Querido diário:
De onde vêm minhas crenças? Por que não acredito em Deus a ponto de militar na Campanha "Ateus, Saiam do Armário"? Por que problematizar esta questão? Estas questões, estas possivelmente infindáveis questões? Que me leva a acreditar que, daqui a 200 mil anos, haverá descendentes do clube humano?
Meus genes, em 64 gerações, se tanto conseguirem reproduzir-se, terão uma fração tão absurdamente pequena participando de um humano vivo, exceto nos casos de "fertilização cruzada", ou seja, descendentes cruzando com descendentes, como é meu caso relativamente à macaca Sally, ou outro ancestral africano. Se é que é isto mesmo. E por que só pude falar em 200 mil anos acima e não, por exemplo em 200 bilhões ou trilhões de anos? Pois, estima-se hoje, o próprio Universo conta com apenas 14 bilhões e outras estimativas dizem que ele deve durar não mais que isto, se é que não durará para sempre.
Não existia saída. Tínhamos que acreditar na possibilidade de nos evadirmos deste Universo, alcançar o Grande Universo (que uns chamam de Multiverso, expressão de que não gosto). Para os seres do futuro, aquelas questões eram apenas retóricas, pois já sabíamos a resposta da maioria delas e tínhamos certeza de que algumas nunca seriam respondidas, ao passo que a elas já juntáramos ainda mais perturbadoras questões. Eram os deuses astronautas, enfim?
Voltando à problematização da existência de Deus, se ele não existe, tudo é permitido? O que parece evidente é que, se a teoria do biguebangue é mesmo correta, segue-se que poderá ter ocorrido uma origem externa para aquela explosão. Tirando de lado a ética, parece também evidente que esta origem externa poderia atender nada mais nada do que menos pelo nome de Deus. Neste mundo de fé de menos, só posso dizer que também se trata de fé o que ocorre comigo: creio nas leis da lógica, creio no princípio da causalidade, creio na lei da transformação das massa (lei de Lavoisier).
DdAB
Imagem. Quem diria? Peguei este andróide! E se nóis virá iço?
30 setembro, 2013
29 setembro, 2013
Calheiros Honesto!
Querido diário:
Hoje vi uma suspeita infundada sendo erguida contra nosso bom presidente do senado federal, o digno senador Renan Calheiros. Consta que ele pediu que esquecêssemos tudo o que ele fez no passado (talvez por ser leitor deste blog e ter visto o programa de ação do MAL* - Movimento pela Anistia aos Ladrões Estrela). Como tal, o único probleminha que paira contra ele é que ele adquiriu -diz meu jornal de hoje- um apartamento em Brasília:
.a. avaliado pelo mercado em R$ 3 milhões
.b. pelo qual ele pagou/pagará R$ 1 milhão em cinco installments
.c. e o outro milhão foi obtido no financiamento da Caixa Econômica Federal, uma organização governamental, como sabem os que leem seu site,
.d. ou seja, um preço de venda, com financiamento público, de R$ 2 milhões.
Hoje também o jornal celebra os 25 anos da promulgação da constituição brasileira, como tal, de 1988. Nela teve papel proeminente o finado deputado Ulisses Guimarães, que dizia: político não vende e não compra nada durante o mandato.
Que posso fazer, se não acabar a postagem?
DdAB
Imagem: daqui. Inspiração: o "Lago dos Cisnes" que vi, em boa parte, hoje de manhã na TV aqui em casa.
P.S.: às 22h05min deste mesmo domingo, corrigi o item .a., que postei errado como R$ 2 milhões e vemos agora R$ 3 milhões. E todo o item .d.
Hoje vi uma suspeita infundada sendo erguida contra nosso bom presidente do senado federal, o digno senador Renan Calheiros. Consta que ele pediu que esquecêssemos tudo o que ele fez no passado (talvez por ser leitor deste blog e ter visto o programa de ação do MAL* - Movimento pela Anistia aos Ladrões Estrela). Como tal, o único probleminha que paira contra ele é que ele adquiriu -diz meu jornal de hoje- um apartamento em Brasília:
.a. avaliado pelo mercado em R$ 3 milhões
.b. pelo qual ele pagou/pagará R$ 1 milhão em cinco installments
.c. e o outro milhão foi obtido no financiamento da Caixa Econômica Federal, uma organização governamental, como sabem os que leem seu site,
.d. ou seja, um preço de venda, com financiamento público, de R$ 2 milhões.
Hoje também o jornal celebra os 25 anos da promulgação da constituição brasileira, como tal, de 1988. Nela teve papel proeminente o finado deputado Ulisses Guimarães, que dizia: político não vende e não compra nada durante o mandato.
Que posso fazer, se não acabar a postagem?
DdAB
Imagem: daqui. Inspiração: o "Lago dos Cisnes" que vi, em boa parte, hoje de manhã na TV aqui em casa.
P.S.: às 22h05min deste mesmo domingo, corrigi o item .a., que postei errado como R$ 2 milhões e vemos agora R$ 3 milhões. E todo o item .d.
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Economia Política
27 setembro, 2013
Aceitação Social do MAL*
Querido diário:
Parece que há obviedades brasileiras que apenas os distraídos é que não as observam em suas plenitudes. O MAL* Movimento pela Anistia aos Ladrões Estrela parece que é uma dessas obviedades: já que não temos um sistema judiciário decente, nem os demais poderes caracterizam-se pela retidão, nada mais nos resta do que apostar na seriedade apenas no futuro. O MAL*, na sua versão imodesta, quer que esqueçamos de punir qualquer crime que seja perpetrado até a meia-noite do próximo dia 31 de dezembro. E amanheceríamos no Ano Bom já com a honestidade completamente implantada. Por isto mesmo é que a direção do MAL* vê com simpatia (mas sempre com um pé atrás) a nota da coluna 'Brasília', de Carolina Bahia, da p.17 de Zero Hora de hoje:
Coniventes com o abuso
Ao anunciar que os supersalários serão devolvidos, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), joga para a torcida. O próprio sindicato dos servidores já avisou que vai à Justiça para que o dinheiro pago não tenha de ser devolvido, muito menos dentro do programa de descontos na filha de pagamento. Essa questão vai se arrastar nos tribunais. O que tanto a Câmara quanto o Senado precisam fazer é um corte daqui por diante, finalmente cumprindo a lei do teto. Aliás, a medida vale para os demais poderes, que normalmente fazem vistas grossas para casos de servidores que vão engordando os vencimentos às custas de pinduricalhos. Se há uma clara distorção, é porque há conivência dos administradores. [Sic]
Não falei? Parece ser óbvio: não se consegue corrigir nem o fluxo, que dizer de arrumar todo o estoque?
DdAB
A imagem origina-se daqui.
Parece que há obviedades brasileiras que apenas os distraídos é que não as observam em suas plenitudes. O MAL* Movimento pela Anistia aos Ladrões Estrela parece que é uma dessas obviedades: já que não temos um sistema judiciário decente, nem os demais poderes caracterizam-se pela retidão, nada mais nos resta do que apostar na seriedade apenas no futuro. O MAL*, na sua versão imodesta, quer que esqueçamos de punir qualquer crime que seja perpetrado até a meia-noite do próximo dia 31 de dezembro. E amanheceríamos no Ano Bom já com a honestidade completamente implantada. Por isto mesmo é que a direção do MAL* vê com simpatia (mas sempre com um pé atrás) a nota da coluna 'Brasília', de Carolina Bahia, da p.17 de Zero Hora de hoje:
Coniventes com o abuso
Ao anunciar que os supersalários serão devolvidos, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), joga para a torcida. O próprio sindicato dos servidores já avisou que vai à Justiça para que o dinheiro pago não tenha de ser devolvido, muito menos dentro do programa de descontos na filha de pagamento. Essa questão vai se arrastar nos tribunais. O que tanto a Câmara quanto o Senado precisam fazer é um corte daqui por diante, finalmente cumprindo a lei do teto. Aliás, a medida vale para os demais poderes, que normalmente fazem vistas grossas para casos de servidores que vão engordando os vencimentos às custas de pinduricalhos. Se há uma clara distorção, é porque há conivência dos administradores. [Sic]
Não falei? Parece ser óbvio: não se consegue corrigir nem o fluxo, que dizer de arrumar todo o estoque?
DdAB
A imagem origina-se daqui.
