Querido diário:
Frases fora do contexto sempre podem dar interpretações errôneas:
Não podemos pagar 34% de Imposto de Renda aqui enquanto em outros países, como no Oriente Médio, se paga 10%.
Abílio Diniz, presidente do conselho de administração da BRF, afirmando que a pesada carga tributária brasileira trava ganhos de produtividade.
Onde li este troço? Na p. 3 do Caderno Dinheiro de Zero Hora de hoje. Que podemos dizer? Primeiro: é fora de contexto, só pode ser fora de contexto. Ninguém pode seriamente falar uma coisa destas. Primeiro, não podemos transferir o Brasil para o Oriente Médio, pois as placas tectônicas nos impediriam. Segundo, mesmo que criássemos uma tecnologia que o permitisse, acho que poucos de nós, especialmente as mulheres, recusariam. Castigos físicos e lapidações não justificam alíquotas de imposto de renda da pessoa jurídica mais elevadas. Terceiro: parece que o absurdo dos absurdos mesmo é a diferença entre a alíquota única do imposto de renda da pessoa jurídica (como, naturalmente, deve ser, para não criar vantagens de tamanho pequeno) e o da pessoa física, que chega a meros 27,5% para quem ganha mais de R$ 1.500, algo assim. E, claro, quem ganha este valor deveria ser isento! E quem ganha mais de R$ 30.000 (políticos, outros ladrões, empresários do bem, profissionais liberais tanto do bem quanto do mal.
Quando tirada do contexto, uma noção sem noção pode soar como originária de um cérebro privilegiado ou de outro...
DdAB
Imagem: daqui. Editei-a.
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