07 novembro, 2014

Os Juízes e o Resto da Macacada


Querido diário:

Ontem, um amigo dileto telefonou-me para dizer que eu cometera um erro na postagem que ontem mesmo fiz. Fui lá, refiz o erro e mantive o amigo! No mesmo telefonema, ele indagou por que todas as minhas postagens recentes começam com "querido diário". Respondi: porque sim. Ele anuiu.

Esta de termos opiniões fortes e um tanto imbeciloides sobre ações que nós mesmos praticamos levou-me a pensar nos juízes. Já falei há tempos ser de opinião que, a cada vez que ocorre um escore de 6x5 entre os 11 ministros do supremo em qualquer tema, os cinco perdedores devem ser postos no olho da rua e convocados mais outros cinco. [Isto, claro, se não conseguirmos demitir todo mundo e contratar a empresa júnior de que costumo falar, atrelada à faculdade de direito de alguma universidade do norte da Europa, voltando-se a administrar o sistema judiciário no Brasil.]

Vi em boa meia dúzia de locais na Zero Hora de hoje (que não tenho comigo neste momento da postagem) notícias que me deixaram de cabelo em pé. Pouco falei até agora da decisão de um dos apaniguados de Brasília sobre pagar o "auxílio moradia" para toda a turma, em todos os estados, em todos os escaninhos judiciários. Claro que ainda milhares de outros vão querer estender o auxílio moradia de R$ 4,3 mil para delegados de polícia, assistentes de deputados, essa turma. E, no embalo, não duvido que algum deputado faça um projeto de lei elevando a bolsa família em, digamos, 1% (para não acostumar mal a mulherada que fica conversando no portão da vila).

Há cálculos no jornal sobre repercussões financeiras já agora mesmo, outubro passado, novembro corrente, dezembro a chegar. Primeiro: isto é uma insanidade. Segundo, o ministro que deu este direito é um descalibrado. Terceiro: este dinheiro nem paga imposto de renda. Quarto: a lei do orçamento, no a fã de atender ao tirocínio do ministro, foi quebrada. Ou, se não foi, o dinherinho da macacada entrou em alguma despesa de contingenciamento. Pode?

DdAB
Educativa imagem dos atributos do sistema judiciário brasileiro: da "Feira da Ladra" em Lisboa. Feira esta citada num dos romances de Eça de Queirós.

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