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24 setembro, 2013
A Matemática do Português
Querido diário:
Tenho um texto disponível aqui cujo título é "Matemática se Escreve em Português". O título da postagem de hoje cheiraria a etnocentrismo, não fosse de minha autoria, que odeio essas manifestações da irracionalidade humana. O que quero dizer é mais ou menos na linha do texto que acabo de referir. Ontem de manhã, ainda em Sampa (agora escrevo em POA), dei uma espécie de aula cujo conteúdo foi mais ou menos o seguinte.
Matemática se Escreve em Português (um curso de filosofia da ciência, gnosiologia e epistemologia de 20min para um público de educação heterogênea e das mais variegadas origens econômico-sócio-culturais, basicamente, crianças)
.1. Introdução
.a. agradeci o convite.
.b. expliquei como o curso de 20min é organizado.
.c. pedi que fizessem anotações a serem corrigidas e devolvidas (quem entregasse entraria no sorteio de um livro ricamente ilustrado, na realidade, o livro da exposição do SESC-Belenzinho das fotografias de Sebastião Salgado, intitulada 'Genesis').
.2. O título
(passei boa parte dos 20min explicando aquele título enorme, com palavras absolutamente distantes do cotidiano da criança brasileira contemporânea; e aquele 'variegadas'? por que não disse logo 'várias'? pois depois iria falar na estudante Aniger, e o fiz)
.1. como ler o título:
.2. Argh, matemática? Nem vou ler o resto
.3. Aniger: era aluna da Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS quando eu por lá ensinava, mas não foi minha aluna. Ainda assim, um dia, divulgando a festa dos calouros, que eu era professor de Introdução à Economia, ela convidou a turma a assistir a uma aula inaugural, uma coisa destas. E disse: haverá bebidas e refris. Adorei. Mas ela disse algo muito mais filosófico (se é que é possível filosofar mais do que qualificar as bebidas em suaves e fortes): a gente não entende tudo o que será falado na aula inaugural, mas é bom ir acostumando o ouvido.
.3. Como pensar
(com esta seção, sugeri que poderia ensinar como pensar. E disse: se você leu este 'como pensar' e pensou que entendeu que estava escrito 'como pensar', então você foi aluno aprovado em um dos cursos mais rápidos e eficazes da história das economias monetárias)
.4. Perguntas da audiência
.a. quem é você? eu: scritor e, antes de tudo, leitor, professor
.b. professor? fui especialista em educação de adultos e rapidamente entendi que o problema principal do adulto é que ele não é mais criança
.c. comentário: e que tudo fica ainda pior quando aparece um crianção
.d. o que o sr. acha de quem fala certo? Citei um conselho que ouvi um jaguariense dar a outro: oh, tchê, tu não tem personalidade, que passa dois dia em Portalegre e vorta falano 'tu foste' em vez de 'tu foi'?
.e. pensamento profundo: o melhor amigo do homem é o dicionário (ver 'variegadas' e 'Aniger')
.f. que faço quando não entendo? falei: 'tá lendo, tá difícul? então pula o que não entende. Volta depois. Se não der certo, pede ajuda.
.5. Primeiro conselho que tentei vender e não consegui
:: o que um jovem pode fazer em seu próprio benefício que renderá para toda a vida?
.a. se não separa semente, não planta e, no ano que vem, fica sem comida
.b. cultivar a disciplina, que o tornará mais produtivo, mais capaz de alcançar melhores resultados com menores esforços
.c. por que insistir em educação? pois ela dá capacidade para definirmos nossos objetivos na vida e força para lutarmos por eles.
.6. Segundo conselho
:: como cultivar a disciplina, sem precisar de um sargentão gritando no teu ouvido 48 horas por dia?
.a. há três importantes instrumentos que também contribuem para combater as doenças do corpo e do espírito:
.b. esporte
.c. língua estrangeira
.d. instrumento musical
.e. contraexemplos: jogar pedra na água, língua do 'p' e bater palmas.
DdAB
A imagem veio daqui.
Tenho um texto disponível aqui cujo título é "Matemática se Escreve em Português". O título da postagem de hoje cheiraria a etnocentrismo, não fosse de minha autoria, que odeio essas manifestações da irracionalidade humana. O que quero dizer é mais ou menos na linha do texto que acabo de referir. Ontem de manhã, ainda em Sampa (agora escrevo em POA), dei uma espécie de aula cujo conteúdo foi mais ou menos o seguinte.
Matemática se Escreve em Português (um curso de filosofia da ciência, gnosiologia e epistemologia de 20min para um público de educação heterogênea e das mais variegadas origens econômico-sócio-culturais, basicamente, crianças)
.1. Introdução
.a. agradeci o convite.
.b. expliquei como o curso de 20min é organizado.
.c. pedi que fizessem anotações a serem corrigidas e devolvidas (quem entregasse entraria no sorteio de um livro ricamente ilustrado, na realidade, o livro da exposição do SESC-Belenzinho das fotografias de Sebastião Salgado, intitulada 'Genesis').
.2. O título
(passei boa parte dos 20min explicando aquele título enorme, com palavras absolutamente distantes do cotidiano da criança brasileira contemporânea; e aquele 'variegadas'? por que não disse logo 'várias'? pois depois iria falar na estudante Aniger, e o fiz)
.1. como ler o título:
.2. Argh, matemática? Nem vou ler o resto
.3. Aniger: era aluna da Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS quando eu por lá ensinava, mas não foi minha aluna. Ainda assim, um dia, divulgando a festa dos calouros, que eu era professor de Introdução à Economia, ela convidou a turma a assistir a uma aula inaugural, uma coisa destas. E disse: haverá bebidas e refris. Adorei. Mas ela disse algo muito mais filosófico (se é que é possível filosofar mais do que qualificar as bebidas em suaves e fortes): a gente não entende tudo o que será falado na aula inaugural, mas é bom ir acostumando o ouvido.
.3. Como pensar
(com esta seção, sugeri que poderia ensinar como pensar. E disse: se você leu este 'como pensar' e pensou que entendeu que estava escrito 'como pensar', então você foi aluno aprovado em um dos cursos mais rápidos e eficazes da história das economias monetárias)
.4. Perguntas da audiência
.a. quem é você? eu: scritor e, antes de tudo, leitor, professor
.b. professor? fui especialista em educação de adultos e rapidamente entendi que o problema principal do adulto é que ele não é mais criança
.c. comentário: e que tudo fica ainda pior quando aparece um crianção
.d. o que o sr. acha de quem fala certo? Citei um conselho que ouvi um jaguariense dar a outro: oh, tchê, tu não tem personalidade, que passa dois dia em Portalegre e vorta falano 'tu foste' em vez de 'tu foi'?
.e. pensamento profundo: o melhor amigo do homem é o dicionário (ver 'variegadas' e 'Aniger')
.f. que faço quando não entendo? falei: 'tá lendo, tá difícul? então pula o que não entende. Volta depois. Se não der certo, pede ajuda.
.5. Primeiro conselho que tentei vender e não consegui
:: o que um jovem pode fazer em seu próprio benefício que renderá para toda a vida?
.a. se não separa semente, não planta e, no ano que vem, fica sem comida
.b. cultivar a disciplina, que o tornará mais produtivo, mais capaz de alcançar melhores resultados com menores esforços
.c. por que insistir em educação? pois ela dá capacidade para definirmos nossos objetivos na vida e força para lutarmos por eles.
.6. Segundo conselho
:: como cultivar a disciplina, sem precisar de um sargentão gritando no teu ouvido 48 horas por dia?
.a. há três importantes instrumentos que também contribuem para combater as doenças do corpo e do espírito:
.b. esporte
.c. língua estrangeira
.d. instrumento musical
.e. contraexemplos: jogar pedra na água, língua do 'p' e bater palmas.
DdAB
A imagem veio daqui.
23 setembro, 2013
"Veja", um Clarão de Esquerda
Querido diário:
Por causa da "Veja São Paulo", como estou vendo coisas de Sumpolo, comprei o exemplar de 18/set/2013, possivelmente já superado pelo n.2340, possivelmente já nas bancas. E que nunca lerei, que não sou de ferro! Mas por que este preconceito contra a pérola da Editora Abril? Eu, que a vi nascer e pensei que fôssemos salvar o Brasil na base da notícia isenta? Eu? Já fiz cada uma...
