30 setembro, 2014

As Eleições e a Alta do Dólar


Querido diário:

Quem me acompanha, e -infelizmente- quem mais me acompanha de perto sou eu mesmo, sabe que considero a taxa de câmbio mantida no nível baixo em que ela se encontra há mais de dez anos o maior crime contra a economia brasileira. E isto nada ou pouco tem a ver com a esdrúxula tese da reprimarização da pauta de exportações.

Agora o câmbio, nestes últimos dias, não chegou a aumentar nem mesmo em 10%, o que já provocou muito sobressalto e muitos comentadores da cena política estão dizendo que se trata de uma reação às possibilidades de que Dilma se eleja ainda no primeiro turno da eleição do próximo domingo. Eu considero que há um problema sério a ser resolvido hoje mesmo ou amanhã ou apenas no ano que vem: o trinômio juros, câmbio e salários. Mexer em qualquer um deles compensa o que se mexer com o outro e gerará inflação. A equação macroeconômica é casca grossa e tenho a impressão que o Brasil perdeu o pé com ela: muitos anos deste câmbio destrambelhado.

Que podemos esperar? A rigor, votarei em Marina esperando o milagre da crise institucional e, especialmente, que sua solução seja de alto nível. E sobre a solução dos problemas que conformam a vergonha institucional em que estamos mergulhados? Sem esta ruptura institucional que imagino poderia, com sorte, emergir de uma vitória de Marina e muita sorte, não teremos reforma do judiciário, nem tributária, nem eleitoral, nem do resto da administração pública, nada.

DdAB
Imagem daqui, destacando-se o pretinho básico e o câmbio. E aquele minguinho ali é do tempo do copo dágua?

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