18 dezembro, 2013

Corujão: clientes onívoros


Querido diário:

Um capítulo importantíssimo da história da humanidade acaba de encerrar-se para mim, dias atrás, quando me dei conta da razão que levou o "Bar e Restaurante Corujão", da Rua Salgado Filho, de Porto Alegre, nos anos 1960 e até mais. Ou melhor, dei-me conta de que criara uma hipótese muito interessante sobre as razões que levaram os idealizadores do projeto a chamá-lo de "Corujão".

É que o bar-restaurante, além daquele chopp que era declarado com o melhor da cidade -entre tantos outros -, também servia seus petiscos (tira-gostos) que incluam carne de rã, rã frita. Muita gente, por achar a iniciativa um tanto nauseabunda, não as ingeria. Confesso que, atraído pela novidade, atraído pela ideia de romper com preconceitos alimentares, atraído pela noção de cadeia alimentar (avant la lettre), mandei ver os crocantes bichinhos mais de uma vez.

O bar decaiu, chegou a virar local de encontros econômicos (mercado de entrevistas íntimas, por assim dizer), passou por alguns tropeços que não me preenchem a memória contemporaneamente.

De minha parte, não sei se acho o nome "Corujão" para um local que permite aos bípedes pensantes muito bem achado. Até dá vontade de engajar-me nas práticas vegetarianas, o que - parece - estou deixando para nova reencarnação, se a ela credenciar-me. Hehehe.

DdAB
A imagem veio-me daqui.
P.S.: parece que sou forçado a tirar férias natalinas, voltando antes do final do ano.

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