Pois talvez aqueles sonhos iniciados em 1968 mostraram-se primeiro infundados e agora revigorados, pois vejo-a na esquerda, simpatizante do programa Bolsa Família e cobrando avanços em sua concepção e manutenção (p.108-111). A reportagem chama-se "Sem porta de saída", de Fernanda Allegretti e faz um balanço dos 10 anos da implantação do programa. Vemos números e declarações espantosamente otimistas, levando-nos a crer que o Brasil está praticamente salvo, ou estará:
Em uma década o número [de beneficiários] saltou de 3,6 milhões de famílias para 13,8 milhões. Ao todo, são hoje subsidiados 50 milhões de brasileiros, um quarto da população do país. Nesse período apenas 1,7 milhão de famílias deixaram de receber o auxílio. Os números superlativos fazem do Bolsa Família o maior programa de transferência de renda condicionada do mundo.
Se são mesmo 50 milhões de brasileiros e 1,7 milhão de famílias que dispensaram o programa, estamos tratando de quase 14% dos envolvidos, também um número superlativo. Precisamos criar, com urgência, o Programa Renda Básica, a fim de reincorporá-los! Este ponto de vista, na realidade, é bem mais meu do que da articulista ou de sua revista, pelo que suponho. Penso que, implantado o Renda Básica, tomara que continue assim pelo resto da vida.
Fernanda Allegretti conclui seu maravilhoso artigo de inegável indicação das virtudes do programa, ainda que com 'apartes' mal-humorados aqui e ali. Por exemplo, na p. fala, em itálico:
ADEUS AO TRABALHO Lucinete Nobre mora em Jundo do Maranhão, o município com a maior proporção de habitantes assistidos pelo Bolsa Família. Ela deixou de trabalhar na roça e sustenta a família com os 216 reais que recebe por mês: 'Tomara que continue assim pelo resto da vida'.
Há quem ache muita desfaçatez, com ironia, uma criatura pobre querer pensar em um modelo dinâmico em que sua própria vida seguiria 'pelo resto da vida'. Afinal, quem pensa ela que é? Não é a posição da jornalista Fernanda Allegretti:
Extinguir o Bolsa Família e abandonar as famílias miseráveis à própria sorte obviamente não é a solução. E nenhum governante lúcido ousaria fazê-lo. Mas, dez anos depois, convém buscar um caminho capaz de tirar as pessoas com capacidade produtiva do círculo vicioso da esmola.
Confesso que cheguei perto das lágrimas, ao ver análise tão lúcida sobre o combate à pobreza encetado há anos no Brasil e tão associado com o chamado lulismo. E pensei num caminho capaz de melhorar a situação dos pobres, desses 50 milhões de habitantes e talvez até abarcar ainda outros 50 milhões:
.a. aumentar o valor da bolsa
.b. ir substuindo-a pela Renda Básica Universal, criada pela Lei n. 10.835 de 2/jan/2004, de sorte que as pessoas sejam incentivadas a, além de receber o benefício, trabalhar onde bem entendem, inclusive como a sra. Lucinete Nobre, que poderia dar uns enxadaços lá na lavoura operada pelo marido (com a atual legislação, se ela o fizer, perde o direito e cai naqueles 14% que abandonam o programa. Seria louca?).
.c. e ainda fazer o serviço municipal, convocando os recebedores da renda básica para prestarem serviços comunitários, como jardinagem de ruas e estradas, cuidar de velhos e crianças, e tudo.
DdAB
Imagens daqui. E ontem, aqui em Sumpolo, preparando-me para jantar fora, gastando meu dinheirinho, vi -em posição absolutamente pública- um homem jovem fumando (vi a chama) num cachimbo que (não cheirei, não sou tolo) possivelmente era recheado por crack. Por isto é que me chamam de radical: a única forma de salvar o Brasil é criar salas de consumo com distribuição gratuita da droga para este tipo de 'gente'.
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21 setembro, 2013
Um Ponto que Abarca todos os Demais Pontos...
Querido diário:
Inesquecível para mim é aquela frase lá do 'Aleph', de Jorge Luis Borges: um ponto que abarca todos os demais pontos, inclusive a si mesmo. Claro que não posso afirmar que ele tratava da faísca que provocou o Big Bang. O fato é que a tecla 'f', que acabei de pressionar, para escrever 'fato', a tecla 'a', etc., todas estiveram ocupando aquele mesmo espaço. Todos os teclados do mundo, todas as gravatas, os hidroaviões, tudo, tudinho, todos os mares, todos os mundos.
Esta será talvez a maior lição antídota do 'monismo' político. Explico-me: acabo de inventar o termo 'monismo político', a fim de que eu mesmo possa livrar-me daquela "mania que as pessoas têm" de achar que com apenas uma iniciativa singular, tudo pode resolver-se no sistema político brasileiro. Meu monismo, volta e meia, é pensar que a reforma radical do poder judiciário pode desencadear todas as demais outras. E, pensando melhor, dou-me conta de que isto não tem nada a ver. Não é apenas isto: lei do orçamento, fiscalização das mentiras dos políticos. Tem muito mais, tem que ser simultâneo. Nem sei hierarquizar, tento, tento, volta e meia, tento e tento. Vou listar agora apenas algumas sem pretensão lexicográfica:
.a. reforma política: voto facultativo, parlamentarismo (legislativo pode trocar de primeiro ministro, primeiro ministro pode dissolver o legislativo, convocando novas eleições), voto distrital puro, lei do orçamento, fiscalização do novo poder judiciário sobre as mentiras partidárias e individuais. Não conheço o suficiente para falar daquelas coisas de voto em lista, voto em sei lá o quê.
.b. reforma tributária: cobrar impostos indiretos apenas sobre bens de demérito e apenas eles; cobrar imposto de renda baixo e proporcional sobre o lucro retido pelas empresas e progressivo sobre todos os rendimentos (inclusive a remuneração dos empregados, o excedente operacional e, obviamente, os proventos da aposentadoria).
Ok: parece que substituí o monismo pelo dualismo (mais a reforma judiciária)! Mas também devemos considerar um alerta que me foi dado numa entrevista de um cientista político há tempos: será impossível fazer toda a reforma de uma única vez.
DdAB
Postado em Sumpolo. Ainda lanço a campanha: Eu moraria aqui.
20 setembro, 2013
O País do Futuro
Querido diário:
A grande sorte que bafeja o Brasil é que o futuro ainda não chegou e podemos sempre dizer que tudo dará certo daqui a 20 ou 100 anos. O MAL* quer o bem para já: 1o./jan/2014. Mas sabe que suas chances são baixíssimas. Parece mesmo que a pobreza é mais fácil de debelar do que a desigualdade. Desigualdade, tenho dito, é negar o emprego do professor de violino do filho do policial, o emprego da fisioterapeuta da avozinha da agente de viagens especializada em levar estudantes de engenharia a conhecer os processos produtivos chineses (que deus nos acuda!).
E por que tenho cada vez mais razões para crer que nasci, em 1947, mesmo no país de um futuro que ainda não chegou? Pois:
.a. reformas ortográficas:
.a.1 uma em 1943 (?), preparando meu livro do bebê (diverso do de minhas irmãs mais velhas)
.a.2 uma reforma ortográfica em 1971 (?), destruindo todos os cadernos de anotações que eu fizera em quase três anos de estudos de economia. Ao graduar-me, em 1972, já escrevíamos in the new way
a.3 e aquela que começou em 2009 (ou foi 2010? com todos os infernos, já esqueci, aquela que nos obrigou a escrever ideia ao invés de idéia: melhoria extraordinária que pode até ajudar a resolver a crise de Portugal e o subdesenvolvimento brasileiro).
.b. em 1946 (?) fizeram uma constituição da república. Esta, então, foi revogada tantas vezes em meu ciclo de vida que nem sei mais o nome do país, nem suas regras eleitorais, nem outras coisas relevantes para o ordenamento político e institucional.
Segue-se logicamente que parece que a gente não vive a vida inteira no mesmo país. Parece que somos forçados a migrar de vez em quando, a fim de dar mais liberdade àqueles que fazem as regras eleitorais e os recortes institucionais, a seguirem fazendo- em seu próprio benefício e no de suas famílias. E o igualitarismo que espere a nova geração, ou a mais nova, ou a novíssima, etc.
DdAB
Imagem: patética daqui.
Complementado às 23h20min deste mesmo dia 20/set: dei umas editadas lá por cima.
