12 setembro, 2014

Eleições: uma droga de opinião


Querido diário:

Quem me acompanha nestes últimos tempos verá que tenho pouco interesse nos assuntos eleitorais. A base de minha motivação é o pouco caso que dou a esta política de ocasião, à falta de seriedade das instituições brasileiras e, principalmente, à incompetência do poder judiciário nacional. Penso que nenhum dos candidatos tem dito nada de relevo sobre as grandes questões da nacionalidade.

Ao contrário, acho vergonhoso que se leve a sério uma competição em que é da boa tática "desconstruir a imagem do adversário". E as ideias, por que não discuti-las? Obviamente, por que há poucas a serem colocadas na mesa.

E por que então votar em Marina? Pois há uma chance de que, se eleita, ela possa montar uma maioria parlamentar em torno de seu novo partido e comandá-lo com decência, ou seja, fugindo daquele monstrengo que se chama de PMDB e que apoia, no Rio Grande do Sul, os três candidatos que não podem ser declarados como portadores como ridículos, como é o caso de uns dez outros.

E as drogas? O candidato ao senado, jornalista Lasier Martins, funcionário licenciado da televisão, deu sua opinião sobre a legalização das drogas:

Sou contra. Entendo que as drogas afetam a estrutura mental das pessoas, afetam a vontade, infelicitam o próprio viciado e as famílias e, com o tempo, acabam concorrendo para uma destruição física e mental do viciado.

Eu, que defendo que a macacada, quando decide falar sobre política deveria ser obrigada a seguir um curso de teoria da escolha pública, fiquei estupefato. Que primarismo! A questão não é exatamente o que as drogas provocam no ser humano, nos ratos ou nos morcegos. É vergonhoso ter que dizer que a questão é sobre como reduzir seu consumo: com elas sendo administradas por traficantes ou por enfermeiras!

DdAB
Imagem: daqui. Legenda: FHC - Fernando Henrique Cardoso; THC - composto Tetra-Hidro-Canabinol.

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