Querido diário:
Em 14 de maio de 2013 (aqui), declarei estar lendo uns 40 livros e, ao vê-los bem contadinhos, documentei apenas 16. E fiquei filosofando sobre Geraldine Chaplin que, em entrevista que li nos velhos tempos, declarou ler dois livros por semana. Ou seja, em dois meses, leria todos estes 16. E eu? Bem, em Três Passos, exigia-se, naquele tempo das exigências escolares, que o estudante de ensino médio lesse 300 páginas por semana. Poderiam ser dois livros de 150 páginas, ou até 300 livros de uma página cada, não é mesmo? Estes parâmetros servem para que eu responda a pergunta retórica que acabo de fazer: "e eu?".
Pois então. [Em ordem alfabética de título, desprezando os artigos a, o, the...]
.a. Antologia Poética, de Vinicius de Moraes. São Paulo: Companhia De Bolso, 2009.
.b. A Cidade de Ulisses, de Teolinda Gersão. Porto: Sextante, 2013. [Este título me enganou... Mas tem algo a ver, pois Ulysses --de Homero-- passeou pelo litoral marítimo português. Algumas vezes, quando pratico um "erro de compra", forço-me a ler e, via de regra, colho resultados encantadores. E tem mais: o livro tem uma nota dizendo que não segue acordo ortográfico nenhum! Amei!!!]
.c. Cuentos Completos/1, de Julio Cortázar. Buenos Aires: Punto de Lectura, 2006.
.d. Hombres de Maíz, de Miguel Ángel Asturias. Madrid: Alianza, 2011.
.e. Incidente em Antares, de Érico Veríssimo. São Paulo: Companhia de Bolso, 2006. [Esta edição tem um lindo prefácio de Maria da Glória Bordini, zelosa encarregada da administração dos papéis veríssimos.]
.f. O Irmão Alemão, de Chico Buarque. São Paulo: Companhia Das Letras, 2014.
.g. O Jogo do Mundo (Rayuela), de Julio Cortázar. Lisboa: Cavalo de Ferro, 2014. [Tenho o original em espanhol, que me parece duro na queda. Gosto do jeito como os portugueses escrevem, tanto é que estou lendo o "Ulysses" de James Joyce pela segunda vez (leitura de cabo a rabo, eis que a primeira ocorreu apenas com a tradução para o português de Bernardina da Silveira Pinheiro) E nem cogitei de comprar "O Jogo da Amarelinha", com medo que o brinquedo fosse vermos as pedrinhas jogando as crianças.]
.h. The Left Hand of Darnkess, de Ursula LeGuin. London: Orbit, 2006.
.i. Ulysses, de James Joyce. Lisboa: Relógio Dágua, 2014.
.j. Os Pecados da Tribo, de José J. Veiga. Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 2005.
.k. Os Sete Pecados Capitais, de Otto Lara Rezende e associados. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1997. [Este é dos livros que, volta e meia, dou uma olhada, para ver em qual dos pecados estou-me especializando. Este 'estou-me' é uma homenagem aos livros de padrão Portugal de escrita pronominal].
.l. Trilogia della Fondazione, de Isaac Azimov. Milano: Oscar Mondadori, 2004. [Contém: Prima Fondazione, Fondazione e Impero e Seconda Fondazione.].
Imagem aqui. Não sei o que pedi, mas estava cheios de imagens de cachaça, cangebrina, canjebrina, cangibrina, canjibrina, essas coisas. E também de Michel Temer. Só bebendo!
Apêndice:
Os livros que eu lia em 14 de maio de 2013 e pequeno relato dos fatores supervenientes.
.a. Para cima e não para o norte, Patrícia Portela. 2012. Rio de Janeiro: Leya.
Li todo, de cabo a rabo e realmente é uma variação sobre o Flatland (que li em outras paradas).
.b. Música ao longe, Érico Verísismo. 2006. São Paulo: Companhia das Letras.
Li todo, todinho lá por aqueles tempos mesmo. Desde então firmei o hábito, ou até antes daqueles eventos, de ler Érico Veríssimo no outono. Desde então, digo, li os sete volumes de "O Tempo e o Vento". E, como sabemos, estou lendo agora "Incidente em Antares".