A grande sorte que bafeja o Brasil é que o futuro ainda não chegou e podemos sempre dizer que tudo dará certo daqui a 20 ou 100 anos. O MAL* quer o bem para já: 1o./jan/2014. Mas sabe que suas chances são baixíssimas. Parece mesmo que a pobreza é mais fácil de debelar do que a desigualdade. Desigualdade, tenho dito, é negar o emprego do professor de violino do filho do policial, o emprego da fisioterapeuta da avozinha da agente de viagens especializada em levar estudantes de engenharia a conhecer os processos produtivos chineses (que deus nos acuda!).
E por que tenho cada vez mais razões para crer que nasci, em 1947, mesmo no país de um futuro que ainda não chegou? Pois:
.a. reformas ortográficas:
.a.1 uma em 1943 (?), preparando meu livro do bebê (diverso do de minhas irmãs mais velhas)
.a.2 uma reforma ortográfica em 1971 (?), destruindo todos os cadernos de anotações que eu fizera em quase três anos de estudos de economia. Ao graduar-me, em 1972, já escrevíamos in the new way
a.3 e aquela que começou em 2009 (ou foi 2010? com todos os infernos, já esqueci, aquela que nos obrigou a escrever ideia ao invés de idéia: melhoria extraordinária que pode até ajudar a resolver a crise de Portugal e o subdesenvolvimento brasileiro).
.b. em 1946 (?) fizeram uma constituição da república. Esta, então, foi revogada tantas vezes em meu ciclo de vida que nem sei mais o nome do país, nem suas regras eleitorais, nem outras coisas relevantes para o ordenamento político e institucional.
Segue-se logicamente que parece que a gente não vive a vida inteira no mesmo país. Parece que somos forçados a migrar de vez em quando, a fim de dar mais liberdade àqueles que fazem as regras eleitorais e os recortes institucionais, a seguirem fazendo- em seu próprio benefício e no de suas famílias. E o igualitarismo que espere a nova geração, ou a mais nova, ou a novíssima, etc.
DdAB
Imagem: patética daqui.
Complementado às 23h20min deste mesmo dia 20/set: dei umas editadas lá por cima.
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19 setembro, 2013
O PSB e a Verdade
Querido diário:
Em pleno ar, li a Zero Hora de hoje: viajava para São Paulo, onde agora me encontro. Por que a Zero Hora? Mania de perseguição? Claro que não: a verdade é que amanhã comprarei por aqui o jornal O Estado de São Paulo. E que há em comum entre eles, ela e ele? Há que ambos são empedernidos representantes da direita nacional. E bastante puxa-sacos dos governos, em diferentes gêneros, números e graus.
E daí? Daí que a p.8 do nanico dos pampas tem uma frase de deixar qualquer um doido: será que pensam que sou doido? O ambiente é o da decisão do diretório nacional do PSB de abandonar os cargos que ocupa no nível federal (mantendo-se, pelo que entendi, muitos cargos nos governos estaduais, como é o caso do Rio Grande do Sul). Parece que tem aventureiro de todo o lado, o líder nacional Beto Albuquerque e os líderes locais, cujos nomes fogem-me.
Diz o jornal que diz a nota:
Esta decisão não diz respeito a qualquer antecipação quanto a posicionamentos que haveremos de adotar no pleito eleitoral que se avizinha, visto que nossa estratégia - que não exclui a possibilidade de candidatura própria - será discutida nas instâncias próprias, considerando nosso programa e os mais elevados interesses do país e a luta pelo desenvolvimento com igualdade social".
Conclusão: só bebendo!
Youtube: olha, nem consegui ouvir até o fim: mentira dele (será que eu ouvi e amei)?
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18 setembro, 2013
O Mensalão e o MAL*
Querido diário:
Acabo de ver na própria internet que aquele negócio de "embargos infringentes" era quente: qualquer decisão do supremo tribunal que conte com quatro posições contrárias requer nova decisão, novo julgamento do qual estarão proscritos os juízes que deram o parecer a ser votado e seu fiel revisor. Fiquei sem saber se isto vale até para o caso daquele senhor que apedrejou o cachorro do vizinho e foi tendo sua causa levada pela justiça até que o processo levasse sumiço. Valeria, para o cachorro ou para ele, um embargo infringente, se fosse condenado?
O que me parece que aconteceu no Brasil com esta decisão lá do escore de 6x5 pela realização de novo julgamento para certos casos-crimes é que não aconteceu absolutamente nada. Nem poderíamos esperar que, como alguns viam, estes julgamentos do mensalão estivessem reescrevendo a história, especialmente a futura, do Brasil, quando teríamos chegado a ter um poder judiciário eficiente e a restauração da justiça.
Só posso rir e evocar o MAL*. Como sabemos, trata-se do Movimento pela Anistia aos Ladrões Estrela, que deseja simplesmente que tudo o que é processo que está em julgamento no Brasil seja queimado e comecemos vida nova a partir de 1o. de janeiro de 2014. Um dia a incapacidade judiciária terá que começar e acho que será mais fácil se queimarmos todos os processos que a impedem de pensar. Tem uma facção mais debochada do MAL* que sugere ainda que não seja cobrado imposto de renda nos proventos dos juízes e que, em compensação, seja-lhes aumentado o rendimento em 100%.
Sob o ponto de vista lógico,
.a. estas propostas do MAL* são óbvias
.b. esta vitória da posição A com seis votos, derrotando a posição B, com cinco votos poderia requerer novo embargo infringente para saber se o julgamento valeu ou não.
.c. parece ter chegado a hora de expandir a proposta do Planeta 23 de, sempre que um grupo de até cinco juízes for derrotado pela opinião de outros seis, os cinco perdedores sejam demitidos. Ou seja, tem que ser também este negócio de quatro juízes requererem novo julgamento para o que quer que seja.
A solução permanente, também levantada por este Planeta 23 é fechar todo o poder judiciário brasileiro e contratar uma empresa júnior ligada a alguma universidade finlandesa para administrar a justiça no Brasil
DdAB
Imagem daqui.
Aditado às 14h26min de 19/out/2013: nesta postagem aqui, dou a receita para casos de vitórias de 6x5 e até 7x4 no supremo.
Acabo de ver na própria internet que aquele negócio de "embargos infringentes" era quente: qualquer decisão do supremo tribunal que conte com quatro posições contrárias requer nova decisão, novo julgamento do qual estarão proscritos os juízes que deram o parecer a ser votado e seu fiel revisor. Fiquei sem saber se isto vale até para o caso daquele senhor que apedrejou o cachorro do vizinho e foi tendo sua causa levada pela justiça até que o processo levasse sumiço. Valeria, para o cachorro ou para ele, um embargo infringente, se fosse condenado?
O que me parece que aconteceu no Brasil com esta decisão lá do escore de 6x5 pela realização de novo julgamento para certos casos-crimes é que não aconteceu absolutamente nada. Nem poderíamos esperar que, como alguns viam, estes julgamentos do mensalão estivessem reescrevendo a história, especialmente a futura, do Brasil, quando teríamos chegado a ter um poder judiciário eficiente e a restauração da justiça.
Só posso rir e evocar o MAL*. Como sabemos, trata-se do Movimento pela Anistia aos Ladrões Estrela, que deseja simplesmente que tudo o que é processo que está em julgamento no Brasil seja queimado e comecemos vida nova a partir de 1o. de janeiro de 2014. Um dia a incapacidade judiciária terá que começar e acho que será mais fácil se queimarmos todos os processos que a impedem de pensar. Tem uma facção mais debochada do MAL* que sugere ainda que não seja cobrado imposto de renda nos proventos dos juízes e que, em compensação, seja-lhes aumentado o rendimento em 100%.
Sob o ponto de vista lógico,
.a. estas propostas do MAL* são óbvias
.b. esta vitória da posição A com seis votos, derrotando a posição B, com cinco votos poderia requerer novo embargo infringente para saber se o julgamento valeu ou não.
.c. parece ter chegado a hora de expandir a proposta do Planeta 23 de, sempre que um grupo de até cinco juízes for derrotado pela opinião de outros seis, os cinco perdedores sejam demitidos. Ou seja, tem que ser também este negócio de quatro juízes requererem novo julgamento para o que quer que seja.
A solução permanente, também levantada por este Planeta 23 é fechar todo o poder judiciário brasileiro e contratar uma empresa júnior ligada a alguma universidade finlandesa para administrar a justiça no Brasil
DdAB
Imagem daqui.
Aditado às 14h26min de 19/out/2013: nesta postagem aqui, dou a receita para casos de vitórias de 6x5 e até 7x4 no supremo.
