Querido diário:
Quem me acompanha neste blog sabe que leio diariamente, e com exação, o jornal Zero Hora, sempre reclamando que não me sobra coisa melhor, dadas as coordenadas que ocupo na disposição planetária. Mas, como não sou loqui, tiro o que posso de proveito das leituras e me divirto com erros que soem acontecer, mais soer do que acontecer. Assim vivo. Mas tenho minhas compensações pela leitura de cabo a rabo (ainda que seletiva). Na última página do Caderno Donna (dominical), sói aparecer o artigo de Martha Medeiros. Neste domingo, ela escreveu "Trocas íntimas entre estranhos". E disse algo que me pareceu maravilhoso, por rimar com o conceito de otimismo cultivado:
Dá para mudar o passado? Não dá. A única coisa que dá para mudar é a maneira como enxergamos tudo o que nos aconteceu (e ainda acontece) e ver o que é possível perdoar, esquecer ou redimensionar.
Como o astral dela é elevado, não falou em vingar. Parece que seria um anticlímax. Eu bem entendo que o desejo de vingança é algo humano, mas ele fica mais forte no caso de crimes impunes. Ao mesmo tempo, não podemos esquecer que o cidadão não faz justiça com as próprias mãos. E o indivíduo que o faz, na verdade, não o faz, não é mesmo?, ou seja, justiça não é algo pessoal, mas comunitário e, de preferência, profissional (no Brasil, o que temos é uma caricatura deste negócio).
DdAB
Imagem: aqui. Como sabemos, o subtítulo de "Candide" é "ou o otimismo".
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