22 abril, 2014
Doutrinação Linguística
Querido diário:
Estava pensando agora mesmo em escrever sobre a diferença entre "excepcional" e "colaborador". Para mim, colaborador é o neologismo recente (menos de 20 anos, presumo) que assim intitula o que os antigos chamavam de trabalhadores, funcionários, essas coisas. Por contraste, esqueci (foi o que estou denunciando, uma doutrinação linguística, uma lavagem cerebral) como é que se dizia antes o que as crianças de hoje chamam de "dão", mas lembrei: um deficiente.
E que se espera de melhor se realmente colar esta substituição de deficiente por excepcional e trabalhador por colaborador? Hoje já é ofensa mesmo chamar uma pessoa de excepcional, quando os próprios chamam-se de "gente". E assim será no futuro: colaborador vai significar "pé de chinelo".
DdAB
Imagem daqui.
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2 comentários:
Olá Professor,
estou atrasada nas leituras, só vi isso agora! Permita-me então meter minha colher-de-pau para dizer que ontem mesmo estava pensando sobre esses neologismos. Percebeu que são todos eufemismos? Como se, adocicando a palavra, tudo de desagradável relacionado a ela pudesse desaparecer da face da Terra. Para mim, o pior de todos é o da "melhor idade" em substituição à palavra "velhice". Quem inventou essa expressão deveria ir preso...
Bom final de domingo pra vc!
Brena.
È vero, B. P.
Contra a imbecilidade da "melhor idade", vi o lado cômico quando me designaram como "sex", querendo dizer "sexagenário".
Boa semana!
DdAB
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