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Economia Política
17 setembro, 2013
Salvando o Brasil
Comprei naquele sebo Só Ler o livro
SERAPIÃO JR., Carlos (2005) Dinheiro rápido; um romance de negócios. São Paulo: RG.
A referência que faço tem a forma acadêmica, mas o livro é mesmo um romance. Não sei se foi bem o que disse Ênio na contracapa do livro que me atraiu:
E contravenção é crime no Brasil? Vamos ser realistas! Todo mundo aqui opera, ao menos parcialmente, à margem da lei.
Na segunda orelha, diz-se alguma coisa sobre o autor: "[d]iplomata de carreira licenciado e consultor empresarial em São Paulo. Nasceu no Rio de Janeiro em 1965 e, sendo consultor em São Paulo, teve o mesmo destino que o personagem Ênio, que era consultor. Era e é? Ênio será eterno, eternizado nas páginas daquelas aventuras da busca do dinheiro rápido?
Pois bem. Ênio apresentou um seminário num encontro de negócios:
E concluiu: 'Tão importante quanto a negociação da Alca é a agenda interna de desenvolvimento, de incremento da competitividade das empresas, como condição básica para sua internacionalização sustentada. Isto inclui redução da carga tributária, dos juros e da burocracia, modernização da legislação trabalhista, um judiciário mais eficiente e investimentos em infra-estrutura, em ciência e tecnologia e em educação. Sem levar a sério essa agenda, vamos viver jogando na retranca, buscando defender nosso quintal improdutivo com barreiras comerciais, mas, como reza a sabedoria do futebol, vamos viver levando gol.
Eu pensei: paguei barato por esta síntese maravilhosa sobre o que deve ser feito no Brasil. Claro que a ordem em que ele apresentou os problemas não é lexicográfica, e talvez esta nem exista. Mas eu posso tentar ordenar sua lista. Quem me acompanha já sabe que minha prioridade absoluta seria pela modernização do sistema judiciário, cuja me parece a chave de todos os males brasileiros, inclusive a escandalosa carência educacional de, pelo menos, 50 milhões de pessoas e talvez até mesmo de 180 milhões!
Dependendo da "modernização da legislação trabalhista" já nem sou a favor. Mas é certo que, o 'anti-dependendo' tem tudo a ver comigo: redução da jornada de trabalho para 15 horas semanais, obrigando-se todos os brasileiros a despenderem ainda mais três horas estudando e mais três horas, fazendo atividade física (inclusive teatrais e musicais). You may say i'm a dreamer, but i'm not the only one. Pois bem: estes 'I' minúsculos são do original do disco Imagine (Wikipedia), se bem lembro.
DdAB
P.S. e aquele "paguei barato" não é tanto para dizer que me incluo no lado daquela pilha de brasileiros sem educação, mas -ao contrário- para dizer que estudei (naquele tempo...) que adjetivos, como bom, bonito e barato não modificam verbos. Quem muda verbo é advérbio. Claro que isto mudou e, no português brasileiro, ainda vão criar uma regra metendo esta mudança bromatológica (ou o que seja).
P.S.S.: por fim, não disse nem que recomendo nem que desrecomendo nem que sou indiferente entre que meus leitores leiam ou não leiam. Ou melhor, que leiam ou não leiam o que fiquem indeciso com o romance de que estamos falando.
P.S.S.S.: são 18h47min de 21/set/2013: há pouco fui mostrar esta postagem a um amigo paulista e dei-me conta de que não fui eu que escrevi: "modernização do sistema judiciário, cuja me parece a chave". Neste caso, quem o terá feito? Parece que eu queria ter dito algo como ', cuja implementação', não é?
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Tu aí...
15 setembro, 2013
Os Pedágios e o Governo
Querido diário:
De tanto forçar a cabeça, tive uma ideia para salvar o Brasil e o resto do planeta. Já faz algum tempo que revelei-o para os leitores do Planeta 23. O mercado falha, a comunidade falha e o governo falha. A harmonia do século XXI, em particular, ocorrerá naqueles países (e, em breve, o governo mundial) em que houver harmonia entre estas esferas da vida societária.
Isto que acabo de escrever não é, na verdade, a ideia de que falo. Esta diz respeito ao papel do governo, enquanto este ainda existir, enquanto não for substituído pela administração das coisas. Seu papel deve ser (ought to be) o de prover bens públicos (também podem ser providos pela comunidade e até pelo mercado) e bens de mérito (também com provisão maiúscula do mercado, enquanto este existir, o que parece garantido até o final do século XXI, pelo menos).
Parece-me óbvio que um bem de mérito inequívoco (depois de atendidas a algumas outras necessidades ainda mais básicas do que o transporte de gentes, bichos e -ainda mais sagrado- mercadorias) é -tá na cara- o transporte de gente, bicho, etc.
E por que escrevo isto? Pois diz o caderno Dinheiro de Zero Hora em sua p.2 que foi anunciado um leilão para "pedagiar" a estrada que liga Belo Horizonte a Vitória e não houve empresas interessadas. Diz o jornal que alguém disse que uma razão é que os pedágios a serem contratualizados seriam muito altos. Isto bota meu modelo de salvação nacional no pelourinho? Claro que não, pois o governo deveria munir-se de precauções, com os órgãos de fiscalização sendo capacitado a entrar na parada e construir a estrada, digamos, mobilizando funcionários públicos. E que seriam, a meu ver, se virmos a margem deste blog, integrantes do Serviço Municipal. Se faltar gente, se faltar estrutura para o estado, a solução é pedir integração à Organização dos Povos Unidos. Se esta falhar, a única solução será migrar para outro planeta também portador de g = 9,8 m/s^2.
DdAB
Parece que este finalzinho descamba para a galhofa. Mas também falei em algo sagrado: mercadorias. Inspirei-me em uma piadinha de uma revistinha Asterix que li há tempos: os fenícios ameaçados de ataque de piratas. E, como sabemos, no capitalismo, tudo vira mercadoria, até a honra. Desagrada-me falar na honra dos políticos, mas parece óbvio que a minha ainda não virou. Talvez nunca o faça.
Imagem: aqui (site simpaticíssimo). Sem falar que deveria fazer era mesmo uma estrada de ferro!
De tanto forçar a cabeça, tive uma ideia para salvar o Brasil e o resto do planeta. Já faz algum tempo que revelei-o para os leitores do Planeta 23. O mercado falha, a comunidade falha e o governo falha. A harmonia do século XXI, em particular, ocorrerá naqueles países (e, em breve, o governo mundial) em que houver harmonia entre estas esferas da vida societária.
Isto que acabo de escrever não é, na verdade, a ideia de que falo. Esta diz respeito ao papel do governo, enquanto este ainda existir, enquanto não for substituído pela administração das coisas. Seu papel deve ser (ought to be) o de prover bens públicos (também podem ser providos pela comunidade e até pelo mercado) e bens de mérito (também com provisão maiúscula do mercado, enquanto este existir, o que parece garantido até o final do século XXI, pelo menos).
Parece-me óbvio que um bem de mérito inequívoco (depois de atendidas a algumas outras necessidades ainda mais básicas do que o transporte de gentes, bichos e -ainda mais sagrado- mercadorias) é -tá na cara- o transporte de gente, bicho, etc.
E por que escrevo isto? Pois diz o caderno Dinheiro de Zero Hora em sua p.2 que foi anunciado um leilão para "pedagiar" a estrada que liga Belo Horizonte a Vitória e não houve empresas interessadas. Diz o jornal que alguém disse que uma razão é que os pedágios a serem contratualizados seriam muito altos. Isto bota meu modelo de salvação nacional no pelourinho? Claro que não, pois o governo deveria munir-se de precauções, com os órgãos de fiscalização sendo capacitado a entrar na parada e construir a estrada, digamos, mobilizando funcionários públicos. E que seriam, a meu ver, se virmos a margem deste blog, integrantes do Serviço Municipal. Se faltar gente, se faltar estrutura para o estado, a solução é pedir integração à Organização dos Povos Unidos. Se esta falhar, a única solução será migrar para outro planeta também portador de g = 9,8 m/s^2.
DdAB
Parece que este finalzinho descamba para a galhofa. Mas também falei em algo sagrado: mercadorias. Inspirei-me em uma piadinha de uma revistinha Asterix que li há tempos: os fenícios ameaçados de ataque de piratas. E, como sabemos, no capitalismo, tudo vira mercadoria, até a honra. Desagrada-me falar na honra dos políticos, mas parece óbvio que a minha ainda não virou. Talvez nunca o faça.
