Querido diário:
Olha aqui o que eu escrevi em um desses não-sei-quando na última folha (em branco) do livro "Escolha de Sophia":
Descoberta e invenção representam-se por duas irmãs siamesas que resultam do funcionamento do cérebro humano. No devido tempo, descobriu-se a América e a tabela periódica dos elementos. Inventou-se a televisão e, depois do mito, a ciência.
E iria falar ainda mais sobre o tema, talvez desdobrar esta relação entre ciência e mito e, principalmente a relação entre ciência e tecnologia. E também entre invenção e inovação. Mas, como disse Carlos Drummond de Andrade, isto era antigamente, isto é, outrora (aqui). E agora? No maravilhoso livro daqui:
BÊRNI, D. d. A. & FERNANDEZ, B. P. M. (Org.) (2012) Métodos e técnicas de pesquisa; modelando as ciências empresariais. São Paulo: Saraiva.
Pois lá dizemos o que segue:
Pois lá dizemos o que segue:
Para além de suas consequências pragmáticas e econômicas, a ciência foi responsável por transformações profundas, que vieram a moldar o moderno senso de realidade. A atmosfera científico-tecnológica que hoje impera é tão ostensivamente presente em todos os aspectos cotidianos que é bastante difícil tomar consciência do modo como essa cosmovisão impacta sobre a maneira de o homem encarar e se posicionar perante a natureza, a sociedade e, em última instância, ante a própria vida. Por exemplo, quando se toma conhecimento de alguma nova descoberta científica, não é incomum uma difusa sensação de “inevitabilidade”. O próprio vocábulo “des-cobrir” — tirar a cobertura, revelar algo que já existia e que estava oculto — remete a tal sensação. A ciência “descobre” coisas, ao passo que outras atividades, também tipicamente humanas, como as artes, a música e a literatura, inventam, criam, ou seja, dão existência a algo que antes não havia.1 Assim, não parece um absurdo pensar que, se William Shakespeare (1564-1616) tivesse falecido ainda menino, o mundo jamais teria conhecido Hamlet. Usando o mesmo exercício de imaginação, porém, caso Isaac Newton (1642-1727) tivesse sofrido o mesmo infortúnio, parece aceitável a ideia de que, mais cedo ou mais tarde, outro cientista viria em seu lugar, e fatalmente as leis de Newton hoje teriam apenas outro nome. Essa sensação de “inevitabilidade” relacionada às descobertas científicas e, em consequência, ao próprio desenrolar futuro da ciência faz parte da herança cultural moderna da humanidade e, enquanto tal, possui uma história que pode ser resgatada.
E daí? Daí que a educação é tudo e a ditadura não é nada!
E daí? Daí que a educação é tudo e a ditadura não é nada!
DdAB
Imagem da linda postagem do lindo site daqui.
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