12 novembro, 2009

Decisões no Mundo Animal

Querido Blog:
Em boa medida, retorno à postagem de anteontem. Primeiro, buscando o diferencial homem-animal, voltei a consultar alguns livros que volta e meia examino. No ano festivo de Darwin, adquiri e não fiz mais do que leitura de contato "A expressão das emoções no homem e nos animais". Pensei que nesta foto do Google Images teríamos o setting adequado: dois animais e um bicho muito louco, o toureiro, a espicaçar o bichinho. É muita falta de um programa decente do que fazer. Só podia ser na Espanha, a tourada foi banida por Franco e restaurada com a restauração monárquica, a memória americana obliterada pela Opus Dei, ou era outro blim-blim-blim mais antiguinho.

Falando em Claude Lévi-Strauss, li o artigo vizinho do de Ondina Fachel Leal, de autoria de Kathlin Rosenfeld oslt, em que ela usava a palavra "comércio" num sentido que não me era usual: troca de corpos, encaminhamento da instituição do tabu do incesto, da cultura humana. A palavra "comércio" vem de "commercium" em latim, resultando da composição de com-junto, merx-genitivo(?) e mercis-mercadoria. Você já notou, né?, estou olhando a segunda acepção do Webster: "intercourse between individuals; mutual dealings in social life", e a terceira: "sexual intercourse (mais raro). Fiquei impressionado com a erudição de Kathlin e com minha, digamos, conformidade em aceitar centenas de palavras sem estudá-las em profundidade.

A que de melhor investiguei foi "grève", uma praia de pedras à margem do Rio Sena, à Paris. Mas aí bateu-me a curiosidade de saber outra: negócio. Eu juro (mas não juro-juro) que ouvi dos lábios de Fernando Henrique Cardoso que queria dizer "negação do ócio", numa visão das atividades dos burgueses medievais, que desprezavam os senhores feudais, que se dedicavam à vida ociosa voltada à dissipação. Pois diz o Prof. Webster que "negotiable" vem de negotiabilis, negotiari, mas em nada lembra a versão cardoseada.

O que é intrinsecamente humano? A seleção grupal não é. Entendo que meu amado Bowles (Tabela 4.1 da p.129 do livro de Microeconomia) inspirou-se num artigo de William Hamilton, de 1964, e disse:

A Taxonomy of Goods:
Características:::::Rival:::::::::::::::::::::Non-rival:::::
Excludable:::::::::::Private goods::::::::Spite goods:::
Non-excludable::::Common property::Public goods:

Não vou falar sobre isto hoje, ok? ainda assim, torna-se claro que os bens privados são apenas um caso de conjunção que favorece o uso da organização econômica intitulada mercado. Tá na cara que public goods ou common property goods não terão provisão adequada, caso sejam relegados à produção mercantil. Não terão.

Hamilton teria dito:

Types of behavioral interactions
Características Fitness change to recipient
::::::::::::::::::::::::::::::::::::Gain::::::::::Loss::::::::
Fitness change::::::Gain::Cooperative::Selfish:::
to donnor::::::::::::::Loss::Altruistic::::::Spiteful:

Tirei esta tabela da p.139 de David McFarland (Animal behavior). Por exemplo, diz lá ele, que "in cases in which the helper is altruistic, the breeding birds should benefit, while the helper loses individual fitness", e assim por diante. Por que um jovem pássaro ajudaria a alimentar os filhotes de adultos? Diz ele que há várias razões. Não quero alongar-me e deixo apenas uma: treinamento para poder alimentar seus próprios filhotes, quando chegar a hora.

Mas como sabemos que o pássaro tem uma função utilidade e que deseja maximizá-la de tal ou qual jeito? Pois temos três capítulos neste mesmo McFarland, que li, leio e lerei.
DdAB

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