Imagem: aqui (site simpaticíssimo). Sem falar que deveria fazer era mesmo uma estrada de ferro!
14 setembro, 2013
Embargos Infringentes
Querido diário:
Não é de hoje: causa estupefação aquela encrenca do mensalão. Não é hai-kai! O que é mesmo: um atestado da incompetência do poder judiciário brasileiro, para não falar na "ciência do direito". Mas a solução já foi apresentada há muito tempo neste Planeta 23.
Uma estupefação está aqui. E não achei o que parece que já postei. Trata-se de uma dica sobre a forma de impedir esses empates de 5 x 5 (ou, como houve outro, de 4 x 4, no tempo em que estavam ativos apenas nove ministros). A solução: o sexto ministro (no caso dos 5x5) votará em alguma das duas proposições em confronto. Os perdedores serão demitidos e nomeados outros. Novo empate, novas demissões. Até que chegaremos num ponto em que haverá um saber jurídico menos controverso do que qual o melhor chopp da cidade, qual a cidade com mais lindo por-do-sol, essas coisas.
DdAB
Imagem daqui.
Não é de hoje: causa estupefação aquela encrenca do mensalão. Não é hai-kai! O que é mesmo: um atestado da incompetência do poder judiciário brasileiro, para não falar na "ciência do direito". Mas a solução já foi apresentada há muito tempo neste Planeta 23.
Uma estupefação está aqui. E não achei o que parece que já postei. Trata-se de uma dica sobre a forma de impedir esses empates de 5 x 5 (ou, como houve outro, de 4 x 4, no tempo em que estavam ativos apenas nove ministros). A solução: o sexto ministro (no caso dos 5x5) votará em alguma das duas proposições em confronto. Os perdedores serão demitidos e nomeados outros. Novo empate, novas demissões. Até que chegaremos num ponto em que haverá um saber jurídico menos controverso do que qual o melhor chopp da cidade, qual a cidade com mais lindo por-do-sol, essas coisas.
DdAB
Imagem daqui.
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12 setembro, 2013
50% Também é Lanche Grátis?
Querido diário:
Ouvia hoje uma entrevista na Rádio da Universidade (1080kH porto-alegrenses) com duas garotas falando sobre uma Associação dos Pacientes da Cirurgia Bariátrica (ou seja, da redução do estômago, se é que não fujo aos termos, e o nome da associação talvez não seja este). Pois dizia-se que o mais importante de tudo é que um corpo magro não abrigue uma mente gorda. Gostei da imagem. E mais ainda, também concordo que este tipo de encrenca só é resolvido definitivamente com a invocação de forças de todos os portes, do apoio familiar ao exercício físico e a renúncia ao prazer do prato, na forma e conteúdo que fazem parte de nossas vidas antes do desconforto com o peso. Em meu caso, o inimigo é até desejável: uma vida longa. Eu não era assim... Mas agora sou e fim! Ou agora sou e aproveitemos enquanto dura. Epa, pareço lúgubre!
E que tem isto a ver com "Economia Política" e quase nada de "Vida Pessoal"? Tem a ver que parece que os restaurantes que cobram por cota fixa (por contraste àqueles que cobram por peso) e os próprios restaurantes convencionais que servem um "prato feito", parece -repito- que há um incentivo a limparmos o prato, essas coisas.
Então as garotas levaram-me a pensar naquela viagem do lanche grátis. Elas querem que os portadores de uma carteirinha da associação, um atestado médico, algo assim, se credenciem a 50% de desconto em tudo quanto é tipo de restaurante. Claro que fiquei abismado e entendi que talvez apenas os economistas entendam quão ridículo é o desejo generalizado de ganharmos lanche grátis. Parece que, na primeira aula que andei ministrando por 30 anos, ao falar em "preços e lucros, acres e mãos", começo a instilar um vírus na juventude que não deve abandonar o corpo até que a velhice chegue. E que esta dure longamente, mas sabemos não ser eterna, pois não existe lanche grátis. Ou, mais pessimisticamente, pois ainda não se vislumbrou uma forma de vencer a entropia.
DdAB
Imagem do lindo site daqui.
Ouvia hoje uma entrevista na Rádio da Universidade (1080kH porto-alegrenses) com duas garotas falando sobre uma Associação dos Pacientes da Cirurgia Bariátrica (ou seja, da redução do estômago, se é que não fujo aos termos, e o nome da associação talvez não seja este). Pois dizia-se que o mais importante de tudo é que um corpo magro não abrigue uma mente gorda. Gostei da imagem. E mais ainda, também concordo que este tipo de encrenca só é resolvido definitivamente com a invocação de forças de todos os portes, do apoio familiar ao exercício físico e a renúncia ao prazer do prato, na forma e conteúdo que fazem parte de nossas vidas antes do desconforto com o peso. Em meu caso, o inimigo é até desejável: uma vida longa. Eu não era assim... Mas agora sou e fim! Ou agora sou e aproveitemos enquanto dura. Epa, pareço lúgubre!
E que tem isto a ver com "Economia Política" e quase nada de "Vida Pessoal"? Tem a ver que parece que os restaurantes que cobram por cota fixa (por contraste àqueles que cobram por peso) e os próprios restaurantes convencionais que servem um "prato feito", parece -repito- que há um incentivo a limparmos o prato, essas coisas.
Então as garotas levaram-me a pensar naquela viagem do lanche grátis. Elas querem que os portadores de uma carteirinha da associação, um atestado médico, algo assim, se credenciem a 50% de desconto em tudo quanto é tipo de restaurante. Claro que fiquei abismado e entendi que talvez apenas os economistas entendam quão ridículo é o desejo generalizado de ganharmos lanche grátis. Parece que, na primeira aula que andei ministrando por 30 anos, ao falar em "preços e lucros, acres e mãos", começo a instilar um vírus na juventude que não deve abandonar o corpo até que a velhice chegue. E que esta dure longamente, mas sabemos não ser eterna, pois não existe lanche grátis. Ou, mais pessimisticamente, pois ainda não se vislumbrou uma forma de vencer a entropia.
DdAB
Imagem do lindo site daqui.
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09 setembro, 2013
Presídios
Querido diário:
Sabemos que o afamado trio formado por crianças, criminosos e loucos requer cuidados especiais por parte da sociedade. No Brasil, ainda restam alguns milhares de crianças trancafiadas em creches, pois os criminosos e os loucos encontram plenamente abandonados, uma liberdade incompatível com qualquer conceito decente que se possa atribuir ao termo. Para nem falar em sociedade justa.
Para tristeza das gerações futuras, as creches são muito limitadas, pois o mercado exclui meninos de rua, o capitão de areia. Este é uma presença infamante e que não tem cura. E não deveremos queixar-nos, se -daqui a 50 anos- um deles matar um dos nossos na guerra fratricida que não parece ter cobro, se o igualitarismo persistir sendo derrotado pelo mote do primeiro crescer e, se for o caso, apenas depois é que será chegada a hora de pensarmos em redistribuir. Pode?
DdAB
Parece que procurei uma ilustração aqui. E achei um lindo site sobre igualitarismo.
Sabemos que o afamado trio formado por crianças, criminosos e loucos requer cuidados especiais por parte da sociedade. No Brasil, ainda restam alguns milhares de crianças trancafiadas em creches, pois os criminosos e os loucos encontram plenamente abandonados, uma liberdade incompatível com qualquer conceito decente que se possa atribuir ao termo. Para nem falar em sociedade justa.
Para tristeza das gerações futuras, as creches são muito limitadas, pois o mercado exclui meninos de rua, o capitão de areia. Este é uma presença infamante e que não tem cura. E não deveremos queixar-nos, se -daqui a 50 anos- um deles matar um dos nossos na guerra fratricida que não parece ter cobro, se o igualitarismo persistir sendo derrotado pelo mote do primeiro crescer e, se for o caso, apenas depois é que será chegada a hora de pensarmos em redistribuir. Pode?
DdAB
Parece que procurei uma ilustração aqui. E achei um lindo site sobre igualitarismo.
