Querido Blog:
O natal aproxima-se celeremente, acercando-se de nós à taxa de 24h diárias. A falta de assunto por esta época do ano é proverbial. Eu mesmo vejo-me perplexo com tanta perplexidade que a política, as artes e -worse of all- o Grêmio causaram-me durante os mais de 300 dias em que me mantive respirando.
Por falar em assunto, ocorreram-me frases que rendem assuntos:
.a. la maison est une machine à vivre: Le Corbusier
.b. é mais fácil fazer um arranha-céu do que uma boa cadeira - Mies van der Roe.
No outro dia, indaguei-me: por que os meninos de rua não ganham da Prefeitura Municipal de Porto Alegre cadeiras para sentarem-se à rua? Ou, pelo menos, cadeiras nas salas de aula e salas de assistência social, ou onde quer que seja, exceto na rua da amargura, onde estão condenados a viver pelas próximas 24 horas e milhares de outras, a partir de amanhã. E por que, já que estamos no assunto, não lhes dar casas, essas fascinantes máquinas de viver de que nos falou o velho Le Corbusier.
Nesse mesmo dia (o outro e não aquele ou este, esse etc.) o avô de um menino de rua, com seus 22-23 anos de idade (ou seja, um senhor de rua, pai de uma garota de 15 que portava um pivete -como ouvi de um político- de seus seis ou sete, quase atropelado por uma Rural Willis, pois -dizia eu- o avô dessa singela garotinha disse-me:
Eu sou infinito porque faço parte do universo, que é infinito (atemporal). Quando eu morrer, tudo o que fui e serei estará plantado para sempre no universo, pois sou apenas um subconjunto cambiante. Se houver seres de diensões superiores, quererei juntar-me a eles e não regredir a duas dimensões, como na história de Abbott [Flatland]. Eu quero a companhia de meus amados que se foram. E dos que eles amaram. E dos que estes amarão. Em resumo, a morte é mais inevitável do que viver debaixo da ponte das Avenidas Ipiranga e Cristiano Fischer.
Pensei se isto não seria dito apenas da boca para fora, um golpe que lhe permitisse ober uns trocados.
DdAB
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