29 abril, 2014
Automóveis e Mendigos
Querido diário:
Edificante marcador este que eu uso, "Lixo Urbano". Estas pessoas, que não me levem a mal, a meu ver, fazem parte daquela fração doentia da cidade que precisa ser removida. Não gostaria de ser mal-interpretado, como o foi aquele rapaz (Carlos Lacerda) que governou o Rio de Janeiro nos tempos em que eu lia os jornais Correio da Manhã e Jornal do Brasil e que veio a ser chamado de mata-mendigos. Minha visão é mais humana: os dois rapazes da foto (um deles candidamente dormindo sobre seu butim, um saco de plástico cheio de latinhas de cerveja, refrigerantes e mesmo água mineral) bem que mereciam ser agraciados com a pensão da renda básica universal, para começarem a pensar em poesia e squash. E ainda serem convidados a fazer cursos de empreendedorismo no Serviço Municipal, ou Brigada Ambiental Mundial, de sorte a receberem da educação o que de mais nobre ela pode dar:
.a. ajudá-los a descobrir seus objetivos na vida
.b. dar-lhes energia para lutar por eles.
O dia de hoje é importante não apenas por causa desta maviosa foto que eu mesmo capturei. Também marcará sua pata na história a nova iniciativa do governo de expandir os prazos de financiamento do automóvel, pois suas vendas não andavam muito bem desde janeiro. Cai a produção, cai o emprego. Cai o prestígio dos dirigentes sindicais. Fecha-se o círculo. Faz-se a tragédia. E a comédia.
Em minha visão de mundo, esta medida de proteção à indústria deveria ser sumariamente abolida. Em minha visão, o IPVA (imposto sobre a propriedade de veículos automotores, uma piada) deveria ter um valor escorchante, digamos, 200 ou 300% do valor da viatura. Para racionar, para equilibrar o custo privado com o custo social. Parece que estou na contramão, não é mesmo?
DdAB
P.S. ainda solidário com os mendigos, moradores de rua, gostaria de lembrar minha diatribe contra a má distribuição da renda, que faz com que Aécio Neves tenha pago multas para evadir-se do bafômetro que poucos brasileiros ganham em um mês de trabalho.
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