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Economia Política
08 setembro, 2013
Hora de Medeiros
Querido diário:
Quem me acompanha neste blog sabe que leio diariamente, e com exação, o jornal Zero Hora, sempre reclamando que não me sobra coisa melhor, dadas as coordenadas que ocupo na disposição planetária. Mas, como não sou loqui, tiro o que posso de proveito das leituras e me divirto com erros que soem acontecer, mais soer do que acontecer. Assim vivo. Mas tenho minhas compensações pela leitura de cabo a rabo (ainda que seletiva). Na última página do Caderno Donna (dominical), sói aparecer o artigo de Martha Medeiros. Neste domingo, ela escreveu "Trocas íntimas entre estranhos". E disse algo que me pareceu maravilhoso, por rimar com o conceito de otimismo cultivado:
Dá para mudar o passado? Não dá. A única coisa que dá para mudar é a maneira como enxergamos tudo o que nos aconteceu (e ainda acontece) e ver o que é possível perdoar, esquecer ou redimensionar.
Como o astral dela é elevado, não falou em vingar. Parece que seria um anticlímax. Eu bem entendo que o desejo de vingança é algo humano, mas ele fica mais forte no caso de crimes impunes. Ao mesmo tempo, não podemos esquecer que o cidadão não faz justiça com as próprias mãos. E o indivíduo que o faz, na verdade, não o faz, não é mesmo?, ou seja, justiça não é algo pessoal, mas comunitário e, de preferência, profissional (no Brasil, o que temos é uma caricatura deste negócio).
DdAB
Imagem: aqui. Como sabemos, o subtítulo de "Candide" é "ou o otimismo".
Quem me acompanha neste blog sabe que leio diariamente, e com exação, o jornal Zero Hora, sempre reclamando que não me sobra coisa melhor, dadas as coordenadas que ocupo na disposição planetária. Mas, como não sou loqui, tiro o que posso de proveito das leituras e me divirto com erros que soem acontecer, mais soer do que acontecer. Assim vivo. Mas tenho minhas compensações pela leitura de cabo a rabo (ainda que seletiva). Na última página do Caderno Donna (dominical), sói aparecer o artigo de Martha Medeiros. Neste domingo, ela escreveu "Trocas íntimas entre estranhos". E disse algo que me pareceu maravilhoso, por rimar com o conceito de otimismo cultivado:
Dá para mudar o passado? Não dá. A única coisa que dá para mudar é a maneira como enxergamos tudo o que nos aconteceu (e ainda acontece) e ver o que é possível perdoar, esquecer ou redimensionar.
Como o astral dela é elevado, não falou em vingar. Parece que seria um anticlímax. Eu bem entendo que o desejo de vingança é algo humano, mas ele fica mais forte no caso de crimes impunes. Ao mesmo tempo, não podemos esquecer que o cidadão não faz justiça com as próprias mãos. E o indivíduo que o faz, na verdade, não o faz, não é mesmo?, ou seja, justiça não é algo pessoal, mas comunitário e, de preferência, profissional (no Brasil, o que temos é uma caricatura deste negócio).
DdAB
Imagem: aqui. Como sabemos, o subtítulo de "Candide" é "ou o otimismo".
07 setembro, 2013
Por que Estudar a Teoria do Valor (de Marx)?
Volta e meia falo ter encontrado pérolas em papeizinhos. Sempre é verdade, claro, mas o que vou transcrever agora é mais verdade do que todas as verdades conhecidas desde que o homem descobriu (num papelzinho) a letra 'h', o que lhe permitiu escrever o próprio nome. Por exemplo, Haroldo, Heitor, Hiram, Homero e Hugo.
Mas não foi para isto que comecei esta postagem... O que a orienta é, talvez, a reflexão que fiz ao ler, há muitos anos, o livro de Paul Marlor Sweezy (aqui) intitulado "Teoria do Desenvolvimento Capitalista", publicado no Brasil pela Editora Zahar. Com uma tradução às vezes de doer, ainda que em nenhum momento eu tenha lido que a classe trabalhadora explora a classe capitalista. Mesmo assim...
Pois bem, evado-me novamente. É sábado, amanhã é domingo. Volto ao tema:
A função da lei do valor é explicar como isso ocorre e qual o resultado.
Isso? Pois bem, a frase de Sweezy não faria sentido se não soubéssemos que "isso" quer dizer, creio que em minhas palavras, mas não garanto nada:
Isso: uma das principais funções da lei do valor é tornar claro que, numa sociedade produtora de mercadorias, apesar da ausência de uma autoridade que tome decisões centralizadas e coordenadas, há ordem e não caos.
E tem mais:
.a. a teoria da escolha racional não deixaria por menos
.b. o Meghnad Desai (aqui) disse algo mais direto: para desvendarmos o fetichismo das mercadorias, ou seja, para entendermos que o que viabiliza a troca de uma mercadoria por outra não é o "valor" da mercadoria, mas a quantidade de trabalho despendida na produção de cada uma delas. Sigo: quando trocamos, digamos, um cajado por dois coelhos, o que está na verdade sendo trocado são as horas de trabalho social médio despendidas na produção do cajado por aquelas horas gastas na produção (caça?) de dois coelhos.
Ou seja, para entendermos que a verdade verdadeiramente verídica é que as trocas têm como equivalente as horas de trabalho necessárias para produzir as mercadorias trocadas. Mas entendemos que compramos ou vendemos mercadorias por dinheiro. O dinheiro é o fetiche que oculta, precisamente, a relação entre pessoas. O que fica na superfície é a relação entre coisas: como o potinho de açúcar de Robinson Crusoé relaciona-se com sua camisa.
Ou seja, para entendermos que a verdade verdadeiramente verídica é que as trocas têm como equivalente as horas de trabalho necessárias para produzir as mercadorias trocadas. Mas entendemos que compramos ou vendemos mercadorias por dinheiro. O dinheiro é o fetiche que oculta, precisamente, a relação entre pessoas. O que fica na superfície é a relação entre coisas: como o potinho de açúcar de Robinson Crusoé relaciona-se com sua camisa.
DdAB
Esta imagem veio daqui. E cheguei a ela ao seguir uma dica que me foi dada por Adalberto Alves Maia Neto. E, já que estamos falando em Robinson Crusoé, Sexta-feira, Karl Marx, não podemos deixar de referir que Adalberto Alves Maia Neto e eu myself traduzimos o artigo de Stephen Hymer:
https://drive.google.com/file/d/0Bw_-ONgRpg6GTWk1OUtqNlNpWjQ/view?ths=tru
HYMER, Stephen Robinson Crusoé e o Segredo da Acumulação Primitiva. Literatura Econômica (Rio de Janeiro). V.5 n.5, set./out. p. 551-585, 1983. (Aqui)
E temos esta postagem de Fernando Nogueira da Costa aqui falando no assunto e citando tudo, tudinho. E tem um resumo feito por terceiros (independentemente) para este Monde Diplomatique brésilien.
Tudo tudinho? Ainda existe nosso artiguinho:
BÊRNI, Duilio de Avila e MAIA NETO, Adalberto Alves (1983) O Robinson de Hymer: algumas considerações. Literatura Econômica (Rio de Janeiro). V.5 n.5, p.541-550, 1983. (Aqui)
Finalmente: fiz reparos aqui e ali às 22h34min de 26/out/2013 (HBV). E outros às 22h14min de 27/set/2014.
E, aos 8/ago/2016 inseri o link para a tradução que Adalberto e eu fizemos:
https://drive.google.com/file/d/0Bw_-ONgRpg6GTWk1OUtqNlNpWjQ/view?ths=tru
https://drive.google.com/file/d/0Bw_-ONgRpg6GTWk1OUtqNlNpWjQ/view?ths=tru
HYMER, Stephen Robinson Crusoé e o Segredo da Acumulação Primitiva. Literatura Econômica (Rio de Janeiro). V.5 n.5, set./out. p. 551-585, 1983. (Aqui)
E temos esta postagem de Fernando Nogueira da Costa aqui falando no assunto e citando tudo, tudinho. E tem um resumo feito por terceiros (independentemente) para este Monde Diplomatique brésilien.
Tudo tudinho? Ainda existe nosso artiguinho:
BÊRNI, Duilio de Avila e MAIA NETO, Adalberto Alves (1983) O Robinson de Hymer: algumas considerações. Literatura Econômica (Rio de Janeiro). V.5 n.5, p.541-550, 1983. (Aqui)
Finalmente: fiz reparos aqui e ali às 22h34min de 26/out/2013 (HBV). E outros às 22h14min de 27/set/2014.