.c. Os ratos, Dyonélio Machado, 2012. 2ed. São Paulo: Planeta do Brasil.
Larguei de mão. Dizem que é uma das obras primas do Rio Grande do Sul. Pensei em minhas primas, e achei que há algo de errado com o livro...
.d. Caravaggio, Leonardo, uma pilha empilhada ao lado do balcão da TV com poucos textos e muitas reproduções de pinturas, pintores. Inclusive Francis Bacon. E, há mais tempo, Mark Rotko. Muito pessoal este item .d., não é mesmo? Li e reli, volta e meia leio e releio e deixo sempre na pilha. E lerei.
.e. Eça de Queirós e o Século XIX, Vianna Moog, 1966. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. Amei este livro. Tenho, desde então, tentado obter outros ensaios do velho Vianna Moog. Tem o "Bandeirantes e Pioneiros" que um dia destes desencavo de algum alfarrabista.
.f. O homem que calculava, Malba Tahan, 2004. Rio de Janeiro: Record.
Este livro também volta e meia vejo-o em minhas leituras. Leio daqui e dali e depois de algumas voltas levo-o de volta a sua prateleira, sua morada da qual se afasta cada once-in-a-while para haver-se comigo.
.g. Cycles of time; what came before the Big Bang?, Roger Penrose, 2010. London: Vintage. Este livro de Penrose é intrigante. Primeiro por ser dificílimo, parecendo ficção científica e, em seguida, por até onde entendi, contemplar a possibilidade assustadora (agora, depois não será mais) de sumiço geral. Um pluft-plaft-plum de dar inveja a Raul Seixas, um desaparecimento em regra. Voltarei a ele, assim que tiver coragem, pois não o declarei terminado. Mas tirei-o da pilha de "leituras em andamento".
.h. História de pobres amantes, Vasco Pratolini, 1963. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. Esta foi a quarta ou quinta vez que tentei ler este livro lindo velho da velha Civilização Brasileira, com aquelas lidas capas de Eugênio Hirsch.
.i. Obras em colaboração, Jorge Luis Borges, v.1, 2002. c. Lisboa: Teorema. (Este c. local fui eu que inventei agora, não será?). Foi muito criativo aquele c. Lisboa, mas o fato é que não consegui dar-lhe seguimento. Um dia devo retomá-lo.
.j. The rule of war, Aoife Feeney, 2011. Cork: Somerville. Este livro adquiri-o em minha visita a Dublim há milhares de anos. Não consigo passar de uma passada de olhos por onde já os passei e deixo tudo por isso mesmo. E o nome da autora, por ser irlandesa, pode ser pronunciado de maneiras as mais insuspeitas. Podem não acreditar, mas vi (ou penso ter visto) uma placa de trânsito perto do Jardim Botânico local com caracteres extraordinários e que se pronunciava: "O cachorro, da, dona Zizi de, Jaguari". Com vírgulas estranhas. Cada uma!
.k. O livro do caminho perfeito (Tao Té Ching), Lao Tsé, 2006. São Paulo: Pensamento-Cultrix. O caminho perfeito terá que esperar ainda mais por minhas passadas.
.l. Gardel es uruguayo, Carlos Arezo Posada (org.), 2012. Montevideo: De La Plaza. Não li e nem sei se o farei. Saiu da pilha.
.m. The book of imaginary beings, Jorge Luis Borges, 1974. London: England.
Por aqui dei umas olhadas e depois joguei de volta a sua estante de moradia.
.n. A república, Platão, 2004. São Paulo: Martin Claret. Logo eu lendo Platão? Era eu mesmo?
.o. O resto é silêncio, Érico Veríssimo, 1981. Porto Alegre: Globo.
Também li na ocasião. E tenho o compromisso de voltar a lê-lo in due time.
.p. Olhai os lírios do campo, Érico Veríssimo, 2007. São Paulo: Companhia das Letras. Da mesma forma que "O Resto é Silêncio", li, reli e voltarei a reler este "Olhai os Lírios..."
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