho de palavra com "m", tipo "alguém" ou mesmo "Menén", se for o caso. e inseri o "tas" das "costas", pois não ouvi bem o final, pois minha bicicleta viajava a velocidade superior à do som.
gelei. pensei naquela coisa das gentes que dizem que este tipo de indivíduo exerce plenamente sua liberdade de escolha. afinal, ele escolheu esta vida de esbórnia e dissipação e não a da contemplação e do estudo. este argumento sempre me pareceu avesso ao primeiro princípio da lógica, mas tomei-me de coragem para desancá-lo quando li em Isahia Berlin algo sobre os "felás" (que aprendi num álbum de figurinhas da Editora Vecchi ser um camponês egípcio tradicional). dizia Berlin que nem quer discutir com aquela negadinha que acha que este indivíduo, com sua vida aparentemente bucólica, exerce plenamente sua liberdade. pensei, na verdade, em dois coitados, dois marginais que vivem à sombra da sociedade, acompanhados de tantos outros, para falar economês, cooperativos e competitivos. pensei que sempre incrimino o prefeito por este tipo de desmazelo da cidade e da sociedade ("suciedad", como dizia Quino).
e pensei que o marginal não estaria falando figuradamente (figuradamente, é "pelas costas"). não sei por quê, achei que ele falava mesmo de uma ameaça de luta ou traição a faca. Rubem Fonseca e Jorge Luis Borges. em parpticular, creio ter lido em Borges que os duelos a faca, tão comuns na Argentina do século XIX, deviam-se ao desequilíbrio sexual: muitos migrantes homens lutando por um número reduzido de mulheres. funcionalista, mas interessante.
e que se passa no Brasil contemporâneo? todas as campanhas de desincentivo ao uso de armas de fogo parece -tese que começo a investigar- que incentivaram é o uso de armas brancas. no outro dia, vi o anúncio de seis assassinatos a faca tudo na mesma página do jornal. ontem, li que o Brasil foi o campeão mundial de assassinatos, com quase 50 mil pessoas perdendo a vida de maneira ignóbil, num país sem justiça (não esquecer que agora os juízes ganharão R$ 32 mil).
não surpreende que tenhamos vivido aquela pantomima do "plebiscito das armas", outra manifestação de desvio dos verdadeiros temas da nacionalidade. obviamente o primeiro é a educação. que se desdobra em várias componentes, mas que nenhuma delas encontra-se realmente na -epa!- linha de tiro. quando falo em educação de adultos, obviamente estou pensando também naqueles dois marginais e no terceiro que, parece, vai encarregar-se de assassinar um deles (dos já citados ou um deles, terceiros). a renda básica universal ajudaria. e o serviço municipal, com sua brigada ambiental mundial é que são a verdadeira salvação da lavoura, ou melhor, da erradicação destas ervas daninhas que infestam o meio urbano por incúria societária. elegêramos o prefeito para isto.
DdAB
a foto é do Conselho de Justiça e Segurança do Menino Deus.
nem sempre os domingos pedem cachimbo, nem sempre os domingos oferecem vida mansa. nem sempre os domingos tratam de superficialidades. nem sempre os domingos tratam de acontecimentos de domingo. ontem, sábado, mergulhei na bicicleta às margens do Rio Guahyba. ao voltar, passava pela Praça Estado de Israel, no Menino Deus de Porto Alegre, quando ouvi o que classifiquei de "um marginal" dizer para "outro marginal":
"[m] que tá querendo te dar uma punhalada nas cos[tas]."
traduzo: ouvi um finalzinho de palavra com "m", tipo "alguém" ou mesmo "Menén", se for o caso. e inseri o "tas" das "costas", pois não ouvi bem o final, pois minha bicicleta viajava a velocidade superior à do som.
gelei. pensei naquela coisa das gentes que dizem que este tipo de indivíduo exerce plenamente sua liberdade de escolha. afinal, ele escolheu esta vida de esbórnia e dissipação e não a da contemplação e do estudo. este argumento sempre me pareceu avesso ao primeiro princípio da lógica, mas tomei-me de coragem para desancá-lo quando li em Isahia Berlin algo sobre os "felás" (que aprendi num álbum de figurinhas da Editora Vecchi ser um camponês egípcio tradicional). dizia Berlin que nem quer discutir com aquela negadinha que acha que este indivíduo, com sua vida aparentemente bucólica, exerce plenamente sua liberdade. pensei, na verdade, em dois coitados, dois marginais que vivem à sombra da sociedade, acompanhados de tantos outros, para falar economês, cooperativos e competitivos. pensei que sempre incrimino o prefeito por este tipo de desmazelo da cidade e da sociedade ("suciedad", como dizia Quino).
e pensei que o marginal não estaria falando figuradamente (figuradamente, é "pelas costas"). não sei por quê, achei que ele falava mesmo de uma ameaça de luta ou traição a faca. Rubem Fonseca e Jorge Luis Borges. em parpticular, creio ter lido em Borges que os duelos a faca, tão comuns na Argentina do século XIX, deviam-se ao desequilíbrio sexual: muitos migrantes homens lutando por um número reduzido de mulheres. funcionalista, mas interessante.