E, aos 8/ago/2016 inseri o link para a tradução que Adalberto e eu fizemos:
https://drive.google.com/file/d/0Bw_-ONgRpg6GTWk1OUtqNlNpWjQ/view?ths=tru
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06 setembro, 2013
Silogismos no Trigo e na Política
Querido diário:
Hoje é um grande dia, o dia da lógica do silogismo tipo barbaquá (que reproduzo, para benefício dos leitores que quiserem pesquisar a postagem original e as outras dezenas que a ela se remetem). Tudo em Zero Hora (exceto o silogismo):
M: todo político é ladrão
m: todo ladrão é político
C: todo político e todo ladrão é farinha do mesmo saco.
No trigo:
Sete meses depois da possa da nova diretoria da Cotrujuí, veio à tona uma dívida estimada em mais de R$ 500 milhões. A nova diretoria (e eu também) está estupefata. Falhas de mercado, falhas de estado e falhas de comunidade. A única salvação é a bebida.
Na política:
Tem um "grupo de trabalho encarregado de elaborar uma proposta de reforma política para o país". Querem o fim da reeleição para cargos do executivo e a coincidência dos mandatos municipais, estaduais e federais. A nota destaca um nome, nomeadamente, Cândido Vacarezza, do PT de São Paulo. Pensei que eles poderiam, se é para impedir reeleição, que começassem por eles próprios. Pensei que pessoas sérias iriam falar em voto facultativo, voto distrital, parlamentarismo, essas coisas. A única salvação é a bebida: parece que bêbado não precisa votar.
DdAB
Imagem: aqui.
Hoje é um grande dia, o dia da lógica do silogismo tipo barbaquá (que reproduzo, para benefício dos leitores que quiserem pesquisar a postagem original e as outras dezenas que a ela se remetem). Tudo em Zero Hora (exceto o silogismo):
M: todo político é ladrão
m: todo ladrão é político
C: todo político e todo ladrão é farinha do mesmo saco.
No trigo:
Sete meses depois da possa da nova diretoria da Cotrujuí, veio à tona uma dívida estimada em mais de R$ 500 milhões. A nova diretoria (e eu também) está estupefata. Falhas de mercado, falhas de estado e falhas de comunidade. A única salvação é a bebida.
Na política:
Tem um "grupo de trabalho encarregado de elaborar uma proposta de reforma política para o país". Querem o fim da reeleição para cargos do executivo e a coincidência dos mandatos municipais, estaduais e federais. A nota destaca um nome, nomeadamente, Cândido Vacarezza, do PT de São Paulo. Pensei que eles poderiam, se é para impedir reeleição, que começassem por eles próprios. Pensei que pessoas sérias iriam falar em voto facultativo, voto distrital, parlamentarismo, essas coisas. A única salvação é a bebida: parece que bêbado não precisa votar.
DdAB
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04 setembro, 2013
Futurologia Pretérita
Querido diário:
Hoje, na página dos artigos assinados de Zero Hora (p.14), tem "Um Elefante na Sala", de Darcy Francisco Carvalho dos Santos. Já li outras coisas dele, um fiscalista, identificado como "economista". Não quero diminuir o valor das proposições ex anta da ciência econômica com aquelas aspas. Nem, talvez, o saber do articulista. Inclusive por não ter ficado satisfeito com meu próprio entendimento do que ele quer dizer no artigo. Em geral, posso adiantar, ele está furioso com o crescimento da população idosa, que gerará, a seu ver, severos problemas:
No Brasil, não se fez nada para alterar a previdência no tocante à idade mínima para aposentadoria. Pelo contrário, fala-se em acabar com o fator previdenciário, que dificulta a precocidade das aposentadorias. Andamos com os olhos na nuca.
Epa, eu nem estava esperando ofensas, inofensivo que sou. Mas, antes desta diatribe, ele diz algo que me levou a pensar na qualidade de certas previsões feitas por economistas (inclusive myself, por que negar?). Diz o articulista:
[...] a redução do número de pessoas em idade ativa [...] terá reflexo significativo na produção e consequentemente na arrecadação de impostos com que serão pagos seus benefícios.
Fiquei pensando: será que ele nunca pensou que a produtividade pode crescer tanto que ofuscará, sob o ponto de vista do aumento da produção, a redução do número de trabalhadores. Claro que não podemos jurar que haverá enormes ganhos de produtividade nos próximos 17 anos. Mas eu juro, de qualquer jeito. É impossível pensar num capitalismo mundial integrado sem elevados ganhos de produtividade inexoráveis ano após ano.
Mas o articulista não parece desconhecer isto:
Com a população ativa decrescendo, o crescimento econômico dependerá do aumento da produtividade, para o que é preciso melhorar a educação e aumentar os investimentos em infraestrutura. Mas tudo isto encontra a barreira na difícil situação das finanças estaduais.
Eu fico pensando: de que mesmo é que o articulista está falando? Dos problemas das finanças estaduais ou da divisão internacional do trabalho, do dumping social que pode avassalar todos os países ou de uma sociedade mais luzidia, em que haverá maior equidade distributiva e ninguém ficará requerendo que os velhos durem menos, a fim de não prejudicarem as contas da previdência social. É o tipo da coisa que, pensar no futuro com excesso de dependência ao passado, leva a visões completamente desfocadas do presente progressista.
DdAB
Imagem: aqui.
Hoje, na página dos artigos assinados de Zero Hora (p.14), tem "Um Elefante na Sala", de Darcy Francisco Carvalho dos Santos. Já li outras coisas dele, um fiscalista, identificado como "economista". Não quero diminuir o valor das proposições ex anta da ciência econômica com aquelas aspas. Nem, talvez, o saber do articulista. Inclusive por não ter ficado satisfeito com meu próprio entendimento do que ele quer dizer no artigo. Em geral, posso adiantar, ele está furioso com o crescimento da população idosa, que gerará, a seu ver, severos problemas:
No Brasil, não se fez nada para alterar a previdência no tocante à idade mínima para aposentadoria. Pelo contrário, fala-se em acabar com o fator previdenciário, que dificulta a precocidade das aposentadorias. Andamos com os olhos na nuca.
Epa, eu nem estava esperando ofensas, inofensivo que sou. Mas, antes desta diatribe, ele diz algo que me levou a pensar na qualidade de certas previsões feitas por economistas (inclusive myself, por que negar?). Diz o articulista:
[...] a redução do número de pessoas em idade ativa [...] terá reflexo significativo na produção e consequentemente na arrecadação de impostos com que serão pagos seus benefícios.
Fiquei pensando: será que ele nunca pensou que a produtividade pode crescer tanto que ofuscará, sob o ponto de vista do aumento da produção, a redução do número de trabalhadores. Claro que não podemos jurar que haverá enormes ganhos de produtividade nos próximos 17 anos. Mas eu juro, de qualquer jeito. É impossível pensar num capitalismo mundial integrado sem elevados ganhos de produtividade inexoráveis ano após ano.
Mas o articulista não parece desconhecer isto:
Com a população ativa decrescendo, o crescimento econômico dependerá do aumento da produtividade, para o que é preciso melhorar a educação e aumentar os investimentos em infraestrutura. Mas tudo isto encontra a barreira na difícil situação das finanças estaduais.
Eu fico pensando: de que mesmo é que o articulista está falando? Dos problemas das finanças estaduais ou da divisão internacional do trabalho, do dumping social que pode avassalar todos os países ou de uma sociedade mais luzidia, em que haverá maior equidade distributiva e ninguém ficará requerendo que os velhos durem menos, a fim de não prejudicarem as contas da previdência social. É o tipo da coisa que, pensar no futuro com excesso de dependência ao passado, leva a visões completamente desfocadas do presente progressista.
DdAB
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Economia Política
03 setembro, 2013
Hai-kai n.32
Querido diário:
O hai-kai da p.38 é o de número 32, sendo o livro aquele da L&PM. Millôr Fernandes diz:
JÁ NÃO É BOM AGOURO
NASCER
EM BERÇO DE OURO.
E o Planeta 23 fez algumas modificações no próprio conceito de trova que vem sendo utilizado:
Nascer em berço de ouro
É uma tristeza, quem sabe?,
Não, é apenas bom agouro.
DdAB
Imagem daqui.
O hai-kai da p.38 é o de número 32, sendo o livro aquele da L&PM. Millôr Fernandes diz:
JÁ NÃO É BOM AGOURO
NASCER
EM BERÇO DE OURO.
E o Planeta 23 fez algumas modificações no próprio conceito de trova que vem sendo utilizado:
Nascer em berço de ouro
É uma tristeza, quem sabe?,
Não, é apenas bom agouro.
DdAB
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