Domingo é dia de jornal (Zero Hora) relativamente pobre. Tem lixos, um caderno "Dinheiro", outro, "Donna" e o caderno principal, cujo terço final nem leio, pois não acompanho o futebol e nem três páginas finais. Em compensação, na página 22 da seção "Geral", tem uma notícia estonteante: "Ladrão Morre ao Assaltar Ladrão".
Pareceu-me um tanto estilo "fim da picada". O finado viu uma motocicleta estacionada na frente de uma farmácia e habilitou-se para levá-la. Como sabemos, pelo artigo:
Tullock, Gordon. (1967) The Welfare Costs of Tariffs, Monopolies, and Theft. Western Economic Journal. V. 5 n. 3 pp. 224–232.
Eu sempre pensei que o artigo se chamava "tariffs, taxes & theft", talvez por romantismo. Ok, voltando ao assalto. Parece que se o ladrão levasse a moto, a sociedade manteria seu nível de bem-estar, pois havia uma moto antes da transferência de propriedade e seguiria existindo a mesma moto em outras mãos. O que não podia era o dono da moto fazer despesas para manter sua posse, o que representaria um malefício social, um desperdício de recursos.
Pois bem, enquanto o ladrão -comecemos a chamá-lo de Ladrão 1- se entretinha em carregar a moto, os demais ladrões (o 2 e o 3) saíram da farmácia em que estavam localizados, pois a assaltavam, e viram o desrespeito para com sua propriedade privada. Ato contínuo, atiraram no Ladrão 1 e o mataram.
Abrevio a história, pois o que importa é refletirmos sobre o Sistema Brasileiro do Crime. A falta de justiça é tão flagrante que já chegou a hora de haver congestionamentos de assaltos/assaltantes. Talvez agora realmente tenhamos um preço para o crime: a probabilidade de chegar -em más condições- em um momento inadequado e pagar... com a vida.
DdAB
Imagem aqui.
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