e que se passa no Brasil contemporâneo? todas as campanhas de desincentivo ao uso de armas de fogo parece -tese que começo a investigar- que incentivaram é o uso de armas brancas. no outro dia, vi o anúncio de seis assassinatos a faca tudo na mesma página do jornal. ontem, li que o Brasil foi o campeão mundial de assassinatos, com quase 50 mil pessoas perdendo a vida de maneira ignóbil, num país sem justiça (não esquecer que agora os juízes ganharão R$ 32 mil).
não surpreende que tenhamos vivido aquela pantomima do "plebiscito das armas", outra manifestação de desvio dos verdadeiros temas da nacionalidade. obviamente o primeiro é a educação. que se desdobra em várias componentes, mas que nenhuma delas encontra-se realmente na -epa!- linha de tiro. quando falo em educação de adultos, obviamente estou pensando também naqueles dois marginais e no terceiro que, parece, vai encarregar-se de assassinar um deles (dos já citados ou um deles, terceiros). a renda básica universal ajudaria. e o serviço municipal, com sua brigada ambiental mundial é que são a verdadeira salvação da lavoura, ou melhor, da erradicação destas ervas daninhas que infestam o meio urbano por incúria societária. elegêramos o prefeito para isto.
DdAB
a foto é do Conselho de Justiça e Segurança do Menino Deus.
Marcadores:
Economia Política
08 outubro, 2011
Lulologia: rabo de gato, 74
querido blog:
o prof. Jesiel de Marco Gomes (que tem sido instado, com insistência, a fazer um blog que já nascerá insigne) acaba de passar-me as seguintes considerações feitas pelo sr. Antonio Houaiss ou sucessores sobre "passar", o cândido verbo que tem 77 acepções, inclusive a lulologia, registrada sob o número 74. na verdade, esta interpretação de "lulologia" é "ideologia", pois parece que ludus é jogo e, como tal, faria mais sentido falarmos em ludologia e não em lulologia, embora a expressão l'orologio possa ser consignada em qualquer das línguas vivas já assinaladas por um garoto prodígio destacado dos rapazes das tribos ianomanis de cá e de lá. disseram: lula lá, e eu azulei. seria, diz-me, o verbo "mais usado pela gurizada". e tá aqui:
disfarcei, fingi não ser comigo, pensei que a acepção 17, um número primo, também geraria polêmica, pois poderia ser confundida (por índios guaranis das missões) com transpassar. assino: DdAB. imagino: aqui, um belo blog.
o prof. Jesiel de Marco Gomes (que tem sido instado, com insistência, a fazer um blog que já nascerá insigne) acaba de passar-me as seguintes considerações feitas pelo sr. Antonio Houaiss ou sucessores sobre "passar", o cândido verbo que tem 77 acepções, inclusive a lulologia, registrada sob o número 74. na verdade, esta interpretação de "lulologia" é "ideologia", pois parece que ludus é jogo e, como tal, faria mais sentido falarmos em ludologia e não em lulologia, embora a expressão l'orologio possa ser consignada em qualquer das línguas vivas já assinaladas por um garoto prodígio destacado dos rapazes das tribos ianomanis de cá e de lá. disseram: lula lá, e eu azulei. seria, diz-me, o verbo "mais usado pela gurizada". e tá aqui:
Acepções ■ verbo:transitivo direto
1 percorrer
(distância no espaço); atravessar, transpor
Ex.: p. a estrada para entrar na fazenda
transitivo direto e transitivo indireto
2 (sXIII)
ir além de,
deixar para trás, ultrapassar (determinado ponto no espaço)
Ex.:
bitransitivo
3 transportar
(seres animados ou coisas) a (determinado lugar); carregar, conduzir, levar
Ex.: a balsa passa os veículos para o outro lado do rio
transitivo direto e bitransitivo
4 fazer atravessar;
fazer (alguém ou algo) chegar a
Ex.:
transitivo indireto, bitransitivo e intransitivo
5 mudar (de um
lugar para outro) [falando de pessoa ou coisa]
Ex.:
transitivo indireto e pronominal
6 transitar de (uma
coisa) a (outra)
Ex.:
transitivo indireto
7 percorrer (um
lugar) sem se deter; transitar
Ex.: passaram pela cidade e prosseguiram para o norte
bitransitivo
8 pôr (algo) em
(determinado lugar); assentar, acomodar, encaixar
Ex.: p. talhas no turco para içar um bote
intransitivo
9 mover-se em
deslocação contínua (em relação a ponto ou observador fixos)
Ex.: da estação espacial, os astronautas viram p. o cometa
intransitivo
10 existir ou ter
sido colocado em determinado local; estar situado, localizar-se
disfarcei, fingi não ser comigo, pensei que a acepção 17, um número primo, também geraria polêmica, pois poderia ser confundida (por índios guaranis das missões) com transpassar. assino: DdAB. imagino: aqui, um belo blog.
Assinar:
Postagens (Atom)